17.3.11

Olhem eu sem mãos !

Até agora a educação, neste blogue, era algo tão leve como um relinchar de um poney. Os minúsculos andavam livremente a cavalgar pela pradaria e eu, assumida mãe capotada aos comandos, ali, no limbo, entre as interdições e as motivações, a tentar, o melhor que podia, gerir desejos "toma lá a bolacha" e evitar catástrofes "não atires com a bola contra o vidro".
As intenções eram boas.
A educação, esse travão aos desejos e à liberdade dos nossos pequenos bons selvagens, era usada com moderação. Na última reunião na pré-primária a palavra performance veio à baila, a minha pele de galinha também, mas evitei cacarejar. Not so fast, cowboy !
E agora ? Até onde vou levar este meu improviso inspirado no slow live e no feito à medida ? Até onde vou a prejudicar a integração minúscular a um ritmo de uma classe de aulas, ao deixar sempre as rédeas tão soltas ?
Ensinar aos minúsculos o que eles devem aprovar ou desaprovar e, essencialmente, como raciocinar, não vai limitar a sua liberdade de pensar ? Desta vez, os tomates vão para Kant, que o meu anti-nódoa acabou, afinal, foi ele que começou isto tudo - a prova : "retirar ao homem a liberdade de exprimir livremente os seus pensamentos, é retirar-lhe a liberdade de pensar".

E agora, castro ou liberto ?

33 comentários:

  1. Ah o eterno dilema entre o sim e o não! Que fazer quando não pode haver meio termo... onde está o manual de instruções da maternidade/educação? Porque tem de ser tudo por tentativa/erro?

    Bela teoria kantiana sim senhor... se pudesse ser posta em prática em toda a sua plenitude! Temos assim uma 'espécie' de liberdade socialmente contida...

    E agora? Também eu gostava de saber!!

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  2. será que o mundo é mesmo um t0? ou seja, por muitas voltas que todos possamos dar vamos fatalmente acabar no mesmo beco?
    não sei como não esbarrámos uma na outra porque parece-me que estamos na mesma rua!
    mas Kant? parece-te a ti o mais indicado para pregar sobre liberdade?

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  3. As coisas tornam-se mais simples quando conseguimos distinguir entre os nossos caprichos (e sobretudo as nossas ilusões do que deve ser para ser como nos filmes mais cor de rosa) e o realmente necessário.

    De um modo geral, acho que um conjunto de regras muito claras e razoáveis são a condição fundamental para eles crescerem bem e começarem a pensar pela sua própria cabeça. Contra os pais, claro.
    Quanto aos valores: como não sei nem para mim, pergunto-lhes a eles o que acham. Costumam dar-me boas sugestões.

    (gosto especialmente quando me vêm com queixinhas terríveis, ele fez-me!, ela aconteceu-me!, e eu os mando debater entre os dois que castigo merece cada um. E eles concluem que não é tão grave, e o assunto morre ali, ou então dão-se castigos diferentes, que ambos consideram justos. E negoceiam, é mesmo muito engraçado: "em vez de um dia sem ver televisão, levo o lixo à rua em tua vez")
    (está bem, está bem: chamem-me mãe preguiçosa, vá. Mas desde que descobri este truque, nunca mais tentaram enganar-me com histórias mirabolantes sobre as coisas horríveis que o outro fez.)

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  4. Blue Eyes - A grande questão que me choca é a mudança de discursos tão repentina, até agora, era o pediatra a dizer "cool, peace and love" respeitemos o ritmo de cada um. No primeiro ano da pré-primaria, uma musiquinha new age, cada um faz a actividade quando se inspira, aqui apenas se sugere, não se impõe (entretanto, ja tinha andado ao tio, ao tio, com a obrigação fixa da data limite do desfralde para poder entrar na pré) e agora isto - objectivos, ritmos, performances. E eu a dizer "diverte-te" de cada vez que a deixava na escola... tss, tss, tss... não tinha percebido nada.

    Rosario - Oh ! Somos vizinhas de ideias (ideais ou idiotas?).
    O que é que o Kant te andou a fazer ? Preferias Spinosa ?

    Helena - Os nossos caprichos, ou os caprichos da professora, ou os caprichos da vizinhança, ou os caprichosos da sociedade ?
    Quantas vezes algo que tu toleras não é tolerado pelos outros e vice-versa ? E as crianças no meio disto tudo ?
    (Acho excelente essa forma de agir, assim são eles que pensam e julgam e se responsabilizam e se desenrascam).

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  5. Eu sempre alinhei nessa do crescerem ao sabor do vento. Sempre disse e continuo a dizer: Divirtam-se!!! Mas a verdade é que, com a entrada da mais velha no 1º ano, percebi que não podem só andar a divertir-se enquanto estão no pré-escolar ou então vão andar. nos primeiros tempos, completamente às aranhas como andou a Margarida. Por ter visto o que ela sofreu (e eu também)vou tentar preparar os gémeos e o Gonçalo de outra forma. Claro que têm que se divirtir, mas é melhor irem ganhando aos poucos algumas noções do que depois levarem um grande balde de água fria.

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  6. Liberta, porque não faltará quem castre. É um processo tramado (os nosso filhos não serem como os outros, não terem os mesmos objectivos) e não sei se resulta. No caso da mais velha, que pequenina questionava o mundo e andava na rua vestida como se fosse carnaval todos os dias, agora é vê-la a chorar quando tira um "Bom" em vez de um "Muito Bom", ou seja, a coisa funcionou ao contrário. Mas pelo menos continua a questionar o mundo e a professora e a directora da escola e...

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  7. Liberta, liberta!
    (o pai que assuma o papel de mau, é assim que vem nos livros de contos de fadas - isto, na existência de uma madrasta, claro)

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  8. Quanto aos caprichos e às imposições dos outros, tens duas soluções:
    - ou encontras a "seita" certa (Montessori, Walldorf, Jenaplan, infantário florestal - na Alemanha há isso, é inacreditável: faça o tempo que fizer, as criancinhas passam a manhã na floresta)
    - ou partes do princípio que os teus filhos saberão responder adequadamente às solicitações do mundo real, e a toda a família se pede que faça das tripas coração (ou seja: se os pais tiverem dúvidas, os miúdos vão perceber que não é preciso aceitar as coisas como estão)

    Em todo o caso, se não é para os deixar numa Walldorf até aos 18 anos, eles têm de ser preparados para o mundo "tal como ele é".

    Nós tivemos sorte: quando os miúdos tinham 6 e 3,5 anos foram para uma escola Montessori onde passavam o dia a trabalhar muito concentrados. Porque queriam. As professoras deles sabiam cativá-los para um trabalho. Começava assim: "bom dia! em que queres trabalhar hoje?"
    (note-se que na Montessori brincar também é um trabalho: é uma actividade respeitada)

    Por volta dos cinco anos, as minhas sobrinhas gémeas mostraram-me os dossiers do ano. Estavam todas orgulhosas. Abri os dois, e eram iguais. Aquelas desgraçadas eram obrigadas a fazer tudo tal e qual como os outros, uma página cheia de aaaaaaa, uma maçã pintada de vermelho, uma paisagem de chuva, etc. Eu teria fugido de uma escola assim a sete pés.
    Em compensação, na Jenaplan os miúdos da primeira classe recebem logo na primeira semana uma folha plastificada com desenhos para cada letra (l e um livro, r e um ratinho, etc.) e um pedido da professora: "escreve-me uma história". A matemática aprende-se com o corpo, por exemplo nas escadas da escola: sobem alguns degraus, depois mais alguns, descem todos de uma vez, um dois, um dois três, agora todos juntos, um dois três quatro cinco. Aaaaah! Eureka.

    O problema da Jenaplan é que os miúdos se habituam a pensar pela sua própria cabeça, em vez de aceitarem andar no rebanho - a escola faz questão de ser democrática, com reuniões diárias para debater o que está a correr mal, dizer o que está a correr bem, e coisas assim. Quando chegam ao secundário, é preciso arranjar uma escola que saiba lidar com estes seres educados para a liberdade, a responsabilidade e a autonomia...

    (qual era mesmo a pergunta? ooops, lá divaguei outra vez)

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  9. já não sei mesmo qual era a pergunta. estive a ler o comentário da Helena e o assunto ficou mesmo sério. Helena, estamos em Portugal, eu nem sequer vivo em Lisboa... tenho 3 filhos e estou mesmo muito angustiada com o crescimento da miúda do meio. a escola... como dizer... não podia ser mais ao contrário daquilo que eu acho que deveria ser. mas qual a minha alternativa real e efectiva? a tentação de a tirar da escola no próximo ano é tão grande! mas e depois?
    tenho visto que há montes de pais com as mesmas dúvidas mas cada um se vai desenrascando individualmente e de acordo com os meios de cada um.
    como resolver esta questão? olhar para um filho e ver que ele poderia vir a ser qualquer coisa mas vai apenas ser mais um?

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  10. Rita - A pré-primária, pelo menos em França, (maternelle) tem um programa definido. Este ano, por exemplo, têm que aprender todas as letras, os números, a dividir as sílabas, graficamente também há exigências, etc. O programa, para quem for mais curiosa, encontra-se neste PDF (pág. 30)
    http://media.education.gouv.fr/file/Espace_parent/09/2/guide-parents-maternelle_43092.pdf
    Não é raro saberem ler antes de entrarem para a primária.

    Calita - Liberto, claro que liberto. Mas tenho que arranjar uma maneira inteligente para evitar choques destabilizantes ... Que seca ! Como faccere ???

    Helena - A pedagogia da Maria (Montessori, vá desta vez digo o apelido) é muito apelativa e é muito mais próxima da que praticamos, às vezes sem querer, em casa. Mas cada escola é uma escola e pareceu-me importante, nesta altura, pelo menos, previligiar as pessoas que estariam em contacto directo com as crianças e a distância de casa (assim, pertinho, posso almoçar com eles o que lhes permite quebrar um pouco o dia e além disso não perdemos tempo no transporte), mas, se calhar, vou ter que rever prioridades... não sei...

    Uma das críticas (tinha que haver, nada é perfeito) que as mães das crianças que andavam nessas escolas me transmitiam, era a lentidão, que depois as crianças quando fossem para a escola "normal" tinham problemas em apanhar a ritmo e ficavam um bocado à nora.
    O que tens a dizer disso ?

    Rosario - Andas a "mostrar aos filhos que as laranjas nascem nas árvores, as batatas na terra e a lã dos gorros podemos ir tirá-la às ovelhas" isso vale ouro, além disso és uma mãe atenta, não vejo como seria possível que se transformem em "apenas um".
    Seja como for, e se ainda por cima, não és a única mãe com este tipo de preocupações, porque é que não se juntam e tentam arranjar soluções colectivas, ou fazendo pressão ao pé da escola ou criando actividades extra-curriculares compensadoras ?
    Digo eu, assim, em francês, que falar é fácil e ainda vai sendo gratuito ...

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  11. Este assunto é-me tão "caro" na fase em que nos encontramos ... o meu filho tem uma "educadora" (custa-me caracteriza-la assim porque ela é tudo menos educadora) mesquinha, rude, ignorante...e mais e mais, com quem eu tenho uma luta, desde a entrada dele na pré aos 3 anos - ele agora tem 4 anos falta 1 para sair da pré). Não sou só em que pensa assim. Para mim é uma angustia. Tento atenuar a situação: vou busca-lo para almoçar comigo e na parte da tarde vou busca-lo às 16 horas, está inscrito em todas as actividades extracurriculares que existem no colégio. Ele costuma dizer: “mãe queres saber o que gosto no colégio? É natação, inglês, musica.” São todas actividades em que ele não está sob orientação dela.
    Já pensei em trocar de educadora, mas todo indica que as outras duas não são melhores. Para mim é difícil de aceitar tal pessoa e ela sabe, porque já lhe disse e demostro-o inequivocamente. Não a suporto. Diariamente faço um esforço para que o meu filho não se aperceba desta situação conflituosa.
    Já procurei outros colegios e o que me conquistou foi o Colegio Ingles, mas tem o ingles como lingua materna, e por isso não quero. Que pena.
    Neste colégio, tb tudo é TRABALHO, são bastante exigentes a nível da aprendizagem, mas isso não me preocupa, o meu filho é um menino inteligente, não tem problemas de aprendizagem -antes pelo contrario-, o verdadeiro problema é que nos educamo-lo para o que é verdadeiramente fundamental: espirito e pensamento livre, com valores e principios, nobreza de caracter (não de titulos) e tudo isto é estranho para ela. Como a minha mãe sempre fala: "quem não tem não pode dar".
    Eu sou das tais que pensa que o trabalho pode e deve ser prazeroso, não tem que ser um sacrificio, por isso no inicio de cada dia digo para o meu filho:
    "A mãe ama-te muito, tem um dia feliz e divertido".

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  12. Se calhar há Montessoris e Montessoris. O meu filho, aos 4 anos, percebia como é que se divide 900 por 3. Era a irmã de seis que lhe ensinava. Adoravam ambos puxar pela cachimónia. Nas longuíssimas viagens de carro (EUA...) o grande passatempo era fazer contas de cabeça: 112 mais 37? etc.
    E o de 4 anos não tinha problemas em dividir 13 gomas por 3 meninos (partia a última em 3 bocadinhos) (por acaso não lhe dei 17 para dividir por 9 crianças, essa escapou-me...).
    Desconfio que o problema dessas crianças não é um ritmo lento, mas ser-lhes imposto um ritmo que lhes é exterior. Imagina tu passares de trabalhadora por conta própria para submissa de uma chefe palerma...

    A Jenaplan também aposta muito em deixar que a criança encontre o seu equilíbrio interior, para aprender a trabalhar como melhor lhe convém.

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  13. Rosário,
    se há tantos pais com as mesmas preocupações, talvez fosse boa ideia debaterem entre todos como gostariam que a escola funcionasse (eventualmente com trabalho voluntário dos pais, se for possível) e ir conversar com a escola. Com toda a calma e respeito, claro, para se criar uma dinâmica positiva. Também sei como isso é difícil: já passámos por escolas onde os pais não são bem-vindos.
    Mas cuidado com essa reunião de pais: muitas vezes toda a gente diz mal, mas quando se trata de melhorar alguma coisa ficamos sozinhos e ainda desatam a dizer que andamos a criar mau ambiente contra a escola.

    Se essa situação não tem realmente remédio, e se fosse eu, diria ao meu filho: "eu queria poder oferecer-te uma escola diferente, mas não podemos fazer nada. Talvez no próximo ano fique melhor. Por agora, tenta tirar o melhor partido possível da situação: não te zangues com o professor, aprende o que lá ensinam, brinca com os outros meninos. Em casa podemos arranjar coisas mais giras para tu aprenderes."
    Penso que as crianças aguentam muito melhor as situações adversas se falarmos abertamente com elas e passarmos um pouco a batata quente para as suas mãos: "eu não vejo como melhorar isto - e tu, tens uma ideia?"

    Os meus filhos já estão com 14 e 16 anos, e quando têm professores incompetentes dizemo-lhes que o melhor é aguentar e ter esperança que no próximo ano venha outro. Até em Berlim a margem de manobra é muito reduzida - especialmente porque os miúdos têm os seus amigos e preferem aturar os professores maus a mudar de escola e de amigos.

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  14. Obrigada pelas vossas palavras. tenho tanto para dizer sobre este assunto... e mais ainda para ouvir e aprender! é quase só nisso que tenho pensado nos últimos tempos. a minha relação com a escola-professora tem vindo a decair e isso causa-me uma angústia enorme. o grande problema que tenho encontrado na escola publica é mesmo a falta de "chefe", uma direcção/administração a quem me dirigir. o que poderia até ser um factor positivo, não o é. as escolas dos miudos são orientadas por uma escola agrupamento a 20km de distância e isso dificulta a comunicação.
    sinto que não falo a mesma língua do que a professora mas ainda não baixei os braços!
    quando a emoção entra na conversa é dificil manter o equilibrio e a razoabilidade.
    sim, acho que estou atenta. mas a dúvida aumenta a cada dia que passa: será que ter mudado de lisboa para aqui foi de facto a melhor opção para os meus filhos?
    portugal é um país pequeno mas com tantas diferenças.
    acho o próximo ano vai ser de mudanças! espero com todas as vossas ajudas, conseguir tomar a melhor decisão para todos nós.

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  15. Rosário, não tens que agradecer. Partilhar experiências, ideias, angustias, formas diferentes de olhar a vida enriquece todos. Deixa dizer-te que, relação negativa com professora não se deve facto ser escola publica, o meu filho está no privado (a meu ver no melhor colégio da cidade onde vivemos) e a relação com a educadora do meu filho é de “cortar à faca”. E existe um “chefe” que tu lamentas não existir na tua, mas de nada serve, a arrogância é tanta que dizem sp que colégio tem regulamento quem não concorda sai.

    Tem calma, quem sabe um dia a sujeita encontra um rapaz jeitoso (minha já tem) que a leva numa viagem à volta do mundo e às tantas é-lhe imputado injustamente a pratica de um crime na Rússia, sendo julgada e condenada injustamente a trabalhos os forçados na Sibéria. È pura imaginação, mas que dá vontade que seja verdade, dá!!!!!!!!
    Quando quiseres “trocar cromos” passa no blog no meu blog.

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  16. Rosário,
    é realmente tão mau? E o problema é aluna/professora ou pais/professora?
    Já tirei os miúdos de uma escola que era realmente má e lhes estava a fazer mal. E já os deixei ficar em escolas, apesar de certos professores.
    O que é que a miúda diz sobre tudo isso?
    Conto uma pequena história passada com amigos meus, que me impressionou muito: quando a filha deles foi colocada na turma dos rufias da escola, a mãe queria mudá-la de turma e o pai dsse que era preciso terem confiança na criança. Não fizeram nada, e a miúda deu-se muito bem - aprendeu a "gerir" os rufias, e fartou-se de aprender para a vida. Para grande surpresa da mãe, que só tinha pensado em protegê-la e poupá-la a situações desagradáveis.
    (espero que fique claro que estou aqui só a mandar ideias para a mesa - no caso concreto, sei lá o que faria!)

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  17. Muitas questões para este fim de semana que queria dedicar ao Dolce Faire Niente...

    1 - Devemos adaptar a criança à escola ou a escola à criança ? Quando vim da tal reunião vinha com a impressão que a escola era arcaica, apesar da forte influência que a pedagogia da Françoise Dolto exerce em todo o estabelecimento (se bem que também existe quem a classifique de has been...). Mas depois, visto que a minuscula anda feliz da vida, que gosto pessoalmente das professoras (que mudam cada ano, o que acho positivo, ao contrario de Portugal), começo a ponderar se não estou à procura, também aqui, de uma perfeição que não existe, nem, muito provavelmente é desejável.

    2 - Há escolas e escolas. Montessoris e Montessoris. E ainda gostava de saber porque é que não se aplica mais este principio (autonomia da criança e respeito pelo seu ritmo) em todas as escolas.

    3 - Escola privada / escola pública - Tendo visitado várias escolas preferi a pública. As professoras pareceram-me mais inteligentes a responder a questões-armadilha (sim, eu ía preparada com rasteiras), a diversidade cultural parece-me sempre interessante e estimulante para a criança, e, é verdade que as escolas públicas, ao menos em França, têem boas infraestruturas, pessoal competente e muitas actividades extracurriculares. Mas, se calhar, é a minha veia de esquerda que não me deixa ver as vantagens do privado.

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  18. Na hora de colocar o meu filho na pré-escola não tive duvidas: privado. Na cidade onde vivo, pela minha experiência e de familiares, pública só se ficar sem dinheiro para o essencial, como comida, habitação e educação.
    O ideal seria a escola pública (se fosse boa), mas como vivemos no mundo real, aqui a melhor escola é privada. Isto porque, no colegio eu posso contar que todos os dias da semana tem colegio, não fica sujeito às greves, agenda das manifes, conflitos sindicais, avaliações ou não de professores, transferências, "pontes", feriados forçados, atestados falsos e por aí adiante. Tb porque existe estabilidade do corpo docente, infra-estruturas e condições físicas fantásticas, actividades extracurriculares sem sair do proprio colégio (não preciso de recorrer ao A.T.L -ocupaçao de tempos livre) e tem um grau de exigencia elevado. Tudo requisitos fundamentais para a minha decisão.
    Existe um preconceito de que uma escola boa é a pública e as privadas são para os meninos ricos, burros e birrentos. A privada tem, mas a pública tb.
    No que a mim se refere, se posso devo dar o melhor ao o meu filho em termos de educação com qualidade, quero lá saber se é pública ou privada, é a melhor ponto final.

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  19. Vou visitar a tua cidade em Maio, podes dar-me uma dica acerca de Hotel/aparthotel onde ficar?
    Estou insegura face à escolha, como vamos com o meu filho temos que ter mais cuidado, os que tenho "visto" são carissimos.
    Fico contente se alguem me poder ajudar.

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  20. Mãe capotada,
    e que tal adaptar os pais, já agora?
    Nada, nada, estou só a pensar naquele dia memorável em que encontrei uma escola fantástica para o meu filho de 12 anos (uma escola onde por exemplo vão para a piscina falar de certas leis da Física) e ele disse "já estou farto de experiências pedagógicas, agora quero aprender."
    Já faltou mais para o dar para adopção...
    ;-)

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  21. Dadinha - Acho que ha preconceitos dos dois lados, depois vai tudo depender de prioridades, de experiências pessoais e das escolas em questão. Conheço (via historias de professores amigos)algumas escolas em Lisboa, onde o essencial funciona bem e onde a opinião dos pais conta.
    Não sei se te posso ajudar muito em relação à tua estadia em Paris, desculpa, mas como vivo aqui, não preciso de recorrer a hoteis, pelo que não os conheço bem.

    Helena - E andamos a adaptar-nos, mais os jogos "Pequena escola", agora andamos à procura de um em que a letra D seja um objecto que a Minuscula goste, até agora é Dragões e Dinaussauros e ela anda a bloquear... Vou ter que ser eu a fazer um jogo à medida é o que é. Ai, bolas ! à medida não, ela é que tem que se adaptar. E eu. Ai, é tão dificil crescer !
    Hé ! Hé ! Grande M, deixem-se de coisa e comecem é a ensinar os alunos sérios, que eles estão aqui para aprender, nas férias ha piscina.
    O mundo ao avesso, é o que eu te digo.

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  22. Mâe que capotou, obrigada. Vou continuar à procura.

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  23. palavra começada por d: a dopção?
    hihihi

    Dado.
    Divã.
    Disco.

    (Desanda prá cama, que isto não são horas)

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  24. Ah, non... en français, STP. Il y a déjà assez de confusion comme ça, Jota au lieu de Ji, Kapa au lieu de Ka. Oh la la ! La cata, quoi !

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  25. Essa até me lembra quando nós regressámos dos EUA e a Christina foi "aprender" inglês com as outras, que a criticavam "não é assim que se fala inglês aqui!" (era o abecedário, claro, que é por onde se começa aos 8 anos...)

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  26. Rosário,
    ainda aqui está?
    Sem saber onde mora, nem que possibilidades tem de sair daí e ir morar para um sítio com escolas que lhe agradem mais, ou de mudar algumas coisas aí mesmo, deixo-lhe uns links para espreitar - encontrei no "Arrumário", um blogue de que gosto muito, cujo autor recomenda muito o colégio Catarina de Bragança (acho que é em Sintra).

    http://arrumario.blogspot.com/2011/02/movimento-escola-moderna.html

    http://arrumario.blogspot.com/2011/01/mais-umas-fotos-de-sintra.html

    Outra pista: a Maria João Pires, do Jugular, participou na criação de uma cooperativa de educação, para dar aos filhos uma escola diferente. Tenho a certeza que, se a contactar, ela saberá ajudar e dar algumas ideias.

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  27. Já tive que afastar o impertinente do Minusculo, de um parque, por estar a dizer que uma senhora, que estava a cantar a musiquinha do abecedario em inglês não compreendia nada... A ignorância... ai, a ignorância...

    Quanto ao teu segundo comentário, tenho-te a dizer que és o orgulho deste blogue. Se a Rosário não vier aqui, encarregár-me-ei de fazer com que o comentário vá à Rosário.

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  28. já nos encontramos (comentário e eu)!
    muito obrigada pelas informações.
    ainda nem li todos os comentários e já aqui estou a escrever.
    eu sou de lisboa mas vivo num lugar (nem aldeia nem vila, apenas um lugar) entre santa cruz e o vimeiro há cerca de 3 anos. os meus 3 filhos estão nas escolas aqui da zona. se a coisa é assim tão má? digamos que é o costume, o habitual, o médio que se passa no país. o que me desegrada? a má formação de quem educa? aquilo que "ensinam" e como o fazem... as falhas são tantas que nem consigo enumerá-las. o não poder fazer nada porque sim, é assim e quem não gosta pode mudar (como se de facto houvesse uma alternativa)
    mãe capotada... veia de esquerda também eu tenho. se queres que te diga parece-me uma herança bem pesada para uma mãe dos tempos modernos. este ano tirei o miúdo mais pequeno da creche particular, pois deixou de ser creche para passar a ser colégio com farda obrigatória. sei que dito assim parece idiota, mas e tudo o que está por trás dessa treta toda? acho que fui a única a não sorrir quando vi o miudo de calções com o brazão do colégio.
    as coisas escritas assumem uma cor estranha. não sou de modo algum exagerada nem conflituosa, apenas preocupada com o crescimento dos meus filhos. querer o melhor para eles é a minha obrigação, certo?
    uma coisa já tirei aqui dos vossos comentários: as outtras pessoas não estão assim tão longe e afinal nem pensam de modo tão diferente. tenho estado a falar com outros pais e alguns deles partilham da minha opinião. estamos na altura certa para agir e é isso que estamos a fazer. estou à espera de email de resposta do agrupamento para lá ir falar com a responsável pedagógica.
    resta-me agora concentrar esforços para conseguir abafar a emoção e deixar a razão falar, pedir ajuda em vez de reclamar. não esquecer que o que eu quero é resolver o problema e não apenas demonstrar insatisfação!
    dar-vos-ei notícias :)

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  29. ah, os comentários estão moderados? Então era só para dizer que aquele :-) era por causa de eu ser o orgulho deste blogue. Não serei o único orgulho deste blogue, longe disso!, mas fiquei toda contentinha.

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  30. Rosario - Concentra-te, concentra-te, discursos positivos e bem preparados, são muito poderosos. Boa sorte e depois manda postais !

    Helena - Ja são desmoderados novamente, assim é mais giro, vocês interagem quando estou no parque e depois chego aqui e sinto-me como se estivesse a ver um aquario, com os peixinhos a viver a sua vidinha independente (com todo o respeito pelos animais, evidentemente).
    Sim, és o orguho deste blogue, mas, descansa que tenho orgulho para dar e vender, chega para todas.

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  31. :-) outra vez. Eu sou a - ai, como é que se chamava a amiga do Nemo que se esquecia de tudo? eu sou essa.

    Rosário,
    a história do brasão do colégio é uma palermice, mas já estive mais longe de achar mal os uniformes. Se vejo o modo como a roupa se tornou um terrível elemento de exclusão/inclusão! Li algures um artigo sobre escolas que resolveram impor um quadro de referência de vestuário. A escola e as famílias escolheram, de uma empresa de venda por catálogo, um conjunto de peças que se podiam usar na escola. Há variedade de feitio e cor suficiente para cada um ter um estilo mais pessoal, mas não há exageros de marcas e de estilos. Todos concordam que desde então o ambiente na escolha melhorou bastante, porque se eliminou um foco importante de conflito e pressão.

    Quanto a essas conversas: muito teoricamente, o ideal é saberem muito bem onde querem chegar, e como se chega lá, em vez de baterem no ceguinho actual. Boa sorte! Dê notícias!

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  32. Rosário,
    em 2008 escrevi uma série de posts sobre escolas alternativas.
    Aqui vão alguns links (espero que ajude):

    http://conversa2.blogspot.com/2008/03/falemos-pois-de-jenaplan-3.html

    http://conversa2.blogspot.com/2008/03/falemos-pois-de-jenaplan-2.html

    http://conversa2.blogspot.com/2008/03/falemos-pois-de-jenaplan-1.html

    e ainda uma série que vai de 1 a 8,
    http://conversa2.blogspot.com/2008/03/falemos-pois-da-escola-1.html

    (mudar no link o último algarismo, 1 para 2 e para 3 etc.)

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