1.1.13

Um auto-de-fé como outro qualquer



Havia muita genebra. Mais de 20° etílicos para antes e depois. Não mais insistir na sobriedade, quando um toque de embriaguez nos é tão natural.
Nas praças, à volta das fogueiras, ria-se sem nenhum tipo de controlo. Falava-se muito alto, não se percebia nada, todos pareciam inteligentes. Muita gente ao lado, um rio de bocas a falar aquela língua que nos dá dores de garganta quando tentamos imitar. Muito ser humano junto, muita confusão.
Tudo muito bem, exactamente como não tínhamos planeado.
Que não me esqueça tão cedo do que o caos, a espontaneidade e a abundância me fazem.

Para as fogueiras as agendas, as de papel e as digitais, os planos, as resoluções, os minimalismos e as arrumações. E todos os vestigios de Management Business Administration nas nossas vidas, que no início se queriam humanas.
O futuro não é tão importante assim. A ordem muito menos.
Tudo em cinzas.
Cada um tem o auto-da-fé que merece.

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