Atirem-me tomates ! (2.0)

Uma bela noite de verão lisboeta, estávamos na década de 90 e eu ainda não me tinha rendido aos encantos da maternidade, ora que me encontrava num jantar num sítio bem giro, por sinal, que entretanto fechou e eu gosto de pensar que a culpa não foi minha. Muitos amigos, dos reais, alguns futuros ex-amigos e toda a gente contra mim.
Os assuntos em causa:
1 - Quem passa muito tempo no ginásio tem que ser necessariamente menos interessante do que uma pessoa com o mesmo Q.I. que não o faz.
Argumentos meus : Antes já passou muito tempo a pensar no seu corpo, o que já de si é chato. Em vez de mudar o seu estilo de vida, optou por uma inscrição num destes estabelecimentos, o que denota pouca imaginação, e muito tempo consagrado numa actividade que não pode/deve nunca ser transfomada em conversa, agradável ou não. Não percebeu a evolução do homem sapiens, ou não, que começou a lutar para sobreviver, depois para viver e agora ... para não comer, nem viver ?
Façam-se à vida, disse eu de pé, trabalhem a terra, utilizem as pernas, usem os braços, carreguem com os filhos de um lado para o outro !
Quando acabaram de me atirar com os pratos da entrada, o assunto tinha mudado e aqui vou-vos poupar os insultos que fiz aos homens que se depilam. Com o fillet mignon, passámos ao ponto seguinte
2 - A diferença entre o homem e a mulher é mínima, desenganem-se, somos todos iguais, só muda o necessário à perpetuidade da espécie. É tudo uma treta da educação reaccionária pseudo-católica dos países latinos, onde a figura do macho dominante ainda é vergonhosamente permitida e aceite e idolatrada.
Aqui não consegui apresentar argumentos, porque é díficil manter o equílibrio em cima da mesa, para onde entretanto eu tinha subido, e evitar ao mesmo tempo as cadeiras, sem a parte de almofada, que me eram adressadas.
Houve ainda um 3º ponto à sobremesa um mousse de chocolat à francesa com molho de menta, onde expliquei porque é que os presentes que votavam à direita das duas uma, ou estavam apenas a pensar no seu bolso, o que fazia deles uns egoístas capitalistas ou, pensavam que tinham muita coisa a proteger e não tinham quase nada e nesse caso eram uns patos que íam na boleia de um ou dois discursos demagogo-popularistas, mas acho que por hoje vamos ficar por aqui.
Se não conseguirem criticar condignamente este post, passo à descrição exaustiva da problemática genética, com a qual actualmente me deparo, eu mais a minha respectiva progenitura.