Um dos propósitos que nos leva a assumir o trabalho de viajar é conhecer o outro. Comer algo diferente do bacalhau com todos da minha mãe, que diga-se merecidamente é uma delicia, é outro igualmente legitimo. Também há o bronzear antes dos outros, mas isso seria todo um outro texto sociológico e deveras preocupante.
Por isso, voltemos aos outros. Neste caso aos russos.
Esgotadas que estão as conversas com o vizinho solteiro do segundo esquerdo ou com a mãe de família do quarto frente, que basicamente sofre do mesmo que eu, há que dar corda aos sapatos. A vida não é só os que dizem os livros, a televisão ou os meus sogros. Por muito suculento que fosse agora abordar aqui o que dizem os meus sogros sobre "os outros", deixo-os o lazer de fazerem o seu próprio blogue se assim o entenderem. Colocarei aqui o link, se um dia for caso disso. Aguardai.
Assim, limitar-me-ei a comentar o que, afinal de contas, encontrei e conclui.
Acabada a introdução, encontram-se prontos para a minha grande Nova Concepção sobre os russos. Decidi chamar-lhe, à nova concepção : "Os Russos" - depois de longa reflexão.
Vamos então ao "Os russos" :
Já me tinham avisado que em Moscovo iria encontrar gente antipática e pouco dada à comunicação fora da língua russa. E encontrei. Também me tinham alertado para o facto extraordinário de serem dados à bebida. Encontrei, efectivamente mais de um grupo exactamente como descrito. Eu própria ... "Os Russos", o que está em questão é : "Os Russos".
A verdade é que também encontrei quem saíu na nossa estação de metro só para nos mostrar o meu caminho no primeiro dia - que depois passei a dominar o cirílico como se fosse o meu segundo alfabeto - encontrei também quem se ofereceu para nos dar boleia até à estação de autocarro mais próxima, quem nos tentou ajudar a escolher a mlhor sopa, mesmo se os seus conhecimentos de inglês começassem e acabassem em How are you? Are you fine ? I'm fine and You ?
Tudo isto para dizer que os russos são exactamente como os franceses. Não são muito diferentes dos angolanos. E têm mesmo muito dos portugueses. Os russos, são tal e qual como os australianos : há os que são bons, há os que são maus.
E assim se despacha uma nova concepção honesta logo pela manhã e deita-se por terra ideias pré-concebidas que pouco nos adiantam.
Feito isto posso seguir viagem, era o que me estava a faltar. Sai-me um peso de cima e eu a pensar que era vodka ou algo pior. Menos mal.
Concordo absolutamente. Aqui em Marrocos também tive a oportunidade de constatar que os marroquinos são exactamente iguais a tantos outros habitantes de outros países e que afinal foram até uma agradável surpresa contra ideias erradamente pré concebidas.
ResponderEliminarVai na volta e os marroquinos são iguais aos russos. Ele há coisas do diabo !
ResponderEliminarAh ! O "chocolate" marroquino ! (suspiro)
Existe ainda na blogosfera alguém que fala disto sem se perder em histórias de familias pessoais e outras de interesse relativo, não percam tempo com o que eu escrevi, ide directamente ao que interessa :
ResponderEliminarhttp://tinyurl.com/d5oa7ya
Por falar nisso, estive no feriado na "Capital do Chocolate" ehehehe
ResponderEliminarEu sei, eu sei, que eu fui ver.
ResponderEliminarTenho um amigo meu que é fã incondicional de estereótipos "os suiços são assim, os espanhóis são assado, gosto destes, não gosto daqueles..." Eu viajei muito pouco na minha curta existência, mas a avaliar por Portugal, onde já encontrei um pouco de tudo, pressumo que nso resto dos países seja a mesma coisa. Quando fui a Taizé conheci alemães que eram tudo menos "frios", italianas faladoras e pouco faladoras, franceses simpáticos e antipáticos. Os estereótipos que tinha na minha cabeça esfumaram-se rapidamente para todo o sempre, foi remédio santo ^^
ResponderEliminarAdmito que gosto de me rir com os estereótipos, em geral. Menos quando se trata dos bigodes das portuguesas.
ResponderEliminarMas fora as piadas fáceis, tento lutar com esta tendência de cérebros preguiçosos que procuram sempre comprovar o que já "sabem" em vez de observar o que realmente os rodeia. Com o tempo torna-se mais fácil, mas mesmo assim, de vez em quando caio na armadilha. Mas estou a melhorar, há esperança. Taizé ? Fizeste parte do tal grupo que teve a sorte de invadir a casa da Helena ?
Não faço ideia de quem seja a Helena :P e invadir a casa de alguém só mesmo quando era pequenina e ia para a terra do meu avô e invadia a casa de toda a gente para me darem de lanchar eheh Fui a taizé há dois anos, na Páscoa, com o grupo da igreja da minha cidade ^^
ResponderEliminarEstava a falar disto, pelos vistos foste a Taizé dois anos cedo demais :
ResponderEliminarhttp://www.conversa2.blogspot.fr/search/label/Taiz%C3%A9
Oh, não fui ao encontro de Berlim! Teria tido todo o gosto em invadir a casa da Helena, parece ter sido uma animação! :D Deve ter sido, de facto, uma sorte.
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