24.4.11

Mudamos as regras ?

No compasso de espera, enquanto afinamos o teclado para o já famoso dia 28 de Abril, jogamos um jogo ?
A mulher, o homem, o empregador e tu lançam os dois dados. Mulher começa, ladies first oblige, 10, avança 10 casas, estudou bem, foi directamente para a casa da saída da universidade, homem lança o dado, 10, vai para a mesma casa onde está a mulher, empregador lança, 12, ganhou o jackpot, estudou e foi directamente ao banco onde ganhou uma empresa, tu jogas e por uma terrível coincidência, 10, e encontras-te na mesma casa do homem e da mulher. O jogo está guerrido.
Mulher lança novamente, 4, entrou na zona 2, trabalho e está a trabalhar com o ordenado médio português, sim teve sorte, mesmo assim. Homem lança o dado, 7, entrou na zona 2, trabalha e calha-lhe a casa ordenado médio mais uns euros, teve mais sorte, empregador calha-lhe 10, a crise não está a ser fácil para ele e não consegue fazer o 12, fica aborrecido, mas joga bonito. Tu lanças o dado e ...7 - já se estava à espera.
Novo lançamento, mulher, homem e tu lançam e calha-vos 1, casa bébé - oh ! estão tão felizes !  - empregador lança e vai parar à casa dos custos com a maternidade dos seus empregados, mais custos com o substituto - azar.
Novo lançamento. Mulher, o dado a partir de agora calha-lhe sempre no 2, (às vezes tem sorte e há excepções, mas é raro) e a partir de agora, impossível de aumentar a sua sorte, está sempre ou a parar na casa-bébé ou na casa-emprego, sente-se injustiçada, que sorte é esta que lhe faz calhar sempre o mesmo resultado lento nos dados ?
Homem lança um ar "paciência!" à mulher, é um bom adversário afinal de contas, está solidário. Tenta a sua sorte e calha-lhe sempre, ou quase sempre, há excepções, o resultado 8, e vai avançando a alguma velocidade no mercado do trabalho, o jogo corre-lhe bem, calha sempre nas casas das promoções e dos aumentos e nunca na casa doença dos filhos (que é a a casa "fica em casa e deixa ou outros jogar").
O empregador lança os dados e vai-lhe calhando a crise, mas vai avançando, mesmo assim, às vezes vai promovendo o homem, às vezes, vai explicando à mulher que o mercado é mesmo assim, às vezes vai tendo lucro, às vezes, vai fazendo cortes - vai jogando e avançando.
E agora é a tua vez de jogar, lança os dados, que sorte te vai calhar ? 12. Calhaste na casa ministro do trabalho e emprego. Não acreditas na tua sorte, eu também não. Nesta casa és tu que dizes em que casa vais parar.
Suspense.
O que vais escolher ?

5 comentários:

  1. Isso é que era! Bom desafio...
    Não vou cair em sonhar propôr coisas impossíveis, não vá criar uma revolução social de mentes incapazes (ainda) de aceitar a mudança. Não...vou pelo mais simples!
    O direito sério e a sério em negociar. Em poder estabelecer modos de ser profissional sem que tal impeça outros "seres" em nós. Para mulheres e para homens...o direito de negociar com o chefe os horários e a forma de trabalhar que sejam mais motivadores e que permitam atingir mais objetivos (os de quem trabalha e de quem emprega).
    Aparentemente simples...mas tão complexo! Só isto no meu plano governamental enquanto ministra!

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  2. Enquanto ministra, calhou-me o 7, e parei na casa das 30 horas semanais, o slogan seria trabalhar menos para viver mais. Pais, mães, mas também quem não tem filhos, que a vida fora do trabalho não é apenas a maternidade - o dinheiro não é tudo, também tem que se aproveitar a vida.
    Além disso, desta forma, haveria necessidade de empregar mais pessoas, pelo que, enquanto ministra baixaria a taxa de desemprego.

    Alguém vota em mim ?
    Luisa

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  3. Agora é a minha vez e calhou-me o 5, avanço para a casa "Re-organização de dias feriados, e afins". Como estou, infelizmente, numa conjuntura de crise, deixo na gaveta, por enquanto, as propostas verdadeiramente interessantes, mas que envolvem orçamentos importantes e arranco com uma alteração gratuita : Suprimo feriados que não lembram a ninguém, como o do carnaval, suprimo pontes e tolerância de ponte, somo tudo, o resultado é X. Dou esses X dias aos trabalhadores e digo-lhe que devem gerir esses dias como entenderem, os pais podem e devem, por exemplo, escolhê-los para os "dias de apoio" aos filhos.
    Para incentivar e apoiar a natalidade, dou mais Y horas semanais aos pais e às mães, por cada filho, para que estejam mais tempo com os filhos. Organizo uma operação de "vales" com empresas estatais, ou não, que façam actividades com crianças em que os pais e as mães estejam envolvidos - esses "vales" seriam usados nos dias Y.
    Acredito que a igualdade de partilha e sensibilização de responsabilidade e tempo com os filhos, deva ser incentivada. As mentalidades "machistas" precisam de um empurrão para evoluirem rapidamente para uma sociedade mais justa.
    Acredito que a desigualdade sexista que existe no mercado de trabalho, se deva à desproporção entre o tempo que a mãe e o pai passam com os filhos, em vez de estarem a trabalhar. Diminuir o tempo "roubado" ao trabalho da parte da mãe e aumentar da parte do pai, vai contribuir para uma situação mais equilibrada.

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  4. Eu mudava tanta coisa!
    Mas o mais urgente seria criar uma regra de ouro: responsabilizar e compensar o trabalhador por aquilo que produz!
    Será assim tão complicado definir objectivos de produtividade que nos permitam trabalhar das 9h-16h?
    Se cada um soubesse que valia mesmo a pena dedicar-se durante o horário laboral, que seria devidamente remunerado e valorizado pelo seu trabalho, produziríamos muito mais...e teríamos muito mais tempo para nós, para a nossa família, para tudo o resto! Sim, porque há muito mais na vida do que a "profissão" e quase ninguém tem tempo para o gozar!
    Força Portugal! Viva as famílias portuguesas, e os portugueses empenhados em tornar o mundo melhor!
    :-)

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