1.6.10

Estou à minha espera no 6ème Arrondissement ...

Não sendo propriamente a imagem encarnada do poor lonesome cowboy, gosto de passear sozinha. Se for em Paris, melhor.

Mas algo correu mal no meu rendez-vous comigo mesma. Outra vez.
Uma questão de timing ? de feeling ? de noite mal dormida ? sim, o Minus voltou a atacar.
Seguramente algo logístico e trivial.
Espero eu.
Paris estava la. Eu, parecia que não.

Mas tirei fotos, pelo sim, pelo não. Vai que acontece alguma coisa e eu precise de um alibi...
E cá estão as ruelas desertas de Saint Germain des Prés, as galerias de arte da rue de Seine, as equipas de filmagem sim, porque há sempre um filme, reportagem, pub a ser filmada, todo o charme da Pont des Arts, um space invader, le chat da Escola de Belas Artes, as passagens secretas que pelos vistos já constam nos guias turísticos japoneses e americanos...
E tudo isto é muito lindo e tudo isto é muito interessante, mas qual é o meu lugar aqui, afinal ?
Porque é que ninguém me disse que a maternidade só aceita bilhetes de ida?
Porque é que quando me disseram que tudo ia mudar, não me explicaram que eventualmente eu me poderia perder ?

8 comentários:

  1. Então tu n sabias que com a maternidade e o esforço do parto e a libertação da planceta, vai-se-nos toda a nossa orientação geográfica á mistura?
    Eu que já n sou lá muito boa em geografia, agora imagina tu com dois LOL

    Mas diga-se as fotos estão bem giras :D

    jocas

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  2. olá! Gosto muito do teu blog, acho-o uma verdadeira delícia e adoro lê-lo, principalmente agora, que vou ser mãe pela 1.ª vez. Estou grávida de 11 semanas e penso que o teu blog fala da questão da maternidade de uma forma muito plena e aberta, focando o bom e o divertido mas, também, as dúvidas, o cansaço e os problemas que daí advêm.
    E assusta-me, por vezes, ler posts como este... Mas a verdade é que eu já me senti perdida noutras ocasiões... e foi nos amigos, nos espaços outrora frequentados, no reler dos velhos livros e principalmente em monólogos comigo mesma que me voltei a encontrar.
    Continua a escrever, sim?! E continua o "bom trabalho" com os Minus ;)

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  3. Mãe q.b. - OK, então foi-se tudo com a placenta, obrigada por este esclarecimento cientifico. Sinto-me muito mais focalizada. Eu sabia que podia contar com a blogosfera!

    Planante - Confesso que tb ja me tinha perdido antes de ser mãe. Alias os Minus são um bom bode escapatorio para muitas coisas. Olha, a desarrumação e a desorganização, por exemplo, agora são por causa deles ;) Escrevo muito mais sobre as coisas menos boas, do que sobre as coisas boas, porque sempre que tento, fica tudo muito cor-de-rosa fuscia e meloso.

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  4. Ah ! E so para que conste, na galeria de arte - a verdinha - estava exibida uma cueca gigante. Eu que sou anti-fio-dental fiquei fã. Não custasse ela 5 viagens ida e volta a Nova Iorque e ja ca cantava na sala, ao pé das fotografias de familia.

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  5. na mouche (quantas e quantas vezes me sinto assim)...

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  6. Claro que sim. Tudo em mim mudou, a maternidade alterou-me o foco, sem dúvida. Agora, para além da liberdade e do bla bla bla, às vezes acho que também perdi alguma coisa, depois passa-me e acho que não, talvez seja porque "me prefiro" pós-maternidade e já me tinha perdido demasiadas vezes antes de.
    Tânia

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  7. Olá.

    Depois de ler este post, e depois de ter sido mãe, de uma pulga saltitona que ainda só tem 1 ano, veio-me à cabeça as palavras de Fernando Pessoa. "Eu vejo-me e estou sem mim, conheço-me e não sou eu". Acho que define tudo. Quero crer que existe uma explicação científica e que não fui que me passei dos pirolitos outra vez, ou talvez seja dos meses que já lá vão sem dormir uma única noite inteira. Parabéns a mãe que capotou pelo excelente blog. Adoro.

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  8. Olá mãe capotada! Sigo o teu blog já há algum tempo e parece que sou demasiado preguiçosa para deixar comentários :) Mas desta feita, não posso deixar passar. Tenho uma minúscula linda de 2 anos e 4 meses e acima de tudo estou feliz com a "aquisição". Mas lá que me sinto perdida muitas vezes... e acho que não se trata apenas de liberdade física, mas sobretudo de liberdade mental. Às vezes parece-me que os meus neurónios já não se conseguem focar em mais nada como deve de ser para além da Minus. É como mudar de espaço, mas continuar com a mesma música de fundo. Oque vale é que quando olho para aquela carinha a "confusão mental" abranda e parece que iamginei estas coisas todas que estou para aqui a dizer. Isso se calhar que dizer que já me encontro mais nela, que em todas as outras coisas. Xiii, que grande divagação!está quase a ficar lamechas. Essa do bode escapatório é muito boa. Continua a dar notícias!

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