Um ramo verde, um ramo novo, um ramo que ainda não se estreou, um ramo que ainda não viveu cinquenta anos, um ramo que não tem aquela experiência toda para saber o que é que vale a pena e o que é que já se sabe que vai ser só perda de tempo, perda de paz, perda de muita coisa, às vezes perda de tudo. Se estivermos com vontade de sermos rigorosos, é um ramo que é burro. Que não sabe porque não quer saber.
Um ramo que ainda se desculpa, porque não tinha como saber que ía ser um erro aquele caminho. Que já foi por vários atalhos, e já viu, porque caiu, porque fracturou um orgulho, uma dignidade, um dedo que adivinhou e não se quis ver, nesse mesmo maldito e esburacado caminho.
Uma primeira vez.
E se quando somos novos, tudo fácil, tudo é uma primeira vez, com o tempo, por exemplo, um valor aleatório, cinquenta anos depois, temos de ser curiosos, escarafunchar,continuar com vontade de experimentar, não termos receio de falhar, nem de perder esse tempo que cada vez sabemos melhor que é limitado e que vai acabar mais brevemente do que podemos aceitar, se não, como beberiamos todos os dias o mesmo café da manhã, Ser destemidos, livres e burros, até porque um erro nunca é sempre o mesmo erro e há erros tão, tão bons de se cometer.
E com cinquenta anos ter muita vontade de errar melhor, errar diferente, conhecer novas músicas, novas rotinas, novas pessoas, novas vidas. Novos eus. Mas também errar na mesma, nos mesmos. Antigos eus.
Ramos verdes e ramos ressequidos, colecciono-os. E em todos vou querer meter o pé.
Todas as sextas-feiras o grupo de escrita 'Largo' publica textos sobre o mesmo tema:
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