15:15 no parque floral de Vincennes

Finalmente um dia de sol, e finalmente enchemos o Paris Jazz Festival deste ano. Ainda a tempo de ouvir e aplaudir a ante-estreia do álbum de Bireli Lagrene, que vai sair apenas em Setembro. No mundo do Jazz ainda se pode trocar as voltas ao marketing e à promoção das editoras. Será o Jazz o novo rock and roll ?

O ambiente é descontraído, ninguém parece estar preocupado em ver ou ser visto. O que é uma frescura, ao contrário do que costuma acontecer em festivais e concertos de outras praças. Aqui vive-se. E ainda parece que a música é o mais importante. E o piquenique bio.

Na toalha de piquenique do lado direito uma mãe bronzeia em biquini com a filha adolescente, comunicando de tempos a tempos com um Walkie Talkie* com o pai. Na minha faz-se cambalhotas, enquanto procuro apanhar os tomates cérise antes do esmigalhanço final - gastronomia e ginástica ritmica não combinam, já dizia a minha avó. Na toalha da direita, alguém lê Le voyage de l'éléphant de Saramago, e quase lhe ofereço um copo de vinho e um daqueles abraços. 

Um sinal de que é bom tempo de voar até Lisboa. 

Está quase, está quase.

* Em francês Talkie Walkie, se isto não é ser do contra ...