Na pele de uma mosca II

Ao lado do pátio da escola, do lado de fora, ali do lado direito como quem vem da rua e está à frente da porta encontra-se um jardim público bastante apetecível. Bancos, relva, mesa, escorrega, árvores. Vazio. Nem uma alma viva. Um silêncio delicioso. Dá-me uma vontade súbita e mesmo muito forte de ler um livro. De o ler durante umas 200 páginas, até que chega a hora exacta em que - coincidência - é a hora do toque para o intervalo. Uma folha verde caíu de uma árvore e fiquei cheia de vontade de saber de que galho, precisamente, ela vinha, pelo que subi para cima do banco. Ao pé da árvore acontece que se situa um muro todo coberto de uma trepadeira. Num dos ramos dessa trepadeira, ali mesmo em cima, estava uma formiga, daquelas que não carregam folhas, e tive mesmo que me aproximar para a ver. Mesmo. Não podia não o fazer. Tinha que ser ali e agora que tinha que compreender o fascínio da minha filha pelos insectos. Uma mãe têm que se interessar pelos interesses dos filhos. E se não o fizer enquanto pequenos, depois, na adolescência já é tarde demais e o elo mãe-filho já não que se pode formar, torna-se impossível de se estabelecer. Para sempre. Para todo o sempre. Havia, portanto, uma urgência. Ao olhar para a formiga, ouvi um zumbido de uma mosca. Ou seria uma abelha ? Tive que levantar a cabeça. E não é que dou de caras com o pátio da escola da minha filha, na hora do intervalo ?
Ele há coisas ...