5.7.12

Aqui dentro


Andar a fazer de turista na cidade em que crescemos e estivémos a um pequeno passo vão de nos transformarmos em adultos, pode ser uma experiência conturbada. Tanto ou mais que um filme do Tarantino. A cada esquina uma lembrança, uma vassourada cheia de risos, algumas angústias e umas quantas lágrimas.
No Rossio finalizo os anos 70, com os pombos, os duchesses da pastelaria Suiça e os suspiros dos meus pais por já não estarmos em Moçambique. Onde estão os autocarros verdes de dois pisos ? A rua Augusta e as suas ruas paralelas fazem-me dar a mão à minha mãe, como fazia nos anos 80, mas nos restauradores de repente cresci, leio o Blitz comprado a meias e vou a uma loja de discos procurar não sei o quê que, se houver, é aqui que se encontra. No Chiado, estou em cheio na década de 90, a armar-me, a divertir-me, convencida de toda a diferença que vou fazer. Ainda hoje passo demasiado tempo no Chiado.  
Como era o slogan ? Vá para fora cá dentro. Dentro de si.

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Pessoas

Nomadas e sedentarios