13.4.11

Diz "criminação"

Andava iludida que não, mesmo se desconfiada que sim ... mas parece, mesmo, que Portugal é dos paises onde a mulher mais trabalha em casa.
Não sei muito bem onde é que isto começou, há quem fale da pré-história e da lei do mais forte, mulher tem filhos, homem caça. Urgh! Há quem lembre a época do renascimento para atrasar tudo, ainda mais, e fazer as mulheres sairem da vida pública. Oh, Kant, como é que me fizeste uma coisa destas ? E há quem escreva sobre a revolução industrial para obrigar as mulheres a irem para a fábrica trabalhar com os homens, esquecendo-se de explicar aos homens em questão que em casa não ía ficar ninguém, íam ser iguais ! íam ? Há ainda quem recorde os soutiens queimados para dar à mulher a hipótese de escolha e voto na matéria.
Basicamente um jogo de ping-pong, jogado à maneira do squash - tudo contra a parede - adivinhem quem faz de bola.
E agora, quem é que vem falar do que realmente se passa hoje, em Portugal, e como se deixa de se passar ? Quem é que me explica como é que duas pessoas a trabalhar fora de casa, têm vidas tão diferentes dentro de casa ?
E, afinal, quantas se revêem neste post da Lia Ferreira, que ja fez historia na net ?
E, do outro lado, quantas neste da **Sofia**,  neste da Duchess, neste da Marta, neste da Gralha ou ainda neste (privado) da Madame Pirulitos, ou neste da Sofia ?

Se bem me lembro das regras do ping-pong, se lançamos a bola, para que o jogo continue, alguém deve-nos lançar a bola de volta. Se todas as mulheres estivessem de acordo que "assim não violão" - Oh ! as telenovelas brasileiras dos anos 80 a trairem-me o raciocínio a esta hora - tudo estaria muito, muito diferente e éramos todas uma cambada de loiras suecas com igualdade e tudo em cima, ora, não sendo, é porque há quem leia este post e, no fundo, não concorde ou não considere relevante mudar esta parte da história familiar. Voluntárias(os) para me elucidar ?  E nem sequer tenho tomates desta vez, que sei eu, que estou há 4 anos em pleno no papel da Anita Mamã ?

Para baralhar, li ainda estas linhas, e pensei "olha a luz ! a luz !" Não sei muito bem que quantidade de electricidade, nem se é nuclear ou solar, mas ela anda aí.

A pergunta deste Sensus Capotansus :
Que pais andam a educar os nossos filhos? Pais que são mães ? Pais que ajudam ? Pais que são filhos ? Pais que tratam dos filhos, mas não da casa ?
Do census para um bom sensus é um passinho só. Quem está por trás de quem está desse lado do teclado ?

31 comentários:

  1. No prédio onde vivo tenho 2 vizinhos que são 'mães'... as mulheres trabalham 'fora' eles trabalham 'dentro', ficaram sem trabalho e com filhos pequenos ambos optaram por ser pais a tempo inteiro... são os 2 ingleses... a título de curiosidade!

    Eu também sou mãe a tempo inteiro... mas à procura de trabalho 'fora' de casa... não dou o meu tempo por mal empregue... mas também quero ter essa 'outra' vida.

    O meu marido trabalha por turnos, sendo que temos a sorte de passar tempo em família... é um pai dedicado ao seu filho... pai de companheirismo e brincadeiras... pai de ajudar com os exercícios de matemática... pai de ralhar quando é preciso (se bem que fico mais eu com 'esse papel', uma vez que passo mais tempo com o catraio!)... pai de cortar as unhas porque a mãe corta muito curtas... entre muitas outras coisas!

    Em casa, propriamente dita, vai ajudando porque entre trabalho, brincadeiras e tese de mestrado... alguma coisa há-de ficar por 'fazer'!! Um facto é que, no geral, não me posso queixar!!

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  2. O pai dos meus filhos ocupa-se dos filhos, bem e com paciência, às vezes, até com mais paciência do que eu, mas não faz praticamente nenhuma tarefa doméstica, não passa, não cozinha, não lava, não limpa, nada. Por outro lado, ocupa-se das tarefas normalmente masculinas, é ele que faz o que é peciso fazer com o carro, a canalização, a electricidade. Se a OCDE for contabilizar horas, eu trabalho muito mais do que ele, todos os dias. Mas, por outro lado, eu não saberia fazer o que ele sabe e estaria bem "enrascada" se ele não o fizesse. E, agora ? Vou queimar sountiãs e arriscar um desiquilibrio no meu quotidiano ?
    Luisa
    (gosto de passar neste blogue, mas às vezes fico com a sensação que mundos diferentes não se podem compreender sempre).

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  3. O meu ponto de vista já foi mostrado. E mais não digo.

    ahahahahahahahaha

    Não. Pensar sobre isto fez-me mal... ou bem. Ainda não sei.
    O meu faz muito. Se faz tudo? Não? Se é perfeito? Não. Se por vezes me zango e exijo mais? Sim

    Mas eu sou uma contestatária. Uma pedinchona, diria mais. Mas sou assim com os outros e sou assim comigo.

    Ele faz muito. A maior parte das vezes sem vontade mas faz.

    Se eu, por outro lado, sou perfeita? No way Jose.

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  4. E já agora, gostei muito do post. Agora tens que ir lá dizer-me que o meu está um must.
    Estás a ver como sou boa a pedir??
    :)

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  5. Eu tenho o relatório da OCDE, mas ainda não o consegui ler com toda a tranquilidade. Seja como for, juntando o que li às pessoas que ouvi para a reportagem que vai ser publicada este domingo na Noticias Magazine, sobre mães que abandonam ou interrompem a carreira para ficar em casa com os filhos, o que posso acrescentar é: parece que os homens passam mais tempo no trabalho remunerado do que as mulheres (uma hora, segundo dados de 1999). Ou seja, as mulheres chegam a casa mais cedo. Isso não justifica toda a diferença entre o tempo dedicado por homens e mulheres às tarefas domésticas, mas explica uma parte. Porque é que elas chegam mais cedo? Bom, isso é outra questão, mas parece-me que os empregadores são mais tolerantes com elas quando elas têm de sair para ir buscar as crianças ao infantário, ou quando há uma reunião na escola, ou quando os filhos ficam doentes. Isto seria porreiro da parte dos empregadores se não fosse penalizante para as mulheres - todas as que entrevistei e todas com quem falo todos os dias sentem que são penalizadas por isto. Ou seja, os empregadores são mais tolerantes com elas, mas não deixam de as penalizar, ora bolas.
    Voltando à diferença entre homens e mulheres no trabalho doméstico: eu acho que o que está em causa é o trabalho doméstico, não os filhos. Os homens até se dedicam muito mais aos filhos do que antes e se calhar até ocupam tanto tempo com isso como as mulheres (a maior parte, penso eu). Cozinhar, passar a ferro, limpar a casa é que é coisa que não está no ADN deles. Não é que não o façam, não o saibam fazer ou achem que não é tarefa deles. Simplesmente não ficam com urticária quando vêem as coisas fora do sítio. Eu, por exemplo, fico. Ocupo muito do meu tempo livre em tarefas domésticas por ser um bocado obsessiva. Não acho que os homens portugueses não estejam diferentes. Elas é que se calhar ainda têm interiorizada a necessidade de arrumar, limpar, ter a casa em ordem, a roupinha passada, etc, etc. E esse trabalho tem de ser feito, certo? Uma socióloga disse-me que sentia que a sua geração tinha cometido um erro: na tentativa de educar os filhos para a igualdade de papéis, optou por desresponsabilizar as raparigas pelo trabalho doméstico, em vez de responsabilizar os rapazes.
    Ana Gomes

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  6. oh mulheres deste portugal FMIzado, não se deixem ficar! se têm um marido menos cooperante é dar-lhe pequenas tarefas agradáveis que ao longo do tempo ganham complexidade. o meu homem agora é perfeito, mas houve uma altura em que ele não sabia fazer feijoada, nem panquequas, e agora faz mil vezes melhor do que eu, e está-me sempre a por "defeitos" na lida doméstica.
    há luz no fundo do túnel, claro que há!!!
    ;)

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  7. vá, sofia, conta-nos lá o teu segredo com todos os detalhes :)
    Ana Gomes

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  8. Blue Eyes - Ok, ficaram em casa, são ingleses e tudo, mas ... e se os dois membros do casal fossem os dois quadros superiores, quem é que ficaria em casa ? Auch ! Bolas, quem é que me atirou uma pedra no meu telhado de vidro. Não se faz, em tempo de crise !!

    Luisa - Longe de mim dizer-te o que deves fazer com a tua lingerie ou com a tua vida familiar ! Obrigado por nos teres mostrado uma vantagem da divisão de tarefas por competência/género. Mas... e se tivesses mais tempo livre, terias mais paciência ?

    Madame Pirulitos - Mas porque é que te fez mal ? Ou bem ? Se admites a imperfeição, porque é que não ficas tranquila ?

    Ana Gomes - Mas se os empregadores são mais tolerantes, não é simplesmente porque os homens nem sequer lhes pedem para serem tolerantes com eles ? Quantos homens pedem para ficar em casa com o filho doente, podendo ter a mãe a fazê-lo ? Quanto ao ADN... huummm, sera que o ADN masculino português é diferente do ADN masculino norueguês ? E essa sociologa tem uma certa razão... mas sera realmente um erro ? Não estaria a geração das nossas mães demasiada presa à obsessão da limpeza ? E depois, como é que podiam ter tempo para um cineminha ?

    **SOFIA** - Va, conta tin tin por tin tin o teu segredo. Aqui em casa tenho um pai igual, mas não tenho nenhum mérito, ele ja era assim, é à mãe e ao pai dele que podem pedir esclarecimentos ...

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  9. sim, eu acho que a geração das nossas mães ainda estava demasiado presa à obsessão das limpezas. a minha mãe até tinha empregada, não era ela que limpaga, pelo menos na maior parte das vezes. Apesar disso (ou talvez por isso) eu não me livrei dessa obsessão pelo clean e o direitinho. E apesar disso, a minha mãe não ia ao cineminha... Pronto, não é uma questão de ADN, é uma questão de educação, de formação e, admito, de tolerância nossa - vá, vamos lá por uma revolução em marcha, estou nessa! E, sim, os empregadores são menos tolerantes com eles porque eles não reivindicam os seus direitos e deviam. Eles normalmente são também quem ganha mais (mesmo que ele e ela desempenhem a mesma função), portanto têm mais a perder - enfim, é um ciclo vicioso, não sei como saimos disto.
    Ana Gomes

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  10. Ana Gomes - Saimos juntos ;)
    Saimos a perceber quais são as prioridades, a pensar no outro, a pensar nos filhos, a auto-questionar-se. Adoro a palavra revolução, a sério, adoro. Mas acredito que neste caso estejemos tão perto de uma situação mais justa que basta uma evolução. Começar em casa, prolongar no trabalho, um jeitinho aqui, outro ali. Ter cuidado com as recaidas, um dia de cada vez.

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  11. Só porque são demasiados posts e demasiados comentários e demasiado informação para ser processada. Olha que eu não binco em serviço. Isto de estar sempre a pensar nas palavras e no que está por trás das palavras é defeito de profissão:)

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  12. Oh ! Madame Pirulitos, mas o que é a vida senão uma grande brincadeira ? ;)

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  13. Não me parece que seja uma "questão de urticária"
    É mais uma questão cultural, um legado de hábitos que os pais e mães deixam cravado nos filhos
    O Pai cá de casa é prova de que um eficiente reset é possivel
    Tanto que até a mãezinha dele se surpreende!
    (pena não ter acesso à madame pirulitos...)

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  14. oh pá, mas conta lá como se faz esse reset, estou em pulgas. Também tenho pena de não ter a madame pirulitos, mas queria mesmo saber o teu segredo. Nao se pode revelar?
    Ana Gomes

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  15. Segredo?...
    só se for a minha grande "telha", a minha teimosia, o meu treino avançado em refilice, iniciado desde cedo com um irmão mais novo
    E o exemplo que tive em casa
    Por lá não haviam mulheres a dias, mas também não havia apenas uma mãe a fazer tudo. Se ela cozinhava o meu pai aspirava e se ele queria as camisas impecáveis que as passasse - Tanto que aprendi a passar camisas com o meu pai!
    E se ao meu irmão lhe dava a preguiça, como sempre deu, o quarto assim ficava, a acumular pó até que ficassem marcas nos móveis, até que ele se decidisse
    E ela, a minha mãe, por mais furibunda que andasse, não lhe limpava o quarto
    Por isso cá em casa foi assim: temos de limpar. eu fico com as casa de banho tu com o pano do pó e aspirador.
    Assim, dito sem opção, sem alternativa
    Anda cá que temos de fazer a cama, e por aí fora...
    E se não cooperava, a minha pouca urticária para as lides domésticas permitia-me deixar ficar, até que reparasse na "porcaria"
    Claro que ele ser como é também ajuda. E não, não é um banana que vive à mercê da mulher ou de chicote! ;)
    Ele é assim mesmo e aprendeu a fazer o que nunca fizera e claro que não o faz por gosto e se puder esticar-se estica-se!
    Mas a verdade é que quando me puseram de repouso foi o 1º a dizer que tudo o que fosse acima de um pacote de leite era esforço e que ele fazia
    E aprendeu até a ir às compras sozinho!
    Por isso quando na 1ª noite de bebé em casa, depois de se ter oferecido juntamente com o meu irmão, a ficarem com a bebé na sala enquanto faziam um bocado de serão e ela acordou com cocó, em vez de me ir acordar, pegou nos devidos instrumentos e com a ajuda de uma lanterna que o meu irmão empunhava (e tenho uma pena enorme de não ter presenciado a cena, que deve ter sido hilariante) limpou o rabinho bem limpo, encremou e colocou a fralda tal como já me tinha visto fazer!
    É um verdadeiro auto-didacta "amestrado"! ;)

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  16. Ana - Acredito que esse Reset seja feito com calma, a tal historia da evolução... Gerir personalidades, preconceitos, competências. Mostrar o que é preciso ser feito e não dizer o que é preciso fazer, caso contrario, entra-se numa roda viva de ordens e "encostas". Depois, não criticar porque não foi feito à "nossa maneira". Eu estive no papel tipico do homem, vivia sozinha sem grandes regras e quando comecei a viver com outra pessoa, deparei-me com alguém mais metodico e organizado. Sim, o mundo ao avesso ! E nem posso imaginar o que teria sido se tivesse levado com ordens e comentarios negativos. Tinha sido o fim !
    Assim, olha, fui fazendo o que era preciso e encontramos um equilibrio. Mas, claro, havia boa vontade das duas partes.

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  17. tinha tanto para dizer sobre isto q ainda ontem tivemos uma conversa a dois "daquelas"...

    em casa dos meus pais as tarefas eram partilhadas a 100%. sendo q o meu pai aprendeu a fazer tudo depois de casado. logo o ADN e a educação não contaram. era a evidência: trabalhavam os dois fora, pq havia de ser diferente em casa?

    digo-te só q nunca vou esquecer o olhar arregalado da minha sogra em duas situações:

    qdo viu o filho mudar a 1ª fralda da neta... e qdo o viu a 1ª vez descascar batatas.

    da neta segiu-se a emoção, a ternura, o orgulho.

    da sopa segiu-se a fúria, a ira tendo mesmo tentado arrancar a faca da mão dele para as descascar ela que aquele filho dela não foi educado para isso. tss tsss

    de maneiras q é isto: tratar das netas pode. da alimentação e da limpeza/organização da casa, cruzes credo.

    com a opinião dela posso eu bem. com o filho a achar no fundo no fundo q a mãe é q tem razão é q já não dá!

    tou fartinha de dar ordens. como é q lhe mostro q comida não se faz sozinha e que a roupa não salta da máquina pro estendal??

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  18. Vamos lá a ver se eu acerto na educação da minha prole. Eles são tantos que um é capaz de sair como deve ser:)

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  19. Opá, então e do que eu escrevi ninguém gostou?
    Principalmente aquela parte de ser afrodísiaco para as mulheres. Está mais do que estudado e comprovado!

    :)

    Juro que quando ele me ajuda é raro eu ter dores de cabeça.

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  20. E, pronto, blogosfera, a Sofia desvendou o seu segredo, basicamente têm nesta caixa de comentarios, matéria suficiente para revolucionarem as estatisticas - a OCDE que se prepare !

    ... Oh, sogra de ouro ! Ainda bem que não foi com ela que te casaste, ufa !

    Duchess - Por acaso, lembro que um dia um colega meu contou que teve que lavar o chão da cozinha e teve a namorada (que estava com o pé partido) a dizer ali esta bem, aqui esta mal e falou exactamente sobre as dores de cabeça que estranhamente sentiu nessa noite. O teu post esta excelente, até vou agora relê-lo novamente e tudo!

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  21. Eu disse uma vez algures que tinha como passatempo refutar ideias, baseada unicamente na minha experiência pessoal e portanto o que eu acho é que as mulheres portuguesas são mais machistas do que os maiores machos portugueses. A minha rica mãezinha (que teve duas raparigas e dois rapazes) é o exemplo maior disso. As duas sogras da minha vida idem, idem. E a maior parte das mulheres da minha idade, mesmo quando têm namorados/maridos que partilhem tarefas, preferem não divulgar demasiado, porque lhes retira algum mérito nessa coisa de parecerem a super-mulher.
    Eu vou ter um terceiro filho e garanto que só o tenho por ter este pai para os meus filhos (é pai de dois deles), de outra forma não teria, porque me recuso a ser uma espécie de mãe solteira, amarga com a vida. Assim, ao menos sou só um bocadinho amarga por não ser quadro superior, como ele, para podermos trocar de papel. Coisa que ele faria de bom grado.

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  22. Pois é, até o meu filho nascer e ambos a chegar a casa tarde e más horas a coisa funcionava lindamente. Mas depois do nascimento do filhote e de eu decidir ser "Anita dona de casa" foi o descalabro total. E tudo em nome do trabalho e falta de tempo dele (justifica-se ele, na esperança de eu aceitar).
    Boa pergunta: "...mas ... e se os dois membros do casal fossem os dois quadros superiores, quem é que ficaria em casa ?" Posso respoder:um continua ocupadissimo com a sua carreira e o outro/a cria/educa/ama/ o filho e fica em casa para o que for preciso, porque foi essa a sua opção. Opção que ele nunca tomaria mas que aceita.

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  23. em minha casa o exemplo era o tradicional, mamã tratava de tudo e mais rápido do que qualquer um de nós.
    na casa dele a mãe trabalhava por turnos e o pai que chegava às 4:30 tratava de tudo - esse foi o exemplo com o qual o meu homem cresceu.
    e calhou de ser um bom rapaz e ver que realmente "alguém" tem que fazer as coisas. eu não tenho nenhum segredo, tenho sorte, muita sorte.
    :)

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  24. Bolas, estou como a calita. Digo exactamente o mesmo.


    Por causa disso vou escrever segundo post lá no meu estaminé.

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  25. Olá mãe que capotou. Adoro este blog. Acho que nunca comentei.
    Este tema diz-me muito.
    Acredito que os nossos filhos terão uma postura diferente, fruto da educação que nós lhes daremos ou estaremos a dar.
    Eu pelo menos conto fazê-lo. Tenho um miúdo de 1 ano e se um dia tiver uma miúda, vai ser igual para um e para outro a partilha de tarefas e responsabilidades.

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  26. Excelente reflexäo das familias Portuguesas! Entäo eu tb vou contar do meu caso. O meu homem é nórdioo (Dinamarquês) - essa espécie sempre tida como dos melhores exemplos da Europa. Näo se foi da minha genética sofredora trágico-católica mas calhou-me um nórdico bem preguicoso. Até termos o nosso filhote ele apenas ias às compras e cozinhava (ás vezes lavava os pratos). O resto era só eu... Mas deixei andar... Principalmente porque näo gosto de comandar ninguém para fazer as coisas. Acabava por fazer eu o trabalho "sujo".
    Depois de nascer o nosso filho, acabou-se a sorte (para o nórdico). As tarefas domésticas passaram a ser divididas senäo eu dava em maluca histérica. Mas o ambiente familiar durante o primeiro ano do nosso filho foi mau... muito mau até estabelecermos esse equilibrio - eu sempre cansada eu sempre a refilar.
    Vivemos na Dinamarca, onde há 2 semanas obrigatórias de licensa de paternidade para o pai e até 6 meses que podem ser disfrutados pelo pai ou pela mäe. O meu homem tirou 3 meses de licenca em parte time (eu 2 dias em casa e ele 3 dias em casa) - foi o melhor dos mundos. Eu ainda tinha o meu baby 2 dias e tinha uma vida para além de "Anita mamä".

    Mas mesmo assim, o pai ainda näo se sentia 100% à vontade sozinho com o filho. Eu saía pouco (sem a familia), e quando saía era sempre um nervosismo. Cada vez mais fui fazendo um esforco para o pai fazer mais e mais tarefas com o filho, deitá-lo, dar o leitinho, sair com ele sozinho algumas horas no fds.
    Mas a completa igaldade vivemos agora - e é espectacular. - Por razoes do meu trabalho emigrámos durante apenas 6 meses e o meu homem näo tem trabalho e está em casa com o filho de 2,5 anos. Estäo completamente cúmplices e foi espectacular para os dois.
    Acho que a culpa de "alguns" homens näo fazerem muito é sempre dos dois. A mulher cala muito faz muito para näo se chatear (por mim falo) mas depois näo compensa. Quando chegam os filhos explode-se de coisas para fazer.

    O trabalho é importante para os dois, faltar ao trabalho é mau para os dois, e temos de ser nós familias jovens a mudar mentalidades dos empregadores e dos empregados.
    Mesmo que o homem ganhe mais!! O que é que isso interessa?

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  27. Tanto pano para mangas!
    Alguns pontos soltos:
    - Muitas vezes a questão também é de poder: trazer a casa a contento de um ou do outro (traduzido por: se queres que o pó seja limpo todos os dias, limpa tu - a mim, basta de três em três meses). A recusa de fazer certos trabalhos pode ser uma recusa de obedecer sem negociação.
    - Há mais de vinte anos ouvi uma política contar que quando foi para a capital e deixou marido e filhos na sua cidade de origem teve de aprender a delegar e respeitar. Ou seja: teve de aprender a conter o impulso de criticar o marido porque estava a educar mal os filhos, não passava a roupa como deve ser, não cozinhava ao gosto dela, não tinha a casa organizada como ela queria.
    - Talvez (deixem-me repetir: talvez, talvez) as mulheres ainda tenham muito no fundo de si a ideia de que a casa e os filhos são a sua área de domínio. E que o trabalho é uma necessidade, menos que uma realização.
    - A vida real: de momento o meu marido tem um ritmo de trabalho insuportável. Enquanto eu estou aqui nos blogues a meio da tarde, ele só consegue ir ler os seus e-mails a partir das 10 da noite - e levanta-se às seis da manhã. Não consigo exigir dele que ainda pegue numa vassoura, ou sequer levante os pratos da mesa depois do jantar. Sim, ele podia trabalhar menos. Se eu estivesse disposta a baixar muito o nível de vida, ele podia trabalhar um pouco menos e ter algum tempo para a vassoura e os blogues... De resto, nas alturas em que tenho mais trabalhos (sou free lance) simplesmente deixo de cuidar da casa. E ninguém morre.
    - Conheço inúmeros casos de mulheres que combinaram com os maridos que eles sustentavam a família e elas ficavam em casa com os filhos, mas depois os homens chegam a casa no fim do trabalho e ainda têm de ajudar nas tarefas domésticas. Ah, espertalhonas!

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  28. Calita - Refutar ideias, unicamente baseada em experiências pessoais, néao é o meu passatempo é um dos meus emprego não-remunerados. E sexistas são a evitar, seja qual for o sexo, idade ou grau de parentesco. Falando de coisas sérias, e tu ? Para quando ? Saiste-me pior (melhor ?) do que as telenovelas ...

    Dadinha - Descalabro total ? Ui... Nunca fui muito à bola pelo "Anita dona de casa", porque é que não experimentas o "Anita faz o que bem lhe parece" adivinho-lhe vendas colossais !

    *SOFIA** - Os exemplos podem não ser tudo, mas são tanta coisa !!! Não és apenas tu que tens sorte, é também ele (que viu a luz sem grandes custos), a Leonor e os que mais dai advirem. E depois os teus genros e noras e netos e bisnetos e ... bom, tu percebes onde quero chegar.

    Marta Mourão - Os teus comentarios são mais do que bem-vindos.
    Quem é que disse que o futuro encontra-se nas mãos das mães ? Acrescento que na dos pais também.

    Maffa - A "culpa" é dos dois, acredito que sim. E se o trabalho for importante para os dois e a familia igualmente, essa historia do homem ganhar mais tem os dias contados - Um ciclo vicioso, é o que é.

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  29. Claro! Estava a referir-me à educação que nós, pais (mãe e pai) lhes daremos.

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  30. Ai, Helena, que eu detesto costura e agora vou ter que andar à volta dos teus pontos e dos teus panos :
    - Uma boa negociação (quando é necessaria, e que é em muitos casos) pede flexibilidade dos dois lados. Fica à parte mais exigente a tarefa de baixar os requisitos mais elevados ou assumi-los e à parte menos exigente de medir a razoabilidade dos seus minimos (o inverso também é valido)
    - Delegar e Respeitar, nada a acrescentar neste caso, até porque o que é errado para uns é certo para outros, tudo é relativo e a nossa maneira não é A maneira. Seguinte !
    - Talvez - para a parte do dominio na casa. Mas muitas duvidas quanto à realização no trabalho, aqui acredito que andamos todas ao mesmo, a sonhar com a realização que nos foi prometida na universidade, depois umas com mais sorte do que outras.
    - Quanto à vida real, o que se espera não é uma inversão de papeis (espero)é uma igualdade. Se for o homem a trabalhar tudo fora de casa, sem tempo para mais nada, não se pode exigir grande dedicação em casa. Se for a mulher, a mesma coisa. Mas e quando os dois trabalham o mesmo fora de casa ?
    - Quanto à espertalhonice - Vida real: quando estava no final da gravidez da minuscula (ainda a trabalhar, mas ja em licença de parto, aqui começa no 8° mês de gravidez) disse que era eu que me ia levantar à noite, porque de dia ia ficar em casa e o pai ia trabalhar. E ele respondeu-me, que nem pensar, que a filha também era dele e não queria que à noite quando precisasse de alguém, pensasse que so podia contar com a mãe.
    Entretanto, re-trabalhei fora de casa, e em casa tudo fifty-fifty.
    Mas quando me despedi e fiquei em casa, à noite tudo era partilhado. Claro ! Não contes a ninguém, quando trabalhava dava o litro, juro que dava, mas nunca, NUNCA, fiquei tão cansada fisica e nervosamente falando, dos que nos primeiros anos de vida dos meus filhos. NUNCA.
    A minha "boa vida" data de ha alguns meses apenas, agora durante o dia faço as tais coisas chatas que ninguém gosta, mas à noite fazemos os dois, claro que fazemos ! Assim mais depressa ficam feitas as coisas e mais depressa podemos respirar.
    Gosto de pensar que somos espertalhões !

    Marta - Percebi. Estava apenas a acrescentar um ponto que ja estabva implicito, naquela do "estamos na mesma onda, mas olha mais isto".

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  31. O meu marido tem uma carreira eu tenho trabalho e isso diz tudo.

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