Não saímos do palácio de Tokyo como se não tivéssemos sido centrifugados numa máquina de lavar roupa. As minhas metáforas ultimamente tem andado à volta disto : afazeres domésticos. Peço desculpa a mim mesma imediatamente.
O orgulho na voz da minha mãe ao telefone manda-me as fotos da tua casa limpa.
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Um dos grandes desafios que a maternidade me deu foi encontrar o meu lugar nela mesma. Ninguém por perto estava a fazer como eu gostava/queria/achava bem, ninguém me podia servir de modelo, estava por minha conta e risco. Risco profissional, financeiro, sobretudo sanitário.Quero os filhos bem, quero-me bem, quero o namorado bem. Tudo o que é menos que isto não satisfaz. Fiquei bem comigo quando deitei por terra os valores familiares dos outros. Destruir para construir e assim ando eu. Andamos nós. Por vezes ao pé coxinho. Juntos e de olhos abertos. Não sei se a palavra família se acorda aqui. Se ela abarca tanto do que não me apetece, as obrigações, os sacrifícios, as tarefas. Prefiro a palavra comunidade. Minto, gosto mais da expressão bem-comum. Sou um bocado mosqueteira nestas coisas.
Fomos ao palácio de Tokyo porque os que saíram das minhas entranhas iam a um atelier performance, porque o namorado queria ver a exposição de Julio le Parc e eu queria tocar, ouvir e ver o Wim Wenders. Todos os desejos se realizam em Tokyo.
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Entrar numa sala e cruzar-me com o grupo dos que nos dão pela cintura vocês por aqui ? Quando virem uma grande bola vermelha, olhem para as paredes, trop cool recomendou uma pessoa bonita, há 6 anos saída de mim.
A sério que a tua mãe pediu fotos da casa arrumada? :D
ResponderEliminarSim. Juro.
EliminarPronto, acredito que no fundo, no fundo, também queria ver a nova disposição dos móveis e os novos tapetes e o espaço com que ficámos com a venda de um dos sofás e assim... sim, sim deve ser isso...
Gostei muito de ler este texto ...
ResponderEliminarÀs vezes sinto algo semelhante ...
E depois rapidamente fujo novamente para a vida certinha a pensar que a família é que é!
Mas é mesmo, mas de vez em quando (muito de vez em quando) apetece-me tanto fugir :)
E se calhar a familia até pode ser, se não tiver regras muito rigidas e seja suficientemente aberta para que todos encontrem a sua conta. Mas como gosto muito de uma boa revolução decidi começar tudo do inicio para ter a certeza que estamos num barco feito à nossa medida. ;)
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarQuando estive em Paris não conhecia o Palais du Tokyo, tenho visto daqui a programação... e é uma das notas mentais que tenho para uma próxima visita. Confirma-se. A realização de uma família baseada num modelo novo, também!!!! Trop Cool como diz a tua pessoa bonita.
ResponderEliminarDa proxima vez que vieres tens que estudar primeiro as programações, porque às vezes estão entre uma grande exposição e outra e não vale tanto a pena a visita. Mas existem sempre muitas alternativas, olha, não sei se viste mas falei recentemente de outro espaço, como o 104 :
ResponderEliminar(http://www.apanhadanacurva.blogspot.fr/2013/02/104.html)
ou mesmo o squat da rua Rivoli :
http://www.apanhadanacurva.blogspot.fr/2013/01/abracemos-o-caos-organizado.html
por exemplo ...
Olá. Sendo uma novata destas coisas (maternidade e blogs!!), é bom logo de início encontrar alguém com uma visão parecida. :)
ResponderEliminarOra então bem-vinda :D
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