10.8.12
Postal desta vez realmente ilustrado do Minho
Cara e fresca Helena,
Andei a remoer o que disse do teu Minho ali atrás e tento, desta forma, redimir-me. Seja o que tu quiseres.
A foto foi tirada na aldeia de Campos no Gerês, depois de termos desistido de ver cavalos selvagens na mata da Albergaria e de termos nadado numa ribeira não sei quê para calarmos os miúdos. Era isso, ou o terceiro gelado do dia.
Aqui fomos felizes, cada um à sua maneira. Na foto de família, o único que se deixou apanhar foi o meu filho, e de costas, que o canito é mais importante que a máquina da mãe. E está muito bem assim. A minha filha, não faço ideia de onde esteja. De cada vez que entramos nestas aldeias, ela assume que está no Portugal dos Pequenitos e desata a bater às portas, a espreitar às janelas, a falar com quem encontra, acredito que ache que aquilo tudo seja um cenário. Tudo encenado. Que não seja de verdade. Se lhe perguntar como é que se chama o senhor vestido de preto, com um cajado, que estava sentado nas escadas, e com quem travou conversa, informado-a que tinha cento e cinco anos, a resposta não vai andar longe de Mickey ou Astérix. Tentei explicar uma vez que aquilo é a vida real, mas quem sou eu ? Eu ando a sonhar viver numa aldeia, desde o início do mês passado. Eu, as minhas ovelhas, o meu queijo, os meus filhos com sotaque do centro e o meu francês a estudar passarinhos. O meu francês que, de cada vez que lhe falo deste meu sonho, sente um interesse súbito sobre algo que está no lado oposto da aldeia e desaparece. Daí a sua ausência na foto, estava a demonstrar uma curiosidade profunda, quase profissional pelos espigueiros vazios, que aqui se chamam canastros. Acho que fui longe demais, daquela vez em que nos imaginei felizes a viver no deserto australiano, o tempo que perdemos com a questão dos visas ainda lhe está atravessado. O que é que eu podia fazer ? Os koalas são tão fofinhos.
Eterna e blogosfericamente tua,
Carla R.
PS : Agora que voltaste ao trabalho duro de emigrante, vou pôr em dia os 5 ou 6 postais que te couberam em herança. Lamento, mas correspondência com correspondência se paga. Era isto ou sombrinhas da Regina derretidas. Azar.
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Um postal líndissimo!
ResponderEliminarPara a próxima vai também comer costelinhas a Caminha e espetadas aos Arcos. O Minho fica muito mais bonito quando temos a barriga devidamente reconfortada.
ResponderEliminarEstou com a gralha. Não imagino o Minho sem a comida (e a bebida).
ResponderEliminarAi, quem me dera saber escrever postais assim!
ResponderEliminarJá foste passear para Brufe? Lá tem O Abocanhado, um restaurante fantástico (e um bocado caro). E vê se consegues ir a Sobredo, entre Ermida e Entre-Ambos-os-Rios. Parece que se recua 500 anos no tempo. Além disso, do Gerês para Ermida tenho encontrado sempre cavalos.
E não te esqueças de comer carne barrosã no Espigueiro, no Soajo. E de ir passear para a Senhora da Peneda (não te esqueças de ver os santos nos altares, todos de chapéu como lavradores minhotos).
Mas já me estou a repetir - já te disse isto tudo pelo menos 3 vezes.
E Caminha? Dá uma volta à igreja matriz, tem lá uma gárgula malcriada como tudo. E já que andas por aqueles lados, não percas a praia de Forte de Paçô, já mais perto de Viana.
(ai que saudades de tudo!)
Sombrinhas Regina derretidas, hehehe!
ResponderEliminar(Quanta alegria pode caber num bocado de verão em Lisboa contigo!)
(A minha filha acabou por ir ao tal concerto no café Tati, adoraram, e depois foram de lá para os fados, adoraram - ela ainda tem mais jeito para meter o Rossio na Betesga que eu...)
(Será que no próximo postal vais falar da minha fixação no H&M?)
Ja não estou no Minho e agora, pelos vistos, vou ter mesmo que lá voltar não sei quando, só sei que não vai ser em Agosto. Estes comentários vão ficar guardados para utilização futura, se bem que o que eu devia mesmo fazer era alugar uma camioneta e levar comigo as bloggers minhotas que aqui se encontram. Assim deixava de haver desculpas. E sempre tinha com quem partilhar o arroz de serrabulho, , ou lá o que é isso, que me deu vontade de ser Vegan durante 6 horas em Sintra (depois explico).
ResponderEliminar(Quanto ao nosso dia inteiro em Lisboa, Helena, está previsto fechar esta colecção de postais. Gosto de finais apoteóticos.)(Podes começar a tremer!)
:)
ResponderEliminar(como varas verdes!)