Outra teoria que se constata neste blogue, é a teoria de penúria. Quanto menos se tem, mais se aproveita. Mal se vê um ameaço de bom tempo, e desata-se aos piqueniques a torto e a direito, a aproveitar os incontornáveis apéros, a metralhar os mais incautos com um dogmático "Il fait beau, hein ?"
Ontem choveu por duas vezes granizo. Hoje por cada 5 minutos de céu limpo, temos 15 de nuvens carregadas. E eu, sem saber como, vejo-me num piquenique no bois de boulogne. Tem que ser, é carpe diem. Não sabes o dia de amanhã.
Felizmente não tenho vestido de domingo.
O tempo das dificuldades é resoluto. Tanta coisa para isto. 5 anos e é como se de nada fosse. Não me venham com historias de "filhos pequenos, pequenos sarilhos, filhos grandes, grandes sarilhos", que não acredito, que alguma vez venha a estar tão em apuros como nos primeiros anos de vida das minhas muy estimadas criancinhas. Mais uma vez vos digo, é num instantinho. Tivesse alguém me mostrado isto, na altura certa, e nem este blogue existiria.
A minha mãe não conta.
E depois, vêm os piqueniques. Existem as nuvens ameaçadoras, certo. E existem as formigas, porque não ? E os cavalos dos outros que insistem em passar mesmo rés vés a nós - Bon appétit m'sieur, dame - Merci, merci. Escrito assim, parece bucólico, mas ao fim de 5 vezes, começa-se a sonhar com autoestradas. E depois os patos e os pombos, que já não são como no meu tempo, e mostram de uma forma cada vez virulenta que partilhar é bonito. E depois as nuvens que apetece-lhes deixar de apenas ameaçar.
Poupou-se a visão de se ver alguém a correr com guarda-costas, do mal o menos. O bosque de boulogne calminho, apenas com uma ou outra prostituta discreta, acabou.
Estava bom o rosé, que é o que é preciso.
por outro lado, se fosse tudo perfeito, provavelmente não seria tão perfeito ;)
ResponderEliminarPerfeito ou não, assim parece-me bem. Melhor.
ResponderEliminar:)
agora lembraste-me o tempo em que vivia em Karlsruhe, quase ao fim de uma rua que terminava num parque. Depois do trabalho preparava um piquenique a correr e íamos comê-lo para a relva em frente ao lago, a 200 m de casa.
ResponderEliminarOu então íamos para os lagos à volta da cidade.
Naquele tempo, não sei como conseguia, tinha energia suficiente para, depois do trabalho e de ir buscar os miúdos à creche, fazer uma bolsinhas de massa folhada com um recheio de carne, por exemplo, mais uma sobremesa mais não sei quê, e sair para um mergulho no lago.
Ah, sei muito bem como conseguia: "flexibilizar para conciliar"! Trabalhava 19 horas por semana!
Bons velhos tempos.
Olha, é bonito sim senhor, e vinho fica sempre bem!
ResponderEliminarO que eu não percebo é como me escapou aquele post de 2010. Meu Deus, é mesmo serviço público!
Despertaste-me a vontade de 'piquenicar' à hora do almoço. O espaço verde mais perto que arranjo será o novo Jardim do Arco do Cego (que ainda é pouco verde), uns banquinhos à fresca aqui ao lado da Igreja de S.João de Deus, ou um pouco mais longe - a Gulbenkian.
ResponderEliminarVou tratar disso já na próxima semana, carpe diem adiado apenas por 2 ou 3 dias úteis!
Achas que se levar o vinto tinto comigo, da parte da tarde ninguém notará (aqui na minha "vida séria")?
Excelente remate, Sra. Helena Araújo ! E é que é mesmo por aí, a solução para muitos problemas.
ResponderEliminarServiço público, Calita, cada comentário pode ajudar a perceber mais qualquer coisa.
SofiAlgarvia, tu é que começaste com a história do vestido de Domingo, agora há que que assumir, minha cara. Depois vem contar se notaram ou não. Hi!hi!hi!