18.7.13

A simplicidade narrativa de uma vida de adolescente em 2013



Estava ainda em jejum à hora de almoço. Esperei pelo barco, esperei pelo metro. Esperei pelo outro metro. Esperei pelo autocarro. Cheguei atrasada. Ela esperou por mim.
Um mojito, sem preliminares desnecessários, num coreto onde nunca ouvi música. À direita das mesas de jogo dos velhotes, à esquerda dos escorregas das crianças. Na minha cabeça estou no meio, a puxar para o lado esquerdo e a ignorar a chamada da maior idade. Uma adolescente quase quarentona, que bebe os frutos do fim das sangrias e morde os gelos. Que conta piadas, ouve piadas, vê piadas, cheira piadas, ri das piadas. Que é uma piada.
Que anda no eléctrico sem pagar. Tira fotos desfocadas. Sem filtros. Abraça e deixa-se beijar.
Alguém que não tem ainda vergonha de escrever posts assim. Mais tarde, talvez.
E depois os festivais. Não se queixar do pó, nem da confusão ou da multidão, do mau som, das más escolhas, nem sequer das conversas dos outros no meio do man on fire que a acompanha sempre nas caminhadas sozinhas, que às vezes se obriga a fazer. Uma espécie de religião, para quem deu por si a acreditar noutras coisas.
Afinal, não é também disso que se trata este parêntesis de vida ?  Tolero os outros, tolerem-me a mim.
Ainda não quero a minha vida de volta. Mais lá para a frente, talvez.

2 comentários:

  1. E aquele chaveiro do QUARTO de banho? um dia fazemos um post sobre aquele chaveiro ;)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caraças e nem sequer fizemos uma foto do chaveiro da CASA de banho. Lá teremos que repetir tudo outra vez...

      Eliminar

Pessoas

Nomadas e sedentarios