13.12.12

Desequilibrista


Não sei andar de saltos altos. Não sei de que terra sou. Sou femininista, mas estou em casa a fazer sopinhas quentes. Luto pela conciliação entre o trabalho e a família, mas que não concilio coisíssima nenhuma. Os meus filhos não dormiam à noite. Não tenho televisão em casa, porque, que horror depois ficamos dependentes e não vivemos a vida e passo o dobro do tempo na internet. Um desiquilibrio que teima em não acabar.
Mas o maior equilíbrio onde alguma vez me meti, foi quando decidi ser equilibrada. Fazer as coisas certas. Quase morri, exageros à parte.
Como medida preventiva e para que isto nunca mais me aconteça na vida, ando atenta. Ao mínimo sinal de equilíbrio, faço de propósito para cair. Peço a alguém para me empurrar.
Não consigo encontrar algo mais anti-natura do que a minha imagem no espelho toda penteadinha, arrumadinha, toda inha. Para dizer a verdade, acho mesmo que sou muito ão, muito nhão, muito ona.
Este fim de semana foi para isso mesmo, excessos, desiquilibrios, incorrecções. Muitos pés pelas mãos.
Sinto que alinhei os meus chackras, o meu professor de yoga de 1998 havia de estar orgulhoso.

14 comentários:

  1. Respostas
    1. Diagmos que é fundamental. Como em tudo, precisamos de nos auto-conhecer para viver melhor, para não irmos contra aquilo que somos. Mesmo se para tal, seja necessario ir-se contra-corrente.

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  2. "Fazer as coisas certas" - que horror! Não te metas nisso!
    Só se forem as coisas certas para ti. :)

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    1. As "coisas certas" deviam ser proibidas. Parece que ninguém quer saber, mas deviamos fazer alguma coisa quanto a este perigo. Os mortos-vivos que têm nascido à custa desta brincadeira...

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  3. e quem sao esses senhores que te levaram para excessos, desiquilibrios, incorrecções?
    tao luminosa e animada a... estrela (?) :)

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    1. Houve muitos tipos e motivos de excessos, mas na foto estão os Alt J.

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  4. E os excessos que acabam mal, não tens medo?
    (eu estou mesmo com problemas, até a merda do escorrega do parque infantil me parece perigoso, acho que nem os comprimidos resultam, nesta fase)
    Que dizer, dos meus excessos não tenho medo nenhum, claro, mas a mais velha vai querer fazer coisas muito parvas daqui a nada...

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    1. Ah, com esses não quero nada.

      Tenho uma amiga minha que tem filhos adolescentes e é uma melga, uma grande melga, o alcool é do demo, as drogas leves matam, ir para a cama tarde é para os outros, namorar ok, mas primeiro estão as obrigações, etc, etc. E eu so espero que os miudos estejam a fazer parvoices às escondidas. O que é mau. Mas parece-me que estão a ser obrigados a isso.
      As parvoices são para ser vividas, na adolescência, na fase adulta também.
      Depois claro que existem limites que têm que ser falados, mas são outros problemas : sexo sem segurança, drogas duras, etc, etc.

      Proteger é uma coisa, castrar outra. Muito diferente. A ver se venho ler o que aqui escrevi daqui a uns dez anos.

      Escorrega infantil ??? Isto é uma metafora de qualquer coisa ?

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    2. Ando tentada a escrever sobre esta coisa dos medos. Sou só eu que acho que os miúdos, de vez em quando, têm de ter medo? E de correr riscos?

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    3. Aqui estás muito acompanhada, acho com bastante convicção que é muito bom correrem riscos e terem medo. Sejam os riscos físicos, descer uma labareda de bcicleta, sem rodinhas aos 4 anos (e a mãe atrás a correr e a morrer e a fazer de contas que está tudo controlado)(este ideia suicida foi dele, nunca seria minha, mas fiz as contas, não pode morrer, no máximo vai experimentar a maravilhosa sensação de se partir uma perna), sejam sociais, falar em pé à frente da classe quando se tímida (aqui a ideia foi mesmo da professora), etc, etc.

      Agora, se falamos de medos maiores do que a idade deles, ja estamos a falar de outra coisa.

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  5. O desequilíbrio, a mim, desequilibra-me. Sou um bocado previsível.

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  6. Tudo tudo certinho também me faz confusão.
    Todos os dias é uma luta para ter tudo certinho.
    Por isso de vez em quando sinto falta de uma boa asneirada.
    E muito de vez em quando faço mesmo.
    Asneirar também faz bem ao espírito:)

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