3.3.14
Onde vivem as coisas selvagens
Fomos directos ao alerta laranja no canal da Mancha. Dezenas, centenas, milhares de sacos de areia para impedirem o mar de ser mar. Proteger o parque de campismo, proteger as casas luxuosas de férias dos parisienses, fechadas 10 meses por ano, proteger as estradas. E a praia de areia e mar, cheia de sacos de areia. Para que a areia não mexa, para que o mar não seja ele mesmo.
Têm tudo controlado. Até a natureza do mar.
Por enquanto.
Sol. Ar. Iodo. Vento.
"Os parisienses" soltos na praia, na areia, nos gritos, nos saltos.
Sem muros, sem regras, sem obrigações, sem passadeiras, sem semaforos vermelhos.
De férias. Ou como se chama ao parentesis onde se pode viver. Longe dos deveres, a usufruir a vida nos intervalos regulamentares.
A fazer lembrar onde vivem as coisas selvagens.
O mar, os humanos. Seres maravilhosos e autênticos, que andam a danificar com orgulho.
Por enquanto. Por enquanto.
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Ia perguntar se tinhas a certeza que os humanos são seres maravilhosos e autênticos, mas depois olhei bem para a pergunta e vi logo a resposta. São, claro. O problema é a maravilha e a autenticidade serem características tão excessivas para os dias que correm.
ResponderEliminarNão tenho duvidas nenhumas, sou completamente adepta do bom selvagem. E quanto aos dias que correm, é tudo uma questão de sermos finalmente adultos e fazê-los andar ao nosso ritmo, em vez de seguirmos o [ritmo] dos outros. Mas não te estou a ensinar nada, sabes disso muito bem.
EliminarPassemos, então, à pratica, cara amiga.