A maternidade colocou-nos a vida de pernas para o ar, andamos para aqui num movimento quasi-perpétual de encapotamento geral e nada vai voltar a ser como antes. O que não é necessariamente mau, na condição de se gostar de montanhas russas - no que me toca, a minha parte preferida é o looping.
Muito pouco na nossa educação nos tinha preparado para as **maravilhas** da maternidade, e, compreendemos, agora, que deveriamos ter desconfiado do poder do instinto e da artificialidade das teorias pedo-psicológicas.
Para os meus pais, a educação, o trabalho e o divertimento era o essencial, jovem deviamos estudar e divertir-nos, adultas deviamos trabalhar e divertir-nos. No final sabiamos muito bem que rumo queriamos para a nossa carreira, para as nossas férias e para as nossas sextas-feiras à noite, não faziamos ideia de como se devia grelhar um bife, lavar o chão da cozinha ou passar camisas, bébés então, à parte o Nenuco, não estavamos a ver muito bem para o que é que serviam. Não sei porque raio estou a falar no plural.
A solução, se não passar pela flexibilidade do mercado de trabalho, é que não estou mesmo a ver onde é que se anda a esconder, até porque neste momento da minha vida deixei de jogar nos Euromilhões - e se me calha o número certo, para onde é que vai a graça disto tudo ?
Perdidas ? Estou a falar disto.
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e porque será que nós mulheres estamos cada vez mais polivalentes e a fazer funções de homens e no que toca a filhos é só função da mulher?.....é raro ver auxilares ou educadores em escolas/infantário
ResponderEliminarpor aqui optei pela maternidade não só porque queria saber o que é ser mãe.....não sou a favor da multi-polivalência da mulher, algo tem que falhar, mas tb a minha opção de ficar com as minhas filhas foi o valor ordenado vs mensalidade do colégio....hoje com 36 anos e as filhas de 7 e 11 anos por mais que procure trabalho não há nada...sou velha e sem experência laboral....olha vou-me ocupando entre o trabalho do marido/casa/ familia ( sim que as filhas criadas há que começar a tratar dos idosos ( sogra e mãe).
gostei de ler a reportagem.
Gostei de ler a reportagem. É sem duvida uma evolução que existam mulheres que possam optar. Mas isto tem dias que é complicado... Eu ainda penso em arranjar o que fazer por minha conta. Estou cansada de trabalhos mal remunerados, que servem essencialmente para ter chatices, pagar escola, alimentação fora, empregada e ficarmos sem tempo para nada. Penso que mesmo sendo bom estar mais disponível para os filhos e para a família devemos sepre lembrar-nos de nós. A emancipação da mulher foi um acontecimento muito positivo, mas existem outras coisas que têm acompanhado pouco este processo, como é o caso da flexibilização do trabalho, para melhor conjugarmos trabalho e família. O Euromilhões resolvia-me isto, mas jogo pouco também!
ResponderEliminarUma das grandes razões porque não me alonguei na maternidade a tempo inteiro foi não querer diminuir as já assim reduzidas opções que me são dadas. Infelizmente, o mercado de trabalho não acolhe de braços abertos as mães que, ao cabo de uns anos em casa, resolvem ir trabalhar. É injusto? É. Mas o mundo é injusto.
ResponderEliminarLi o artigo acerca das mães a tempo inteiro publicado no "Jornal de Noticias" e identifiquei-me muito com o seu conteudo. Reparei que citam o seu blog (enviei-lhe email com Parabens,talvez não tenha sido boa ideia) e fazem-no muito bem. É um blog aliciante e interessante, para muitas de nós que vivem esta experiencia maravilhosa de andar constantemente de pernas para o ar. Como me pareceu ficar demonstrado no artigo: se fosse possivel, todas nós gostariamos de exercer actividade profissional na área para a qual somos qualificadas e que nos dá "pica".
ResponderEliminarÉ o conhecido obstaculo: inflexibilidade do mundo laboral.
A sociedade tem que mudar, para tanto precisamos uma mudança de mentalidades.
Eu acho que é bom podermos escolher. Há muitos pesos na balança que leva a decisão de ser mãe a tempo inteiro, mas não acredito que as mulheres sejam empurradas para essa escolha.
ResponderEliminarPor um lado parece que o dever da maternidade é só da mulher, mas por outro lado também é um privilegio. Com quantos preconceitos teria de lidar um pai que quisesse ficar em casa? E não falo das pressões por parte dos empregadores, mas das criticas das pessoas que os rodeiam. Eu sou mulher e mesmo assim tenho que gramar com alguns comentários parvos...
Passamos do 8 para o 80, primeiro estranho era a mulher trabalhar, depois rara é a mulher que não trabalha (por opção).
A mim agrada-me que possa escolher ficar em casa.
Bjs
akombi - Pois, agora falta emancipar os homens e estamos... A parte do escreveres 36 anos (como eu) na mesma frase onde escreves a palavra velha não faz muito sentido, pois não ? Queres reformular ? Qualquer coisa como, agora, que finalmente tenho 36 anos, sou menos imatura, muito gira e fresca, estou pronta para re-começar a viver - mundo, prepara-te ! Rruuuaauuu ! (isto és tu, e eu, a fazer de tigre, antes de conquistar o mundo de trabalho e os outros) Rrruuuaaaaauuu ! (sim, outra vez)
ResponderEliminaramora - pois é, ainda não acabamos de queimar peças de roupa intima, na década de 60 foi para libertar a mulher de casa, agora é para libertar a humanidade de preconceitos. Hoje queimo uma cueca !
Gralha - A justiça do mundo tem muito que se lhe diga, mas com jogo de cintura, preservarança e confiança alguma porta (ou janela) vai acabar por se abrir.
Dadinha - A sociedade vai ter mesmo que mudar, este problema não é apenas da esfera familiar, esta questão esta a minar todo o equilibrio da sociedade. Os filhos que não têm a atenção que merecem ou as mães que se esfolam a trabalhar, ou os pais que não conseguem ser pais, ou as empresas que têm trabalhadores a fingir que no pasa nada. Revolucionamos ? Siiiimmm ! No final da proxima semana.
Inês - é verdade, em França é mais natural uma mulher parar para educar os filhos (não é a norma, atenção, mas vais-se vendo) em Portugal não conheço muitos casos. O tal pai que fica em casa, em Portugal, não conheço caso nenhum, excepto os que ficam desempregados (mas neste caso não houve opção. Conta ?).
homónimas e da mm idade ;)
ResponderEliminarachei giro, q queres? :PP
tb deixei de trabalhar para ficar com elas nos 1ºs anos. (teria de ir trabalhar 5 dias depois de terem nascido, não é maravilho o estado patrão??) e se da mais velha foi fácil voltar ao mercado de trabalho, depois da mais nova foi um verdadeiro inferno.
ao ponto de na altura me ter arrependido tanto da minha opção.
sobrevivi. elas tb. siga :DD
Zuza
Pois, eu tb gostei da reportagem...lol...
ResponderEliminarE apesar de todas as dúvidas que tive em participar estou contente porque tenho recebido um feed-back fantástico de quem queria estar no nosso lugar - dedicadas à família e...felizes!...
Mas nem tudo são rosas. E o Euromilhões nunca mais nos sai... Este mês ando entretida a fazer a Formação Inicial de Formadores para ficar com o CAP, na esperança de vir a ser "convocada" para dar umas sessões de formação... mas ter 36 anos e estar parada há quase 3 é factor para nem sequer ir às entrevistas...por isso estou "tramada" logo à partida!
tento não pensar nisso e concentrar-me na parte boa que se aproxima: vamos poder - eu e as minhas princesas - estar de férias 3 meses!;-)
Zuza - Toda a gente tem 36 anos e chama-se Carla, é que somos de um banal...
ResponderEliminarInferno ? Porque é que te arrependestes ? E quais as dicas de sobrevivência ? Ai ! ...
Olha a capa de revista !
Ola Filipa FRT, ficamos todas muito bem na fotografia, as rosas são muitas, mas tem de haver sempre espinhos, senão "bom dia a pasmaceira !"
A ideia da formação é boa, a ver se incluo o plano F na minha lista... Boa sorte !