21.12.12

No dia em que o mundo não acabou



Comi uma caixa inteira de chocolates de Jeff de Bruges, 250 gr, que me ofereceu a mãe da miúda, que trago todos os dias da escola da minha filha até à ama dela. A miúda é adorável mas aborrece-me com tretas que quer chocolate ao lanche todos os dias e que é mesmo muito importante termos televisão. Os meus chocolates não são maus, mas o buzz que se anda a fazer à volta disto é exagerado. Da outra vez esta mãe ofereceu-me flores.
Sou actualmente paga em chocolate e flores.

Não vou estar com uma pessoa que me faz mesmo muita falta, mas já lhe disse hoje ao telefone que gosto muito dela. Não é a mesma coisa. Se é Espanha que se coloca entre nós, Espanha devia afundar.
Privarei daqui a pouco, com três das pessoas mais importantes no mundo, em absoluto. E as mais bonitas e inteligentes também, e não digo isto porque duas delas saíram de dentro de mim. Este julgamento é completamente imparcial. Estamos a preparar a vinda de mais outras três, também elas de sua importância. Abastecemo-nos de música, álcool, alguma excitação, projectos de passeios e açúcar de várias formas e feitos.

Ouvi Alt J e The XX mesmo muito alto e fingi que estava a dançar num bar muito, muito underground que existia no Ginjal e que, evidentemente já foi devidamente fechado pela ASAE ou por uma brigada de anti narcóticos, que ainda não percebeu onde está realmente o problema. Ou então anda-se a fazer de distraída.  Detesto desmancha prazeres e mesmo que eu não pudesse usufruir daquela nuvem que por ali pairava gratuitamente, ficava satisfeita em saber que havia quem por lá andasse a ser feliz. Não sou uma pessoa invejosa. Tenho muitos defeitos, que os tenho, mas a inveja é coisa que a mim não me assiste.
Que sejam todos felizes, a ver se me incomodo.
Os meus vizinhos são mesmo muito queridos. Ou então são surdos. Se me tivesse sobrado chocolates ia agora oferecer-lhes.

Continuo a pensar que tenho mais razão que os outros em regra geral. Uma constante desde 1983.

Li duas noticias verdadeiras e fiquei a pensar se não seriam da Imprensa Falsa, ou assim. Inacreditavel, a quantidade de vezes que isto me tem acontecido.

No espaço de 24 horas pensei 4 vezes que algo era anacrónico :
- animais selvagens a actuarem em circos,
- a figura da primeira dama em regra geral, e da nossa em particular,
- mulheres serem vistas ou tratadas como inferiores aos homens (até me incomoda escrever estas coisas, isto não é assunto desde ha mesmo muito tempo. Que atraso de vida.)
- e no filme Titanic a personagem Rose ter feito a depilação debaixo dos braços.

Escrevi um texto no blogue sobre paixões que me assolaparam em 2012, algo bastante umbiguista que estou morta para me ler e, entretanto, lembrei-me que deixei cenas congeladas dentro do carro, porque não consegui carregar com tudo aqui para cima de uma só vez. Pelo que concluo que hoje vamos jantar uma grande carilada de gambas e que vamos ter que ficar por aqui.

12 comentários:

  1. Porquê 1983? Posso asseverar que me estreei na clarividência lá para os 3 anos, no máximo

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    1. Nasci toda queimadinha, a minha mãe passou a gravidez no meio de uma guerra colonial, vim ao mundo com o cordão umbilical enrolado três vezes ao pescoço. Estas coisas demoram o seu tempo...

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  2. não é justo a lista de paixões de 2012 vem antes da lista de livros 2012? ;)
    foi uma optima ideia teres esquecido os congelados no carro... uma carilada de gambas para celebrar a chegada inverno vem mesmo a calhar ;)

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    1. :D
      Caraças, pa ! Desde que te conheço não paro com esta mania. Juro que não era assim antes. Foste tu que me transformaste ... "nisto".
      Qual Inverno ? Temo bem que nunca vou ver a cor da neve este ano, minha cara...

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  3. e venha a carilada de gambas. ;-)
    bon appetit!
    e bom natal tambem, ja agora! com gambas e chocolates e outras coisas doces que nao se comem.

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    1. Já cá canta ! :)
      Bom Natal para ti também, Sofia, com todas as calorias e calores que isso implica.

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  4. Assim muito de vez em quando, gostava de receber uma jeira inteirinha em chocolates, era lindo. Dóna Rita pode passar nos rh para receber o seu pagamento, quer em caixa ou avulso? :P

    1983 é um bom ano, nessa altura eu já sabia andar de bicla pelo que também deve ser mais ou menos por essa altura que comecei a ter nódoas negras (ainda que não na alma apenas no corpo...)

    Adorei o post, aliás como sempre, obrigada pelas tuas palavras e continuação de Boas Festas!!!!

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    1. Esquece isso. Três dias de excessos choclateiros depois e não posso ver a cor castanha, nem preta, muito menos branca. Se alguém se apresentar à porta com um pacotinho de chocolates, mesmo artesanais, leva com o frasco de Nutella em cima. O de 1 quilo, edição especial de Natal.

      1983 um bom ano... De onde se depreende que gostas de nodoas negras corporais. Não sei o que pensar, oh Rita !

      Obrigada e boas festas e votos de muitos excessos, mas variados.

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    2. Uauuu um quilo de Nutella, gostava de ver isso!!!!

      Das nodoas negras, não há muito para pensar, é o que é, muitos tombos, muitas mazelas :P as da alma essas também aconteceram aos trambolhões, com a vida, mas nada que o tempo não cure!

      Isso de variar nos excessos é que já não vai poder ser, para mim é; chocolates, pasteis de amêndoa da minha avó (os melhores), bolo rei, e é só!

      Beijos

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    3. Não existe ai em Portugal embalagens de 1 kilo ? Uma coisa do demo.

      Apenas três excessos, tudo bem, alterna então e boa sorte.

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  5. ai gostei muito, adoro estes teus textos, há sempre uma ou outra linha com a qual me identifico quase a 100%. também cá tive gente do coração a jantar, também me abasteci de comida e vinhos e chocolates, passamos hoje o dia enclausurados a descomprimir das festas natalícias.
    ahhh como é bom o caos e depois o chocolatinho que se come no sofá.
    gostei :)
    bom ano!!

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    1. :) Bom ano para vocês também, que no teu blogue vêm aos molhos de quatro. ;)
      Agora é fazer as resoluções para 2013, mas com vinho é num instantinho. E o caos ajuda muito ao brainstorming das ideias. Vai tudo ser feito de rajada.
      Manda-me a tua morada que te envio o resto dos meus chocolates, ja não os posso ver à frente.

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