Há dois anos, o meu pai admitiu que eu bebia e passou a colocar, na mesa familiar, dois copos para o vinho. Um para mim, outro para ele. O meu irmão é uma desgraça, prefere coca-cola. Não sei o que vos diga do resto da família, está tudo tão mau, que qualquer dia ainda me aparecem aqui com um sumo detox. Não sei como isto aconteceu, não dei pela coisa a vir. Descambou tudo com a minha partida. Deve ser isso. Eu faço mesmo muita falta a esta família. A este país. A esta nação.
O tempo continua igual a ele. A escorrer-me pelas mãos. E eu bebo.
A minha mãe, que sempre foi mulher de números e constatações, garantiu-me que os meus filhos, desde que aqui estão, já cresceram um dedo. Aponta o dedo indicador para me mostrar. Eu, que não sou burra, não olho para o dedo, mas para onde este aponta. A porta da rua. E sigo viagem.
Uma amiga minha diz-me que eu sou diferente. Que sou livre. E eu quase que me deixo convencer. Já vos disse que ando a beber muito.
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Isso de conquistar um copo de vinho à mesa tem que se lhe diga. Com os meus pais, desde os 16 ou 17 anos que tinha direito a um copinho nos almoços de Domingo, já com o meu sogro só recentemente é que começou a perguntar se sou servida.
ResponderEliminarQue fazer, temos um país de bom vinho, boa cerveja e bons petiscos. À nossa!
Este é (mais) um problema sério de negação dos meus pais. "A nossa filha não bebe, não fuma, não nada". Eles não acham que eu ainda sou uma criança sem experiência, eles têm a certeza. Não averiguei ainda, porque não tenho coragem, mas tenho para mim que ainda acreditam na minha virgindade.
Eliminar:) que pena não podermos beber juntas estas férias!
ResponderEliminarQue grande parvoíce a nossa. Nem quero saber o que vai ser quando, finalmente, nos juntarmos a tratar dos retroactivos destas férias.
EliminarIsso significa que já cá estás? Dá notícias mulher :)
ResponderEliminarEm Agosto receberás uma mensagem, fica atenta, pode chegar quando e de onde menos esperas.
Eliminar:) combinado!
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