Uma história natural

Eufigénia queria falar sobre o Musée de Histoire Naturelle há que anos, queria dizer como é interessante, bonito, acolhedor, educativo, didáctico, misterioso e poético. Não fazia a mínima ideia em que ordem colocar estes adjectivos, nem como não fazer uma comparação com o equivalente em Lisboa, e não ser lida como uma emigrante armada num qualquer animal pedante com ares de que lá fora é que é bom. Eufigénia não gostava de comparações. Depois das provas desastrosas em educação física no 7° ano, que jurou a si mesma julgar-se e julgar os outros apenas por que são em absoluto. Ponto. Eu tinha asma ! Ela. Ela tinha asma, mas passou com a idade. Ela está bem.
Eufigénia estava também mortinha para falar do extremo interesse que a sua brilhante filha mais velha, de 5 anos apenas, coisa mais rica, mostrava face a todos os detalhes e legendas em letra pequenina. Estava a roer-se toda para não falar do filho mais novo, 3 anos de muita energia, que utilizava este espaço enorme como se de um estádio olímpico se tratasse, parando apenas para contemplar o narval e uma cena de caça, actividade que espontânea e prontamente julgou como deplorável, antes de arriscar um salto em comprimento muito bem sucedido de 3 metros 15. Um orgulho.
Eufigénia nunca postaria este post por uma questão de pudor, o que têm os outros a ver com os museus que eu gosto e frequento ? medo de ser mal interpretada e porque lhe faria confusão estar a escrever num blogue de interesse duvidoso em vez de lançar uma urgente máquina de roupa, que já andava a pedi-las há pelo menos 2 dias.
Este post não é auto biográfico. Pelo menos não em cento e dois por cento. Cuidado com as precipitações, julgamentos e comparações.