Tokyo é dos melhores lugares de Paris, e isto sem hesitações, que não há lugar para isso. Nem para aquilo. Não vão encontrar links escondidos nesta última parte, é tão somente uma questão de sonoridade.
Sábado passado, a minha filha estava inscrita num atelier :: alarme babyblogue :: enquanto corríamos para que não chegasse atrasada, esbarrámos num americano enorme, vestido de preto, com uma écharpe branca, como só os americanos em Paris sabem usar. Não, têm coragem. Como só os americanos em Paris têm a coragem de usar. Numa conversa intercontinental, contava ao smartphone que "It's strange, it's even stranger than what I expected, but it's sooo cool, oh yeah, so cool".
No Palais de Tokyo já me senti como um burro a olhar para um palácio. O de Tokyo.
Atingi às vezes o que alguém quis transmitir e senti-me grande. Senti-me bem. E é bom sentir-se bem. E grande. Mesmo quando não tem a ver com gastronomia.
Já me senti mal. Miseravelmente mal, mais o cru mais cru do que a carne viva de um documentário, interdito a menores de 90 anos que ainda detêm ritmos cardíacos.
Já me diverti despudoradamente a participar num clip falso do Space Oddity do Bowie. Envolvia um quarto escuro, muita farinha e raios laser.
Já aprendi. Já desaprendi. Já me apeteceu ser uma anarquista violenta. Já me apeteceu nunca mais sair dali.
Há quem jure pela arte clássica, há quem jure pelo renascimento, há quem jure pelos impressionismos. Eu já percebi que a jurar, posso fazê-lo por todos. Maniazinha estranha, esta de se escolher sempre. Se no Louvre me extasio à pala do Delacroix e no Orsay vibro pelo Van Gogh, no Tokyo levo murros e divirto-me, e nem sei de quem.
A arte é um bom grupo de amigos, onde todos podem entrar. Novos e velhos. Quantos mais melhor, tragam quem quiserem. E não escondam os fios, nem os buracos nas paredes, nem queiram ser perfeitos. Sejam antes convincentes. Autenticamente convicentes. Confiem.
Enquanto explorava este museu onde tudo parece permitido, onde nos apetece sentar e desenhar, onde nos apetece fazer parte, onde se faz skate e onde os vitrais são escritos com marcadores negros, vi passar o grupo da minha filha, com aspiradores feitos por eles com peças recicladas, divertidos a aspirar os amantes de arte contemporânea mais incautos. 5 anos e já faz performances artísticas no Palais de Tokyo. Diverte-se. Uma artista. Uma obra de arte.
Um orgulho, é o que vos digo.
Oh pá, que fixe! É só os meus crescerem mais um bocadinho e arrasto-os logo para o nosso sucedâneo para programas do género que é a Gulbenkian.
ResponderEliminarPor acaso vou começar agora (espero não ser tarde) à procura de alternativas à praia para este Verão, que o ano passado quase cortei os pulsos mais o sol e a areia e o camandro. Adoro praia. Durante 3 dias. Depois posso passar a outra coisa sem ressentimentos, nem nostalgias.
ResponderEliminarParece bastante waou!
ResponderEliminarMas e o tal atelier era para se fazer exatamente o quê ?
gosto destes itinerários, fico mega-invejosa, aqui na terra há alguma coisa de ateliers mas ainda assim ainda não consegui ir a nenhum. por outro lado falta-me lugares estimulantes para ir só por ir.
ResponderEliminarapetecível ir a Paris ver cenas!
Quanto mais falas de Paris, mais me parece que estava cheia de preconceitos contra essa cidade!
ResponderEliminarjá que falamos em exposições e discos pedidos, fica a dica: a joana vasconcelos é a primeira mulher a expôr arte moderna em versailles, em julho próximo.
ResponderEliminarqueremos relato ;)
O atelier começava, como a maior parte dos ateliers em museus, com uma visita a obras que tivessem a ver com um tema, neste caso o ready-made e o aproveitamento de objectos do quotidiano para se fazer arte. Depois construiram um objecto e foram mostra-lo a quem estava a visitar. Giro foi depois a explicação dela das obras que viu e nos mostrou à sua maneira e das reacções das pessoas.
ResponderEliminarAcredito que haja também actividades assim em Portugal, não sei é se vou ter sorte com os meses de Verão... Quanto ao relato, vai dar se continuar em Setembro. Como boa emigra Julho e Agosto passo na terrinha.
A maior parte do mundo e mesmo dos franceses têm a mesma ideia de Paris : o chique, o BCBG e o snob. E é verdade que isso temos por aqui aos pontapés, mas é uma cidade enorme e encontra-se de tudo. Quando me apetecer hei-de organizar estes posts para que possam depois ler tudo o que se pode encontrar em Paris, se a torre Eiffel e a Notre Dame ja tiverem dado o que tinham a dar.
Também é um dos meus locais favoritos :)
ResponderEliminar**SOFIA**, talvez haja relato a Joana Vasconcellos já está instalada em Versailles. Pode ser que ainda passe por lá.
ResponderEliminarUm :) ali para a Carina.