Chegámos a correr, atrasadas um minuto. Eu sabia que a observação pormenorizada da formiga que carregava uma folha sozinha não era pertinente. A porta estava fechada e a campainha não estava a surtir o resultado desejado. Lá conseguimos por portas e travessas, entrar. De mãos dadas. Ainda de mãos dadas. A mão dela num terço da minha. Segunda porta e veio a senhora das chaves. Isto aqui é um cofre forte e fecham ao segundo exacto, disse a sorrir, antes que me tivesse que desculpar pelo atraso. Eu vou-te levar à tua sala, disse-lhe. Não obrigada, eu sei o caminho. Senti-me a desfalecer, mas fiquei calada, se ela pensa que consegue, não vai ser esta mãe que se vai opôr. You go girl, you go! Beijinhos, beijinhos. Diverte-te ! Já com ela a afastar-se, com a mochila enorme nas costas. E vê-la a atravessar o pátio, enorme, vazio, tão hostil com aquele chão cinzento de alcatrão, ela, tão pequenina, cada vez mais pequenina. O prédio enorme, mil janelas, outros tantos andares. Enorme a porta que não estava a conseguir abrir. Puxa ! Gritou a senhora das chaves que tinha ficado ao pé de mim. Puxou, abriu, olhou para trás a sorrir e desapareceu.
...
Dói, mas é só hoje, amanhã, eventualmente depois :)
ResponderEliminarNão, nem sei se se trata de uma dor. Nao vamos também dramatizar... Trata-se apenas, e tão simplesmente de se arrancar um orgão vital, do nosso interior, sem acesso à sabedoria medicinal do século XXI. Ou a qualquer tipo de anestesia. Tão somente !
ResponderEliminarEm carne viva.
É um sentimento duplo e copmpletamente oposto sentir que eles estão a crescer.
ResponderEliminarAcontece que comigo nem é bem assim, eu quero mesmo que eles cresçam e apenas vejo nisso coisas boas. Não existe dualidade dentro de mim. Queria é que me deixassem ir com eles. Esta pacada da separação não me entra na cabeça, não me entra, não me entra. ;)
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