Cortei os caracóis ao meu filho porque estava com piolhos, perdi um bebé, parece agora um homem.
Devia ter deixado os bichos tranquilos, a natureza ganha sempre.
Vejam como continua a crescer, apesar de eu querer muito que não mude mais. Fui sua criadora!
9 anos em permanente transformação.
Pelos anos recebeu um skate novo. Quer ir com ele todos os dias para a escola agora. e todos os dias cai.
Nunca desiste.
O pai também não, e olhem que mulher lhe calhou. Pobre filho.
Quer convidar os amigos todos para a festa. Mas a nossa casa é de madeira, dos anos trinta, temo que não aguente. Logo agora que começava a me afeiçoar. Acho que me vou deixar de festas feitas à mão e vou levá-los àqueles pavilhões em zonas industriais de que sempre fugi. Uma mãe cede sempre. Acabamos sempre a perder.
Por amor...
Não gosto de crianças, gritam, são mal-educadas, ainda há muito a fazer e eu detesto trabalho. Mas por esta em particular, calhou-me apaixonar. Só lhe vejo qualidades, mesmo quando me irrita.
Se ainda vivêssemos numa era de seleção natural, seria o único da família a sobreviver.
Como fui ter um filho tão forte ?
Uma prima deu-lhe a prenda que queria, um canivete suíço. A vendedora da loja obrigou-a a telefonar à mãe para pedir autorização. Disse-lhe que sim. Pediu um termo de desresponsabilização quando o presente foi desembrulhado. Agora passamos os finais dos dias na floresta a talhar paus em forma de lanças. Não estou preocupada, nem conseguiu ver o clip dos Alt-J para a música Hunger of the pine até ao fim.
Isto sossega-me.
Devia ter deixado os bichos tranquilos, a natureza ganha sempre.
Vejam como continua a crescer, apesar de eu querer muito que não mude mais. Fui sua criadora!
9 anos em permanente transformação.
Pelos anos recebeu um skate novo. Quer ir com ele todos os dias para a escola agora. e todos os dias cai.
Nunca desiste.
O pai também não, e olhem que mulher lhe calhou. Pobre filho.
Quer convidar os amigos todos para a festa. Mas a nossa casa é de madeira, dos anos trinta, temo que não aguente. Logo agora que começava a me afeiçoar. Acho que me vou deixar de festas feitas à mão e vou levá-los àqueles pavilhões em zonas industriais de que sempre fugi. Uma mãe cede sempre. Acabamos sempre a perder.
Por amor...
Não gosto de crianças, gritam, são mal-educadas, ainda há muito a fazer e eu detesto trabalho. Mas por esta em particular, calhou-me apaixonar. Só lhe vejo qualidades, mesmo quando me irrita.
Se ainda vivêssemos numa era de seleção natural, seria o único da família a sobreviver.
Como fui ter um filho tão forte ?
Uma prima deu-lhe a prenda que queria, um canivete suíço. A vendedora da loja obrigou-a a telefonar à mãe para pedir autorização. Disse-lhe que sim. Pediu um termo de desresponsabilização quando o presente foi desembrulhado. Agora passamos os finais dos dias na floresta a talhar paus em forma de lanças. Não estou preocupada, nem conseguiu ver o clip dos Alt-J para a música Hunger of the pine até ao fim.
Isto sossega-me.
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