O homem está morto há já várias décadas. Morto e enterrado num cemitério perto de mim. O homem está vivo nas gravações em cd ou em vinil. Já aconteceu aparecer-nos de surpresa num programa de rádio. O homem muito provavelmente já não está lá. De vez em quando ouve-se um clarinete a tocar. Alguém para lhe prestar uma homenagem, ou para receber um sinal. Muitas vezes, parece-me, para se vingar. Alguém que entrou num cemitério, mala pequena e preta na mão e começou a tocar à frente da campa do homem que não estando mais ali, por todo o lado pode aparecer. Do homem que não pode fugir.
Não gosto particularmente de cemitérios, muito menos deste em particular. Gostava muito de nunca ter que passar mais do que alguns minutos dentro destes muros. Nunca. Mas os minutos que por lá passo, valem ouro. Daquele que não desvaloriza. Do bom.
Em dias em que não sei o que fazer à minha vida, para onde vou, quem sou, que caminho escolher. Em dias em que me ponho com merdas, visto-me de preto e passo por aquelas portas. Um tratamento de choque. Um momento vital.
Um dia vou morrer.
...
E recomeço a viver.
São minutos que me valem pela vida. Daquela que se valoriza.
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Oh nãão! Mais uma a converter-se à estética gótica! Volta, bolha do unicórnio, estás perdoada.
ResponderEliminarAhahahahaha !
ResponderEliminarNão respeitas nada, pá ! Eu aqui a dar o melhor de mim, a expor as soluções-choque para as minhas crises existenciais, a dar de bandeja a cura para as depressões que andam por ai e é esta a paga que tenho...
A blogosfera não me merece, essa é que é essa.