28.11.10

Aos outros

Digam-me que devo ir em frente e lembrem-me que me devo questionar se estou a fazer o que quero. Perguntem-me o que ando a fazer à minha vida. Digam-me para seguir o meu instinto, aconselhem-me a ouvir a razão. Baralhem as cartas. Eu própria o faço sozinha, mas nunca disse não a um bom trabalho de equipa. Questionem-me se vou gostar de me ver agora, quando tiver 50 anos. Digam-me que tudo vale a pena e que me posso sempre esforçar mais. Fazer melhor. Parar de vez em quando. Olhar para a esquerda, para a direita e avançar. Digam-me que os meus filhos são felizes, mas que eu também tenho que ser.
Não me digam que é da crise, que é assim com todas, que a festa já acabou, que é tempo de assentar, de estabilizar, que não é seguro, que tenho que pensar nas crianças, porque penso sempre. Sempre. Não me digam que a idade isto, ou aquilo. 36 anos agora, não são 36 anos na idade média. Bolas, acabei de nascer. Não me digam que vou aprender com as lições da vida, que vou crescer, porque não quero. A vida muda e as lições de hoje, não são necessariamente úteis amanhã. Não se aprende quase nada com a idade, nem com as experiências. Vivo e questiono e experimento, faço-o porque sim, não procuro mais nada em troca. A sério.
Casas compradas, carros, facturas de água e da luz, poupanças, emprego, não-emprego, trocar o país de acolhimento, pelo país de nascimento, pelo país de crescimento, liberdade, compromissos, responsabilidade, são detalhes. Não é ser adulto. Migalhas. E é tudo, não preciso de crescer.
Viver, viver, viver. Arriscar. Nunca crescer. Não serve de nada. Cansa e atrasa.

16 comentários:

  1. Estou a digerir cada palavra. Devagarinho.

    Eu também não preciso de crescer. Também acabei de nascer. E a caminho dos 36 sei que quero viver, aproveitar, saborear, experimentar.

    Porque é que isso é incompatível com o que quer que seja? Não pode ser. Não pode não pode não pode.

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  2. Ok, vamos lá:

    Achas que vais ser mais feliz se mudares de vida? Acho que culpa há sempre - eu, pelo menos, se fosse um bicho seria o culpossauro - mas e felicidade e realização?

    De qualquer forma, decidas o que decidires, dá sempre sempre sempre para mudar de ideias no meio do caminho.

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  3. Madame Pirulitos - Não pode ser. Não é.

    Melissinha - Mudar uma parte, não tudo, mas uma parte.
    Homeopatia. Hoje não me sinto revolucionaria.

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  4. vive e arrisca amiga vive e arrisca... não seja uma ovelha :p

    jocas

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  5. Fica descansada. Viver e arriscar vai ser o meu lema.
    Bééééé !

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  6. Muitas vezes nâo importa o objectivo final, mas sim o caminho que se percorre. Temos ou nâo temos ainda pelo menbos uns 50 anos de felicidade pela frente??

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  7. Por acaso nunca condicionei o que queria fazer da vida pelo facto de ter a idade "x" ou "Y". Fui e vou vivendo, umas vezes, melhor outra vez pior. Adoro o teu texto que desde já aplaudo mas discordo do factor experiência. Acho que a experiência é a melhor escola da vida que temos. Acho sinceramente que as "lições da vida" são muito úteis no amanhã mesmo que os cenários se alterem há sempre uma liçãozinha a reter!
    Beijinhos

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  8. Sonia - Exacto, agora é preciso escolher o melhor caminho, ou pelo menos, um que seja simpatico.

    Costinhas - Logo, devo depreender que irias dizer o que peço para não dizerem ?

    Mamã do Principe Pipoca - Mas não estamos sempre a mudar ? Diz-me uma lição imutavel, dogmatica que não seja valida somente em certas circunstâncias e num periodo de tempo determinado.

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  9. não depreendas nada, a mim deu-me jeito ser menos um para comentar (estou uma semana atrasada nos comentos :p)

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  10. Ah, bom ! Então vai dai e despachaste-me.
    Ah !
    Estou muito mais tranquila ...
    Volta sempre, sim ?

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  11. volto o mais tardar para a semana ao ritmo que me estou a por em dia...

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  12. Atira-te lá de cabeça, seja ao que for. E se cresceres um bocadinho mas não deixares de manter o contacto com o essencial a coisa não é grave.

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  13. Costinhas - Ok, vou continuar a postar para o teu regresso. Boas obras ! E eu a pensar em equitação ...

    Gralha- Vou, efectivamente, fazer um mergulhinho desta vez. Mas o post é para a vida em regra geral. Thanks !

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  14. Na minha opinião nós mudamos precisamente por causa das experiências e aprendizagens que temos. É aquela velha discussão do todo ser a soma de todas a partes, eu acho que são "as muitas partes" que nos fazem ser um todo! Credo! isto está a complicar...fundi um fusível, só pode!

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  15. Sim, de certeza que mudamos e nos vamos moldando conforme as experiências que formos vivendo. A minha duvida é se as conclusões (lições) que vamos tirando serão validas no futuro, ou se simplesmente, valeram naquela altura e acaba-se tudo por ai. Na proxima vez é começar a analisar tudo do principio.

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