Acabei de ler com 5 anos de atraso fatais e na diagonal, pé direito na terra, inclinação de 45° para a direita (sim, fiz yoga em tempos) um livro engraçadinho sobre as 40 razões para não se ter filhos.
O golpe de misericordia foi dado na descrição da mãe que fica em casa - traduzo enquanto engulo muffins de chocolate pouco cozidos:
"consagradas de corpo e alma às tarefas domésticas e à educação dos filhos, totalemente frustradas pelo vazio da sua existência. Fatiga cronica, solidão, insatisfação, excessos à mesa e interesse obsessivo pelos filhos : muitas vezes gordas em roupas desgraciosas..." e continua e continua...
AAAaaaaarrrggghhh !!
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Eh eh eh... Acho que estás a precisar de ir trabalhar... arrisco a dizer...
ResponderEliminarComo se a vida profissional fosse sempre um passeio, sem ter de usar roupa incómoda para fazer boa figura, aguentar os azeites de um chefe bronco, ter de fazer de conta que não se ouviu as intrigas das colegas, etc.
ResponderEliminarEm tempos tive um colega, aí dos seus quarenta e poucos, que todos os meses fazia as contas sobre quando poderia meter a reforma. Também havia a outra, um pouco mais velha, que bem queria meter a reforma mas não teria como pagar o seu seguro de saúde privado. E a terceira, que tinha um espelho junto ao ecrã do computador, e só muito mais tarde me dei conta que não era para ver se estava bonita, mas para controlar o que faziam nas suas costas.
Vá, vá. Come mais um muffin, alegra-te aí dentro da t-shirt largueirona, que a grande diferença em relação a esse escritório onde trabalhei é que o pessoal tinha de acomodar dentro de fatos de saia e casaco as quantidades industriais de doces que ia mamando para aguentar a frustração.
Pronto. E depois há aquelas alegrias que nenhum emprego te dá, como o filho de dois anos a pousar a cabecinha no teu ombro, com uma infinita confiança, ou a filha adolescente a dizer "o que mais gosto quando me dás roupa tua é vir com o teu cheiro".
Além disso - e isto agora é o argumento para acabar com todos os argumentos - duvido que algum dos teus colegas de trabalho te fosse visitar ao lar de terceira idade por alturas do Natal. ;-)
Passas-me um muffin? Obrigada, obrigada.
Não te preocupes: coloca esse livro na mesma estante dos 1001 livros com as 40 melhores razões para ter filhos... :D
ResponderEliminarEu deitava mas era a porcaria (desculpa vir aqui praguejar em blogue alheio!) do livro fora!!!!
ResponderEliminarEu ainda estou acordada, de volta dos blogues que gosto de ler - o teu é um deles! - e amanhã espera-me mais um dia de trabalho, i.e. de enervamento, para depois chegar a casa sem paciência para as crianças.
Quem me dera ser mãe a tempo inteiro!
Estou na fase de achar que o que precisava era 6 meses trabalho/ 6 meses mãe a tempo inteiro. Ena pá, ainda vou escrever um livro sobre isso a ver se me levam a sério e pagam as contas do semestre em casa!
ResponderEliminarE não venhas com tretas, ainda aguentas muito muffin antes de preencheres essa descrição!
gralha
Mamã do Popcorn Prince - Não, não te arrisques, que não foi assim ha tanto tempo que deixei de trabalhar e ainda me lembro do lado menos glamour da coisa.
ResponderEliminarHelena - Não, não é um passeio, mas as birras são (quase sempre) mais controladas, ha (quase sempre) pausa para almoço e cafézinho e (às vezes) até podemos encontrar pessoas honestas, interessantes e quase equilibradas. A mudança de cenario tambem pode (às vezes) ser positiva.
Mas, oh ! a quem é que eu estou a explicar isto... à pessoa que me falou do trabalho como substituição a uma terapia psiquiatrica e como exercicio mental. Foste tu que escreveste este livro, confessa ! Queres dois muffins ? Toma, estes estão mesmo bons, experimenta com o molho de chocolate quente - delicioso !
Claudia - Sim, sim, também dei uma vista de olhos nesses. E sei que a maternidade também pode emagrecer, ja teria explodido com tudo o que como senão.
SofiAlgarvia - Oh ! Mas juro que o livro até é engraçado e muito lucido, e é verdade que estar em casa com as crias não é a Terra Prometida.
Anonima Gralha - Eu diria 1 mês alternado pai e mãe. Em relação ao aspecto Shrekesco, olha que às vezes vejo-me verde !
Que chatice a tua memória ser bem melhor que a minha!...
ResponderEliminar;-)
(eu trabalhava a meio tempo - continuo a achar a solução ideal, desde que seja possível)
Será que sou sortuda por gostar do meu trabalho? Claro que há dias maus, mas faz-me falta. É o meu equilíbrio, tenho que trabalhar para me saber bem chegar a casa, tenho que estar ocupada para me saber bem não estar...mas isto sou eu, claro!
ResponderEliminarHelena - Trabalhar a meio tempo tem as suas vantagens, mas para ser realmente interessante (trabalho, localização, etc) admite que se torna numa pérola rara.
ResponderEliminarMPP - Também gostava do meu trabalho e, opa ! Também gosto de estar em casa. Talvez seja como o outro : Tenho dois amores !?
serão três?
ResponderEliminarestás-te a esquecer dos muffins...
Não conheço esse livro mas com as pssoas que conheço nem preciso... "Estou em casa a tempo inteiro" desde o nascimento do meu filho (4 anos) e se fosse valorizar os comentarios, os conceitos e preconceitos acerca de ser "mãe a tempo inteiro" seria levada a pensar que no dia do nascimento do meu filho não foi só ele que saiu de mim mas tb o meu cerebro! Sim porque para a maioria das cabeças pensantes uma mulher que decide ficar em casa por opçao "perdeu a cabeça"!
ResponderEliminarClaro que tem dias que fico tentada a acreditar nesta "tese" mas o meu filho e a minha vida tão recheda me agarra e mostra-me que é exactamente o contrario: para exercer uma profissão e ser mãe é que na maioria das vezes é necessário "perder a cabeça".
Essa de ser Mulher, super mulher, executiva, amante ardente, companheira, amiga, confidente, intelectual, culta, divertida, esposa, mãe, dona de casa....................e na perfeiçao é tudo uma valente treta!
Agora ia bem um muffin, aí se ia....
Eduarda
Helena - Ora essa. Tu és da casa, serve-te, por quem sois !
ResponderEliminarEduarda - De todas as formas todas perdemos a cabeça, mais dia menos dia. O melhor é mesmo seguir o instinto (para quem tem) e fazer o que lhe parece melhor (para quem pode). De chocolate ou de mirtilha ?