15.4.13

Uma noite espontânea

Convidados à última hora para uma festa pijama no VIème, as crianças deixaram-nos com uma noite de sábado vazia de rotinas domésticas, banhos, jantares e outros afazeres literários com ilustrações coloridas. Olhámos um para outro o que vai ser de nós ? Descalçamos as pantufas que não temos e nem sequer apanhamos trânsito no caminho do Point Ephémère, onde nos esperava nem sabíamos o quê, mas onde fomos muitas vezes felizes.

Ia haver dois concertos a que dissemos que sim cega e surdamente, logo a seguir de encher os copos recicláveis de poções mágicas devidamente legalizadas, ver passar o metro aéreo e constatar que estava uma bela noite, sim senhora, apesar das nuvens e das tendas dos sem abrigo. Assim vivemos nós, entre dúvidas, culpas, risos e o que é possível.

Entre o primeiro e o segundo gig bebi outra vez e senti-me feliz, no meio daquela gente toda com pouca luz e outro tanto de vermelho, com o namorado a falar e a fazer-me rir como no Verão de 2002 e lembrei-me com surpresa porque é que falo todos os dias francês, tenho dois filhos e por aqui ando, muitas vezes sem saber porquê, desde então. Dirigi-me rapidamente ao bar e pedi a mesma coisa, mas desta vez duplo, s'il te plaît.



6 comentários:

  1. hajam muitas noites assim que nos lembrem porque é que afinal ha coisas que fazem tanto sentido e que compensem "largement" os dias em que tudo parece "moins évident" :)

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  2. A espontaneidade tem coisas fantásticas, não tem?... :)

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    1. A espontaneidade devia estar em todo o lado a toda a hora, como e quando nos tornamos nestes tecnocratas existenciais ?
      Agendas, listas, programação, eficacia.

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