Mergulhos na piscina do William

Quero mergulhar na piscina do William.
Dizer que estou farta de ruínas.
Quero mudar de ideias, de planos, de itinerários.
Ter bons dias, quero ter longos momentos de catástrofe.
Duvidar. E aproveitar.
Quero fazer uma bomba na piscina do William.
Admirar-me. Espantar-me e sentir o tédio a passar num templo qualquer.
Quero aprender com eles. Na sua companhia e através deles.
Quero conseguir ser a professora. Quero ouvir-lhes as desculpas para não estudarem só naquele dia.
Quero-me cansar. Quero-nos cansar imensamente.
Ouvir ainda falta muito ?
Dizer quando é que chegamos?
Não estou a contar risquinhos na parede. Também sei ser feliz aqui.
Mas quero experimentar, o quanto antes, o meu mortal antes de cair na água.
Na água morna e fria e quente da piscina do William.
Esta semana, devo ir buscar o meu visto indiano, que me fez arrepender de não ser francesa, que me deu a conhecer um indiano de sorriso fácil e que me safou de mais uma semana no Algarve. Devo também tomar a última das vacinas e perder algumas noites com preocupações logísticas de menor importância, que não quero tratar. Que não vou tratar. Serei descontraída à força. Esta viagem já começou.
Não me quero perder em detalhes.
Quero-me perder na piscina do William.
Venha o Badarbunga.
Venha a mala por fazer,
Que eu vou nadar com o William.
Esse bom e  gentle man.