Movimento de Resistência, maioritariamente não-armada, ao Natal Comercial.
Declaro como alvo principal o histerismo das listas de troca de prendas, a obrigação do consumo, o excesso, a falta de senso na educação de minúsculos em que a quantidade e a pedinchice é premiada, o desperdício e o sentimento de culpa por não fazer parte do sistema.
Em troca, proponho educar crianças que dão real valor em estar com a familia** e a receber "poucos" (suficientes ?) presentes, mas dados com sentido, dar generosamente e sem trocar msgs em simultâneo tempo e atenção e aproveitar o comboio da solidariedade.
Comecei este movimento há uns 10 anos, expliquei a todos as minhas razões. Houve quem resistisse, eu agradecia as prendas e explicava, com o sorriso 3, o pior de todos, que não ía dar nada em troca - como tinha dito. Constatei, não sem algum cinismo, em certas circunstâncias, que grande parte da resistência acabou no segundo ano. A minha mãe é um caso perdido.
Com o nascimento dos minúsculos dei por mim com uma árvore de Natal a abarrotar. 4 anos depois, é com grande optimismo que encaro um Natal sereno, em familia, com os cozinhados das gerações ascendentes (obrigada! obrigada!) e as "poucas" (suficientes !) prendas escolhidas a dedo para os meus minúsculos, que não vão passar 2 horas a abrir prendas, mas muitas a brincar, e, se tudo correr bem, a partilhar.
Este ano, vou arranjar espaço em casa, acção também conhecida como, doar brinquedos a uma associação (francesa, por uma questão logística) e, mais vos informo que pedi para aderir a esta causa em terras lusas. Faço-o, porque detesto desperdiçar brinquedos que estão como novos e porque sei que me vou sentir bem. No fundo sou uma egoista politicamente correcta.
Balanço final : Este Natal vai ser pensado e passado ao pé de quem conta, com muito tempo e dinheiro poupado, para fazer o que me bem apetece. A mim. E não aos senhores do shopping.
Boas Festas !
E para o ano escrevo a mesma coisa, que este tema ainda vai demorar alguns anos antes de se tornar has been. Infelizmente. Que tinha tantas outras ideias para este post.
* Sim, às vezes sai às terças
** Este conceito parece muito old fashion, mas na realidade é vintage, como consequência logica, voltou a estar na moda, acreditem, eu sei do que estou a falar
Identifico-me muito com o que dizes, mas não pratico, assumo. Tenho esperança que seja este ano, vou fazer por isso, pelo menos no que toca aos presentes "descartáveis" e à quantidade obscena de brinquedos que o meu V. recebe.
ResponderEliminarTânia
Os Natais lá de casa foram sempre assim... O Mister não sabe o que é receber prendas em excesso. Tem sempre uma imensa, alguns livros, roupa e já está. (na casa do pai já a história é diferente, infelizmente...). Se lhe perguntares o que quer de prenda, só diz uma coisa. Se entrar numa loja de brinquedos e não tiver autorização prévia para escolher alguma coisa, não pede nada. Espero é que nunca se estrague... :)
ResponderEliminarMas consegues realmente convencer as pessoas a não abusar nos presentes dos miúdos? É que eu já desisti...
ResponderEliminarsábado escrevi sobre o tema e ia sendo linxada por um anónimo-tento incutir a ideia de não se cair no excesso nem no exagero...mas é um processo...
ResponderEliminarTânia - May the force be with you !
ResponderEliminarCrente - Ainda bem ! Vamos ter um Sr. Mister !
Gralha - Não penses que isto aparece do nada, preparei um argumentario para cada interlocutor, desde a verdade pura, à conversão de prendas materiais em bilhetes para teatro, concertos, ballet infantil, tudo valeu. Não desistas "agua mole em pedra dura..."
Sonia - Eu concordo contigo sobre o exagero de presentes. Ja em relação à historia do Pai Natal discordo, acho divertida e acredito que as crianças acreditem, até porque eu acreditava também...
Mas (desta vez) não te vou linchar, podes voltar tranquila !
Cá por estes lados estabelecemos há uns anos largos aquela coisa do "amigo (neste caso, familiar) secreto"...assim, cada um dos adultos recebe prenda apenas de outro adulto.
ResponderEliminarjá as crianças...ando a tentar que a coisa melhore e a verdade é que de ano para ano tudo parece mais pacífico. este ano pediram cerca de 4/5 prendas cada um e, fora 2 coisas que me recuso a dar à sara, vou fazer chegar à família os pedidos para eles receberem aquilo que querem.
InêsN - Prendas para adultos não adiro excepto um espectaculo oferecido aos avos e um miminho aos bisavos. Aqui a Minus gostava de 1 boneca de cor chocolate (o ano passado pediu chocolates), e por ela, esta disposta a não fazer birras à hora da sopa e o Minus fala vagamente de um carro.
ResponderEliminarVão ter direito a surpresas.
Va, confessa, o que é que te recusas a dar à Sara?
já tinha comentada, mas não sei porque não apareceu... Eu assino em baixo, tanto, mas tanto que copiei o teu texto e enviei a minha família (não te admires se o texto começar a rolar por aí). O engraçado é que esta a resultar(depois dgo se a minha mãe se conseguiu controlar!!!). é verdade que os miudos ficam contentes com as prendas mas depois não lhe ligam nenhuma
ResponderEliminarTens toda a razão eu ainda não consegui mas vou caminhando nesse sentido, devagarinho.
ResponderEliminarRainha mãe - Vai-me contando o desenrolar da tua trama natalicia, uma vez que estou implicada ...
ResponderEliminarCat - Depressa e bem, não ha quem !