Nasci em 1974, sou filha da madrugada. Ao longo destes 50 anos evolui muito, gosto de pensar que estou cada vez melhor, mais inteligente, mais compreensiva, mais livre. Uma das coisas mais valiosas que aprendi, uma das coisas mais importantes, foi dizer "não". Nem tudo pode ser, nem tudo pode acontecer.
A liberdade de um acaba quando começa a liberdade de outro. É um chavão, todos o conhecemos, sempre pairou no ar, mas, vivemos num sistema como se não fosse importante. Tenho tantos anos quanto a democracia em Portugal, já errei muito, não quero ser outra pessoa, quero ser esta pessoa, mas melhor. E é este o raciocínio que gostava de ver sempre e em todo o lado, mas hoje, sobretudo, no sistema político. A democracia tem os seus limites, mas é a melhor base que conheço. Deve ser melhorada, deve evoluir. E pode, deve, começar a evoluir dentro de si mesma, na sua raiz.
A democracia tem que saber dizer "não".
Não! Não faz sentido haver sistema político se não for concebido para o bem comum.
Se estamos a partir de um sistema que só apoia um grupo, então que se foda tudo e partamos para a anarquia - não fomos educados para viver de uma maneira positiva em anarquia, para grande pena minha. Eu sei, eu sei...
Resta-nos olhar para a democracia e adaptá-la ao mundo actual. Colocá-la ao serviço de todxs os que vivem neste território. TODOS. Caso contrário, não estaremos a falar de bem comum, não estamos a falar de sociedade, não estamos a falar de nada e é melhor ficar calado na praia, na assembleia, nas ruas. Se há um partido que ataca uma parte da população, esse partido não faz sentido, esse partido não devia existir. Esse partido devia partir. Esse partido devia ser partido.
Não!
Fascismo nunca mais!
Hoje vou desfilar na avenida, como desfilo sempre que posso. Espero ver-vos por lá. Espero ver esperança.
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