13.12.13

No diario da Pikitim

Paris

A Luisa do Diario da Pikitim pediu-me dicas sobre Paris. Eu dei. Amanhã, se me pedir outra vez, vou dar outras diferentes. 
Um guia de Paris nunca acaba. E ainda bem.

O que é para ti o melhor de viver em Paris com os teus filhos ?
Pode parecer que estou a gozar, mas falo muito a sério quando digo que o melhor de se viver em Paris são os parisienses. Com o seu sentido de humor distorcido, o seu exagero na comunicação, o facto de estarem sempre a reclamar. Fazem-me sentir em casa.

Há quanto tempo vives em Paris ? Houve alguma dificuldade de adaptação?
Há dez anos. Nenhuma dificuldade de adaptação, talvez porque tenha vindo sem preconceitos e a pensar na mudança como se fosse uma aventura. E foi. Nunca tive saudades do pastel de nata ou do bacalhau. Quando tive filhos, ai sim, tive saudades de ter alguém da família para me ajudar, mas isso, são outras historias. Tem mais a ver com a distância, do que com o sitio onde estou.

Qual é a vossa zona da cidade preferida? E porquê?
Algures entre Ménilmontant, a rue de Charonne e o canal de Saint Martin. Porque ainda são zonas proletárias, onde parece que existe sempre algo novo a acontecer e onde há mais tolerância em relação a novas ideias e culturas. Pelo menos para alguém que acredite que isto é verdade. Eu escolhi acreditar, sou uma pessoa de fé.

E qual é a melhor zona para, quem for a Paris de visita, procurar uma guesthouse ou um hotel?
Montmartre ou quartier latin, porque estão no centro da vida parisiense e também têm locais turísticos.

Escolhe, por nós, um café, um museu e um parque ou jardim por onde valha a pena passar.
Esta resposta é completamente aleatória. Café pode ser o Ourcq, de preferência no Verão, falei dele aqui, porque se fica sempre com a sensação de se estar no umbigo do mundo. Jardim Buttes Chaumont, no Inverno quando há neve, ou no Verão, quando abre o chalet Rose Bonheur. Mas digo isto, só porque já falei do Jardim do Luxemburgo que é mais central e mais fácil de explorar.



Costumam almoçar ou jantar fora? quais são os restaurantes mais child-friendly da cidade?
Há um restaurante que é parents-friendly, que é pensado para as crianças e onde os pais são aceites. O 400 coups. Mas é mais interessante quando acontece algo excepcional, como uma festa ou um atelier.
Em geral, as crianças são bem recebidas, nem sempre há fraldario ou cadeirinha, é verdade, mas em geral os pais sabem identificar os restaurantes que têm esses equipamentos. Pronto, agora fica aqui esta dica mistério, que eu também andei a sofrer muito com o tal mito que as mães sabiam sempre porque é que os bébés estavam a chorar.
Os meus filhos gostam muito de um tal Marcel, porque o empregado é simpático e não hesita em gozar com a amável clientela, da-lhes lápis de cera e desenhos para colorir, serve apenas snacks, oferece chupas no final e fica na lindíssima Villa Léandre.

Como é a rede de transportes públicos? É Segura?
O metro é excelente, se não contarmos com a hora de ponta e com o facto de acabar à uma da manhã – boa sorte para arranjarem taxis a partir dessa hora. Não gosto de usar o RER à noitinha, não recomendo mesmo nada.

E tens alguma dica para tornar esta passagem por Paris um pouquinho mais barata, isto é, alguma dica para poupar dinheiro?
Não comprar souvenirs, não têm assim tanto interesse como se pensa. Depois há o primeiro domingo de cada mês em que os museus são gratuitos. Recomendaria ao meu pior inimigo ir ao Louvre ou ao Museu de Orsay nesse dia, o melhor é escolher um museu mais intimista. Não comer ao pé de lugares turísticos, evidentemente. Para um jantar honesto ir a Ménilmontant, mas evitar usar o American Express, até porque normalmente não aceitam e vão gozar convosco a dizer que isso é coisa de rico. Olhem, experimentem usar este cartão na Belleviloise, por exemplo, vai ser giro, vai.

Imagina que só temos dois dias. Consegues desenhar um pequeno roteiro que nos indique como devemos aplicar o nosso curto tempo?
Ir ao Jardim do Luxemburgo, assistir a um teatro de marionetas Guignol, alugar um barquinho para empurrar com um pau no lago, andar num carrossel de Madeira – se tiverem pouco tempo evitar o parque infantil que fica mesmo atrás - dar dicas aos velhotes que costumam jogar xadrez, ver jogos de ténis, grupos a fazer tai chi, pessoas a abraçarem árvores, a fazerem box, artes marciais com sabre, a terem aulas sádicas de desporto, convencer as criancinhas que os poneys não devem gostar muito de andar o dia todo a carregar com crianças alheias, se não der certo, deixa-las andar uma volta, apesar de tudo e tirar fotos tipo Anita no Parque.
Passear nos cais do Sena, ali para os lados da Pont des Arts. Não colocar mais um cadeado de amor na grades desta ponte, por favor. Fazer um piquenique no Vert Galant e olhar para a ponte e imaginar como é que era há dez anos, quando os namorados passeavam na ponte de mãos dadas, a olhar para a paisagem e a prometerem mutuamente serem o melhor possível, enquanto valer a pena, em vez de acorrentarem-se um ao outro numa manifestação kitsho-possessiva.
Andar de bicicleta nas ciclovias. Começar, por exemplo atrás do Grand Palais e descer em segurança total, passar pela ponte Alexandre III, dar uma volta aos Inválidos, fazer uma perninha ao museu Rodin, passear pelos recentes bergers de la seine e depois, confiança ganha ir por Paris dentro. O limite são as escadarias do Sacré Cœur. Façam videos e coloquem no youtube, depois avisem.
Não ir aos Champs Elysées, aquilo não tem interesse nenhum, é tirar uma foto da Praça da Concórdia, ou do Arco do Triunfo. Não ir à Louis Vitton, não ir à Cartier, não ir à Disney store, muito menos ir à Fitch&Abercombie, esses grandes convencidos mal criados. Passear por Saint Germain de Près e pensar em Camus, Sartre, Beauvoir, Greco. Ler “A espuma dos dias” antes de vir, ouvir Je suis snob e entrar no fan club do Boris Vian. Para a noite ir a Oberkampf e depois a Ménilmontant numa vez, e na segunda noite ir ao Boulevard Saint Denis, para que caia por terra definitivamente essa ideia peregrina que os parisienses são isto ou aquilo. Aproveitar a boa onda e apaixonar-se por um francês, viver a experiência francesa total. Mudar de vida, deixar tudo e ter dois filhos franceses de uma assentada só. Aconselho muito este último paragrafo.
Perder-se no Marais, mas fazer o impossível para entrar na escola de dança, quando todos os cursos estão a acontecer ao mesmo tempo. Ver na recepção se é possível participar num – paga-se à hora, se houver lugares. Não esquecer a Place de Vosges, claro. Onde se pode fazer piqueniques no Verão, visitar a casa de Victor Hugo e tentar imaginar que aqui moravam em tempos a corte os reis de França. Não arriscar perder place du marché Saint Catherine. Ir a Montmartre depois da meia noite, para se conseguir imaginar o que seria antes da invasão de turistas, não perder a Place de Tertre vazia, bien sûr. Descer e subir escadas. Não gritar invasão, excepto se for mesmo para invadir qualquer coisa. Não deixar de lado o Canal Saint Martin, tentar beber um café Prune e perguntar o que é que quer dizer BoBo ao empregado. Boa sorte com esta. Ir até ao Point Ephémère ver o que esta a acontecer. Acontece sempre alguma coisa no Point Ephemere, em caso negativo beber uma cerveja. No final, arrepender-se de só ter vindo dois dias a Paris e programar nova viagem.

Qual é a tua actividade cultural preferida na cidade? e a dos teus filhos?
A minha é ir a grandes concertos em salas minúsculas, perder-me numa exposição temporária (normalmente organizada no Pompidou, no Grand Palais ou na Orangerie) e assistir a conferências da “universidade popular” quando é o Michel Onfray que tem alguma coisa a dizer (acontece muitas vezes, tem um cérebro muito sexy). Os meus filhos gostam dos ateliers do palais de Tokyo e do Museu Quai Branly, em particular, e dos ateliers em museus em geral, gostam de ir ao teatro, especialmente na sala microscópica do Atelier de la Bonne Graine e de concertos em geral, seja musica clássica na sala Pleyel, seja a fanfarra na ponte da ilha de Saint Louis.

Tens alguma sugestão para quem queira fazer compras? onde é o melhor sitio para comprar coisas para crianças? e, já agora, para as mães e para os pais?
Eu sei que ninguém me pediu a opinião, mas vou da-la mesmo assim. Uma pessoa vai viajar, vai conhecer uma cidade onde nunca, ou raramente meteu os pés. A cidade é uma cidade enorme, com uma multiplicidade infinita de coisas e sítios e pessoas para conhecer e essa pessoa vai fazer compras ? Essa pessoa vai entrar numa loja e vai andar à procura de coisas para comprar em vez de estar a viver experiências únicas ou ver sítios fora do normal. Eu sei que estamos na altura do cinismo e que é tudo muito engraçado e que se não tiver aqueles sapatos morro, mas, a sério comprar cenas e coisas, a milhares de kilometros de casa? Ainda percebia quando era antigamente, mas hoje em dia, pode-se comprar quase tudo em Lisboa, e o resto que falta fica à distância de um click.
Pronto, agora que já perceberam que o que estou a tentar fazer é ocultar a minha ignorância nesta matéria, posso adiantar uma dica. Ainda por cima, fica mesmo ali ao lado da Notre Dame, é uma questão de se atravessar uma ponte e seguir as luzinhas. A livraria Shakespeare and Company não é típica, que querem coisas típicas, vão aos supermercados comprar vinho, creme de marron ou bodin noir, ou então vão às lojas de turistas comprar imans e bonés made in china. Esta livraria é uma experiência a ser vivida. Não falhem o segundo andar, onde podem tocar piano, cantar, descalçar-se, dormir, ouvir um escritor famoso (com sorte) a falar-vos de literatura quando vos serve chá, jogar xadrez, escrever na maquina de escrever (se, entretanto, tiverem mudado a fita de tinta) e admirar o caos organizado.

Paris

19 comentários:

  1. Obrigada pela partilha, gostei de ler :)

    santiroyalhome.blogspot.com
    Santi

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  2. Nota mental: um dia, quando for, lembrar-me de vir aqui e reler este fabuloso post.

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    1. Tens de vir brevemente, senão ainda encontras alguma porta fechada. :)

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  3. Foi com interesse que descobri o seu blog. Sem qualquer espírito de polémica e porque tenho verificado este como um facto curioso, permito-me perguntar-lhe: Ter dois filhos franceses? Os portugueses preferem referir, apenas, a nacionalidades dos seus filhos que lhes advém da ascendência não portuguesa, ao contrário, por exemplo, dos franceses em situações idênticas.
    Obrigada pela partilha.
    Luísa

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    1. Esta parte dos filhos franceses, era uma piada.

      Quanto aos portugueses preferirem referir uma coisa ou outra, não sei se realmente é verdade. Do que noto aqui em França, actualmente, a comunidade portuguesa é muito orgulhosa das suas origens.
      Quanto aos franceses, também não faço ideia, acredito e sei, que existem franceses (talvez mais cosmopolitas) que gostam da ideia de ter filhos de outras nacionalidades, e de outros mais , mais quê ? ... sinceramente não conheço nenhum francês que não seja orgulhoso do seu filho e de onde ele veio.
      Posso acrescentar, para efeitos de estatistica, que o francês aqui de casa gosta muito de ter filhos portugueses. Mas se fossem espanhois, franceses, chineses, marcianos... também deveria ser a mesma coisa. Acho que até mesmo que fossem do Porto, eram bem aceites.
      (Isto também era uma piada, evidentemente).

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  4. Também eu não conheço, felizmente, ninguém que estabeleça uma relação de maior ou menor apreço pelos filhos, segundo as suas origens. Tenho apenas reparado na preferência, por parte dos portugueses, em designar a outra origem, a outra língua, nomeadamente no caso da outra nacionalidade ser a francesa. A prática da língua francesa, como língua materna, também me parece mais preservada pelos franceses, mesmo que essa nacionalidade lhes advenha de avós, nascimento em solo francês, etc. O meu comentário, pouco humorístico, não pretende, no entanto, fazer ou obter em resposta nenhum juízo de valor.
    Obrigada por ter respondido.
    Luísa

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    1. Desde que emigrei (antes também ja o fazia, mas acentuou-se) que tento combater ideias preconcebidas, apenas porque não gosto que me metam em gavetas onde não me sinto bem (nem que o façam a outros), nem que se fique sempre por conversas superficiais, onde se diz o primeiro preconceito que nos vem à cabeça e depois se tenta encaixar toda a realidade no mesmo.

      Acredito que não queira gerar polémica e, responder-lhe-ei sempre tendo em conta esta ideia, mas confesso, que interpretei a sua resposta como um juizo de valor. Que entendi que estava a sugerir uma subserviência por parte dos portugueses (que gostavam de enaltecer descendência francesa) e que os franceses, ao contrario, não evidenciassem a descendência estrangeira dos filhos. Se me enganei, peço desculpa, evidentemente.

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  5. Aprecio sinceramente a sua atitude. Talvez seja um juízo de valor constatar, as percepções são variáveis. Subserviência, identidade vacilante, atracção pelo longínquo, generosidade, vontade de "estar onde não estou", receptividade, tudo isso, muito mais, nada disso? Não sei, nem tento encaixar, gosto mais de abrir. Questiono-me nos outros, encontro-me no que não escrevi, etc. Superficial? Talvez.
    Luísa

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    1. Também aprecio os seus comentarios e esta troca, mesmo que/apesar de/sobretudo quando existem discordâncias. Quanto ao constatar, a minha duvida é se constatamos realmente quando olhamos o outro, ou se apenas vemos o que "queremos" ver. E é apenas isso.
      Relativamente ao "gostar de abrir", acredto realmente que conseguimos abrir se analisarmos caso a caso, o que efectivamente nos dara muito menos tema de conversa, porque não poderemos falar dos "franceses" ou dos "portugueses", mas apenas do individuo tal ou y, muito menos representativos e com muito menos impacto.
      (Ja no campo humoristico, teremos muito a ganhar a deixar-nos desses preciosismos.... mas é bom ter-se a noção do que estamos a fazer e que realidade estamos a deturpar).
      Seja sempre bem-vinda para me questionar, ou para se encontrar.

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  6. Sabes como visitei Paris? Estava em Bruxelas e fui lá passar um dia. Apanhámos autocarro às 6 da manhã, chegámos a Paris às 9h e visitámos praticamente tudo a pé, tirámos um passe diário mas só apanhámos autocarro porque não encontrávamos a torre Eifel e depois era já ali atrás. Foi um dia muito, muito bom. O que me ficou foi exactamente subir a torre embora tenha achado o espaço à volta meio triste, adorei as margens do rio, aquela rua que tem muitas floristas, passar as pontes sobre o sena, ir a Notre Damme e o mais estúpido foi subir a pé aquilo tudo até Sacre Coeur e no cimo descobrir que o passe diário dava para o elevador/ascensor? até lá acima... Apanhámos o autocarro da meia-noite para Bruxelas onde chegámos às 3 da manhã e depois dormi 2 dias de seguida. Ahahahahah
    Mais tarde passei aí duas vezes em trabalho. Isto dito assim tem montes de estilo mas a bem da verdade ia a acompanhar um grupo de alunos do secundário a quem a Câmara cá do sítio oferece uma viagem no final do ano. Mas aí só parámos no Arco para tirar fotos a jeito de t-shirt "Been there..." e os cachopos fartaram-se de assobiar no autocarro junto ao Moulin Rouge. Saem pouco, portanto. Ahahahahaah

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    1. Visitar a pé (ou de bicicleta) é normalmente o melhor que se tem a fazer nestas cidades. Ficamos todas partidas (2 dias?) mas são dias em cheio. O Champs de Mars não é, realmente, o lugar mais acolhedor de Paris, e à volta damos com um ambiente muito burguês, mas a torre Eiffel é qualquer coisa quando se vê pela primeira vez. Não estava uma fila muito grande ? Subi apenas uma vez, estava gravida e deixaram-me passar à frente de toda a gente, não me orgulho particularmente de o ter feito, mas que me soube bem, soube.
      Que rua é essa que tem muitas floristas ?

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    2. Quando utilizo a palavra constatar, não tenho por definição "ver o que apenas queremos ver" ou, pelo menos, não de forma consciente e intencional, caso assim fosse não só teria "muito menos tema de conversa", como não teria conversa de todo. Entro nesta conversa em forma de diálogo e porque através do seu blog criou um espaço com esse mérito.
      Concordo plenamente em analisar caso a caso mas posso igualmente nomear elementos comuns sem que por isso esteja a deturpar a realidade - ainda que uma realidade forçosamente reduzida ao meu campo de observação.
      Quanto aos preciosismos, pelo contrário, penso que o que escrevi o fiz de forma natural, honesta e sem receios, não duvidando nem da sua capacidade de resposta, nem, ou por isso mesmo, do meu interesse pelo que escreve ou tem a escrever.

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    3. Por acaso, esta manhã, enquanto conduzia pensei neste nosso dialogo e porque é que tinha respondido desta forma. A resposta vai contra mim. Coloquei-a numa gaveta. Pelos vistos caontece até a quem é contra este tipo de organização.
      Lembrei-me de muitas conversas que fui tendo ao longo destes dez anos de emigração. Todas cheias de vivências e constatações. Constatações por vezes ja pré-feitas antes de o serem, e outras mais honestas. As mais honestas, são mais raras.
      Ouvi de tudo, pessoas a teimarem-me que eu estando numa posição mais fragil (porque não estava no meio pais de origem)(eu que nem sequer sei bem qual é o meu pais de origem) em relação ao meu namorado (que é francês e vive em Franca) iria compreender mais tarde o que queriam dizer. Ainda estou à espera.
      Outras, de uma geração anterior à minha, que me falavam de uma vergonha em se assumirem portugueses nos anos 40, 50, 60 em Franca. E que eu, vinda na altura que vim, nunca iria compreender. Talvez.

      A minha resposta é fruto de um receio. De um receio que não seja possivel ver-se a verdade. Por causa, dos conceitos que ja trazemos. Ou mesmo, por causa da nossa experiência com duas ou três pessoas. Que depois tendemos a generalizar. E, eu que gostava de me aproximar da verdade com os anos, afasto - ou tento afastar, erro muito, como se vê - as generalizações, os preconceitos e, às vezes, até a estatistica.

      Quando falei de preciosismos, estava a referir-me aos meus.

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  7. Curiosidade em forma de PS : O que aconteceu, ou vai acontecer ao "Dans le jardin la libellule est morte" ?

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  8. Expor percepções não quer dizer que nos agradem, pode mesmo ser porque também as receemos. Esqueci-me de lhe dizer que, ao escrever que, quando falamos de casos particulares, estes se tornam "muito menos representativos e com muito menos impacto", está a dar-me a ler aquilo que quero ler - porque me é útil relembrar, porque acrescenta leveza e abre espaços. Temos em comum, não só( ou talvez) o país de origem mas sobretudo e felizmente o uso da palavra como utensílio de procura e de encontro.
    "Dans le jardin la libellule est morte"? Será o mesmo? É verdade que tive a intenção de criar um registo leve como uma libelinha mas já nem consigo abri-lo, já nem me lembro do que lá está e pensava mesmo que apenas se podia entrar com uma palavra passe. A verdade é que a minha competência a usar computadores, internet e coisas afins é muito limitada.
    Até breve.

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    1. Mas existem tantas possibilidades para as percepções... todos os estudos sociais (muitas vezes até os mais cientificos) podem ter tantas interpretações...
      E ter menos impacto num contexto, como um jantar de amigos, conhecidos, familiares, colegas, pode também significar ter-se mais profundidade humana...

      Para ir ter ao seu blogue, limitei-me a clickrar no seu nick e não encontrei nenhum post. E é pena, porque agora fiquei curiosa sobre o que poderia vir a ler.
      :)

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