Por causa da Carmen e dos outros

Ando a pensar, com alguma seriedade, construir uma casa de madeira em cima das árvores do Largo do São Carlos. Isso, ou criar por lá raízes, de uma maneira bastante literal.
Vou deixar de lado o russo, e vou-me dedicar ao espanhol e ao flamengo. Ai ! Vou largar os chinelos e vou calçar tacões. Vestir vermelho. Pintar os lábios e os olhos de cores garridas, o cabelo de preto, a pele vou deixá-la ao sol sem cuidados, nem mariquices. Vou bater palmas até ganhar calos nas mãos. Ter amantes.Vou engrossar a voz, vou ser mais viril e mais feminina,  vou fazer assim com as ancas e rir muito alto e gritar e vou matar, se for preciso. Vou fazer inimigos de sangue.  Vou tourear touros, vou fazer aquelas barbaridades com espetos. Todos os touros serão espetados menos os de quatro patas, que esses não são para aqui chamados, e se me tornar torero não é no campo pequeno que vou brilhar. A mim, São Bento ! E se forem burros e porcos, o mesmo tratamento. Olé !