14.1.11

Workshop tão essencial como gratuito. Scones à volonté.

"O meu desafio é saber confrontar os outros sem ser agressiva, e resolver situações sem ser na base da força e da humilhação. Encontrar as palavras certas que nos façam avançar a todos." Helena

Aqui nos encontramos, leitores, amigos e indiferentes que estão só de passagem por acaso e que nunca deixarão comentários, reunidos finalmente num beco sem saída. Eu, nós, e este grande busilis da questão dos tempos modernos, que é o debate inteligente. Ou a sua ausência.
Não temos, muito infelizmente, grandes exemplos a seguir na televisão, na vida real ou na blogosfera, salvo se me tiver passado algo de verdadeiramente transcendental ao lado. O que não é impossível. Seja como for, um bom exercício honesto de troca de ideias faz-nos falta, ide por mim. Como a água no deserto, como os amigos numa vida, como o perdão na religião, como o FMI para Portugal (fui ao google tirar este exemplos, descarto-me de qualquer responsabilidade nesta matéria).

A rubrica épica e mítica que aqui humildemente pretendo iniciar é do retorno da tertúlia. Da verdadeira. Da troca de ideia civilizada, do que a Helena disse e tão bem num comentário ali no sensus e que eu abusivamente utilizei no início post. A ideia já andava a germinar com o famoso e elegante "Atirem-me tomates !" mas este empurrão originou o pontapé de saida.
O desafio/pedido/súplica de hoje é que me ajudem com ideias de debate algo controversas, para que, acompanhadas de um chá e scones à discrição, possamos exercitarmo-nos no tão antigo como esquecido, mas eternamente actual, hábito de discussão saudável. Assim, como no tempo da Grécia antiga. Envenamentos à parte, claro.
Podem vir vestidas de Toga, se for uma fantasia vossa antiga, não estamos aqui para vos julgar.
A caixa de comentários está aberta. Moderadamente falando.

26 comentários:

  1. Fixe, agora? agora vou dormir, já meti o comprimido no bucho e o leite com chocolate está a arrefecer!

    Caramba, que mau timing :(

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  2. e onde é que vamos comer? lanço já a primeira questão.


    - adoro bons debates. estou nessa. vou deitar-me e pensar nesta demanda.

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  3. Ême - Não arranjes desculpas. O guichet da recepção vai estar aberto à noite para esclarecimentos, mas a sessão começa amanhã por volta das 10h, se chegares antes das 8h ainda tens uma chance de ser atendida. Allez, bonne nuit !

    sof* - Isto é que eu gosto. Alguém com o sentido das prioridades. Amanhã aqui te espero mais uma proposta genial.

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  4. Não sei o que se passa mas não tenho recebida as tuas actualizações :( só hoje é que recebi....
    Beijos

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  5. Geralmente, se há debate é porque há controvérsia.
    Queres questões da Europa? Será que a Europa devia desistir do Euro? Ou, mais concretamente: será que se pode esperar que os países mais cumpridores (Alemanha, hehehe) devam ser fiadores permanentes dos incumpridores?
    Queres questões sociais? Será que os ciganos deviam constituir o 28º Estado da UE? Ou devem ser perfeitamente integrados (assimilados?) no país em que vivem? Será que a escola deve ser igual para todos, ou o Estado deve suportar também projectos alternativos, desenvolvidos por privados?
    Queres questões ambientais? Devemos continuar a viajar de avião, apesar dos custos ambientais? Devemos fazer férias em casa, vender o carro, e ir para o trabalho de transportes públicos? Devemos consumir apenas produtos Bio?
    E uma que me interessa muito: como fazer da linguagem do politicamente correcto um instrumento de paz e entendimento entre os vários grupos, sem ser essa espécie de ridículo cinto de castidade em que se tornou?

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  6. Helena - Parece-me uma boa contribuição para começar e em algumas das questões até se vê que te esforçaste para respeitar o enquadramento socio-maternal do blogue. Sabia que não me ias deixar ficar mal, não te bloquearei nunca mais o acesso a este blogue, esta semana.

    Resto do mundo - Estão abertas as inscrições. A massa dos scones "is in process".

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  7. (eu outra vez, ai!)
    Quando escrevi a frase que transcreveste no início do post não estava a pensar em temas de debates, mas em modos de resolver situações de conflito.
    Concretamente, um exemplo que me impressionou imenso: num retiro de católicos, nos EUA, durante uma refeição duas pessoas estavam a conversar sobre música clássica. Às tantas, uma delas disse que não conhecia Brahms, e a outra perguntou, em voz muito alta e muito chocada: "o quê?! você não sabe quem é Brahms?!" Fez-se um silêncio muito incomodado em todo o grupo, toda a gente se sentia constrangida com aquela situação e com o embaraço do "ignorante". E então, outra pessoa disse: "Vejo que sabe imenso sobre esse compositor. Por favor, pode-nos contar a todos um pouco sobre ele?" - salvou a situação, sem precisar de humilhar ninguém. Quem me dera saber encontrar palavras assim!

    Uma vez consegui fazer a coisa certa, sem pensar. Ia na rua, e vi três rapazes adolescentes a bater numa mulher de meia idade. Fui ter com eles, gritei-lhes furiosa "o que é que vocês estão a fazer?". Parece que foi o mais certo, mas garanto que foi sem querer! Um deles veio ter comigo, para explicar o que tinha acontecido, eu ouvi-o e (sou mesmo maria vai com todos!) dei-lhe razão: "sim, de facto isso não se faz. Mas olhe que o que vocês estão a fazer também não é correcto!" - ele (mario vai com todas!) concordou. O simples facto de o ter ouvido ajudou a aliviar a situação. Daí a nada estavam a ir-se embora.

    Outra vez, estava a sair do estacionamento de um supermercado pelo lado errado. Um senhor veio ter comigo, fez-me sinal para abrir a janela e disse-me, muito sorridente e simpático: "olhe que isto é uma via de sentido único". Tão simples, tão evidente. E no entanto tão raro nas nossas cidades.

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  8. (Ainda me vou arrepender por ter escrito em praça publica que não te ia bloquear).
    Aproveitei-me descaradamente da tua frase porque o que tenho constatado é exactamente isto, hoje em dia não ha distinção entre debate e situação de conflito. Uma frase polémica gera uma resposta agressiva de discordância e a partir dai ja nada se salva e não se avança mais do que um hamster naquelas rodinhas.
    E agora, em relação ao que gostava que fosse uma partica corrente, vou rematar mais uma vez fazendo um copy past eficaz : "Tão simples, tão evidente. E no entanto tão raro nas nossas cidades."

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  9. Se me bloqueares vou fazer queixa ao wikileaks, ainda "hádes" ver os meus comentários na primeira página do Le Monde!
    ;-) ;-) ;-)

    Pronto, a sério. Não, a brincar: então as mães metem o resto do mundo no bolso? Não pensam no euro, no ambiente, e assim?

    Agora a sério, mesmo. Temas para debater entre mães:
    - Bater nas crianças é um "recurso pedagógico" aceitável?
    - Deve-se obrigar as crianças a comer, mesmo se elas não querem?
    - Pode-se mentir às crianças quando achamos que é "para bem delas"?
    (eu digo a tudo que não)

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  10. Ok, podes arranjar-te para sair antes no Libération ? é que é o que eu leio mais regularmente e dava-me um certo jeito. Merci.

    As mães pensam em montes de coisas, mas como ha varios tipos de mães a ler este blogue, ha varios tipos de centro de interesses extra-maternais, mas podemos sempre tentar um pouco de tudo. Seja como for, estou a ver que vamos ser apenas as duas a fazer este debate, que o people du fuso de Greenwich parece estar-se a baldar neste workshop. Preferes cha preto, com leite, açucar ?

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  11. o pá cheguei agorinha mesmo(vim pelos scones claro, que tenho de alimentar a cria embutida)ora
    mas agora perdi-me....devo contribuir com ideias para debate ou devo esperar pelo tema a debater-não me batem sim?

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  12. enquanto espero vou ali ao ultimo sensus que tenho andado baldas da net

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  13. Os scones ainda estão no forno. A ver se não os queimo, por enquanto vou servindo chas e tisanas. Como preferes o teu. Nesta fase, estamos a reunir ideias para debatar. Podes vir sem medos, que aqui é so gente civilizada, ou amordaçada.

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  14. E que tal debater a conciliação de uma carreira profissional com a vida familiar de uma mãe?
    Ou, aproveitando o facto de haver participantes de várias nacionalidades (acho), falar/comparar as questões de protecção social nas mulheres quando a maternidade lhes "bate à porta".
    Já para não falar no eterno tema das diferenças no trabalho entre homens e mulheres...
    (nota: sou a única mulher na minha categoria profissional na minha empresa e das hierarquicamente mais acima, apesar de estar num patamar longe do topo. os meus chefes são machistas e a minha gravidez é vista (por alguns) como uma chatice que me vai "estragar" a disponibilidade... não sou nem feminista, nem fundamentalista, mas nesta altura é natural que me lembre destes temas...)

    ganhei uns scones?

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  15. Boa, essa ideia de comparar realidades em varios paises. Não tive tempo para fazer outra fornada, mas raspei uns quantos e ainda se aproveita alguma coisa, quantos queres ? Tenho manteiga e doce de abobora feita pela sogra. Não é nada light, mas sabe pela vida.

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  16. Venham as raspas e o doce de abóbora. Light?! só se for para estragar!!!
    (com barrigão de 8º mês, estou-me nas tintas para a linha ;))))

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  17. aqueles temas lá de cima da Helena parecem-me bem...de resto, tenho pouco a acrescentar, estou num dia muito pouco produtivo!

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  18. Mané - Sim, que tudo isto é muito bom, mas atenção que o 8° mês da gravidez tem muito que se lhe diga, para a linha também eu estava nas tintas, o problema era a linha deles, que a moda dos bébés de 5 kgs não é para toda a gente.

    InêsN - Ok, ok, toma o teu scone mesmo assim e explica-me aquela coisa do tricot com as mãos.

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  19. Acho os todos os temas bons para debater, comparar as realiddades não sei, se calhar ía sentir que estou no local errado! Estou??
    Debater o tema "vida profissional super intensa" versus "vida profissional menos intensa (e se calhar menos interessante)em prol dos filhos"! Onde é que saímos todos a ganhar??
    E pronto! Que comece o debate que já estou com fome!
    Beijoca:)

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  20. e que tal aquelas mãe doidas trescloucadas que chegam ao fim de um ano de maternidade, se passam, mandam tudo às urtigas, se despedem e passam a viver como se estivessem numa outra dimensão!!?!?!

    ando tão feliz, desde que me passei :D

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  21. Silvia - Olha que se calhar alguns mitos do estrangeiro perfeito vão cair...

    **SOFIA** - Ai essas mães é que não !! Por favor !!
    (bolas, eu trabalhei apenas 2 meses e depois despedi-me - qué verguenza...)

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  22. Desculpa a intrusão, mas... o que achas de um tema como "até onde é que devemos contar (todas) as nossas preocupações aos filhos?".
    Eu explico, temos dois pré-adolescentes (de 12 anos, rapaz e rapariga), e duas mais pequenas com 9 e 8 anos. E ultimamente fala-se muito dos cortes orçamentais, dos ordenados que poderão ser reduzidos, and so on...
    E os miúdos, principalmente os mais velhos, já querem saber quanto ganhamos, quanto gastamos - se se poupa, se não se poupa, enfim...

    Para além disso, gosto tanto de chá e scones, que decidi intrometer-me por aqui :)

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  23. SofiAlgarvia - Excelente intrusão, que vai de encontro com uma proposta da Helena sobre mentir aos filhos (para os proteger). A proxima fornada de scones vai sair em breve, fica atenta.

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  24. Estava capaz de desatar já a comentar todos os temas já propostos, mas vou armar-me de paciência e esperar plos próximos scones.
    Se bem que estava mesmo a precisar de ouvir opiniões sobre o tema "mentir ou não", que é muito actual aqui em casa, depois de uma visita da fada dos dentes e respectiva ridicularização no dia seguinte na escola. Espero ter isto devidamente esclarecido na minha cabeça antes que chegue o Coelho da Páscoa.

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  25. Para a semana atacamos isto e começamos exactamente com "Mentir ou não mentir, eis a questão".
    Preparem os argumentos e as boas maneiras e encarrego-me das comidas e das bebidas. Bom fim de semana !

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