Kaputt - Até porque eu não era para estar aqui

Houve um engano no casting, mas eu ando a aproveitar-me como posso. O blogue "A mãe que capotou" nasceu para me entreter nas horas das sestas, nunca fui muito caseira e quando decidi ser "mãe que fica em casa" ou "mãe que anda na rua de um lado para o outro a correr atrás das crias e a pensar se essa coisa da trela é mesmo má ideia" tinha entretém suficiente para canalizar as minhas energias com os dois minúsculos que me tinham sido adjudicados pela biologia, por deus ou pelo acaso, dependente das crenças, convicções ou apetências de cada um dos leitores, por mim é como quiserem, mas depois do almoço eles dormiam uma, duas horas e eu tinha duas escolhas ou arrumava a casa ou blogava. Se vissem o estado em que se encontra diariamente a minha casa compreenderiam a minha opção. (Aquela primeira frase é grande, se se perderam é compreensível).
O que é facto é que desde Setembro, a escola, essa milagrosa instituição, apareceu nas vidas dos restantes membros deste blogue e deixou-me a mim ir à minha. Ora, acontece que a minha vida não é em casa nem num escritório à frente de um computador. Não tendo nada wi fi comigo, nem mesmo o meu cérebro, este blogue andava a ver o que lhe acontecia. E o que lhe acontece é que acaba. Kaput. Mas nada de dramas que eu tenho uma na manga. No bolso.
Mas façamos antes as despedidas. O blogue "A mãe que capotou" não foi um blogue como os outros, foi um blogue em que às vezes os posts desapareciam quando a autora se arrependia do que tinha escrito, onde outros posts ficavam porque não tinha paciência para os apagar, foi um blogue com workshops com tomates, com Sensus Caputansus, com revoluções, com leitores do coração que o abandonaram como ratos e outros 3 que ainda por aqui andam e ainda bem para eles porque acabaram de ganhar estadia gratuita em Paris. Toma ! Depois este blogue também foi como muitos e fez amizades, fez conhecidos que se calhar um dia se vão transformar em amizades, fez conhecidos que não perceberam a originalidade de autora e se zangaram, foram só dois e a culpa foi do facebook, fez rir muito a quem o escrevia e lia os comentários mais capotados da blogosfera e fez reforçar a fé que esta que vos escreve tem na humanidade. Muita. Mesmo se em certos casos diagnostique com humildade alguma preguiça e falta de entusiasmo. Mas nada de grave. Um xarope e isso passa.
Carrega-se na tecla do Enter, escreve-se num bloco de papel nos transportes e começa a parte 2 deste blogue.
Preparem-se.
Kaputt.