25.5.11

Freud explicaria, mas hoje não lhe apetece**

Quem acompanha este blogue desde o início, quase dois longos anos, tem passado por muito, já teve que levar com playlists, que eu pensava serem essenciais na vida de quem tem filhos e é Inverno e já não se sabe o que fazer, já teve que levar com Sensus Caputansus e contar tudo o que quis e não quis - o que é que ela tem a ver com isso ? - com a minha vida, com tomates, com técnicas duvidosas para os fazer comer, com craft manhoso e, como se tudo o resto não fosse já suficiente, ultimamente levou com uma revolução. Basicamente quem segue este blogue desde o início já penou muito e, com certeza, já ponderou várias vezes o que raio anda aqui a fazer. Quanto a esta última questão, não tenho sequer uma leve pista, mas, tcharam, chegou a altura das compensações, das dicas e tricas, para uma vida melhor. Leitoras e leitores (res?) apresento-vos o El Dorado : o segredo do meu sucesso*** .
Se a memória não me falha, tudo começou no final. No fim da minha primeira gravidez. Gorda, enorme, baleia, assim se apresentava esta que vos escreve. E tudo mudou, sem dietas, nem partos, numa magnifica manhã de finais de Setembro, em que acordei de um pesadelo. E é aqui - aproximem-se, prezadas - que se encontra a chave ou o Graal : nos meus pesadelos.
Nessa noite tinha sonhado que era muito mais do que espaçosa, gigantesca de todos os lados, que não conseguia andar, rebolava, impossível de distinguir alguma parte do meu corpo, a minha massa corporal ocupava todo o pesadelo. Foi tudo muito real e nem por isso muito rápido. Ao acordar coloquei as mãos à barriga e senti, juro que senti, uma suspeita de cintura. Não foi a hidroginástica, nem uma dieta o que me fez emagrecer 400 quilos e sentir-me leve, fina e segura, muito menos os pensos higiénicos. Foi um libertador pesadelo.

E desde aí, tenho mais ou menos esporadicamente encomendado sonhos difíceis.
Uma casa cheia de porcaria e de manhã, tcharam, tudo (quase) arrumado. Uns filhos recém-nascidos a gritar de manhã à noite* e de manhã, tcharam, crianças adoráveis que (quase) não reclamam se não for a correr preparar-lhes um leite morno.  Um governo ditactorial à séria e tcharam nem somos tão mal governados como pensavamos. And so on, and so on.

Não têm nada que agradecer, temos que ser uns para os outros. Vivam felizes e divirtam-se.
Podia ser muito pior.

*Qualquer semelhança entre o citado e a minha vida recente é pura coincidência
** Titulo alternativo : E se te fosses curar capotada, não ?
*** Sucesso com algumas aspas à mistura.

3 comentários:

  1. **Título alternativo: A prova, cientificamente provada, de que tudo, mas mesmo TUDO, é relativo!

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  2. Deve ser mesmo isso! É que eu tenho sonhos maravilhosos quase todos os dias e, quando acordo e dou de caras com a realidade, solto um gigante humpf e acho que ando a ser enganada. Nada pior do que uma pessoa que acha que lhe venderam os sapatos 2 números abaixo do seu - quando o problema é que não reparou que tem os pés maiores do que imaginava. Não que os meus pés sejam grandes, são lindos e mimosos. E isto agora já não interessa nada.
    gralha

    p.s. já agora, quando escrevo como anónima é porque não me apetece fazer logout da minha outra identidade do google. é preguiça.

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  3. Dorushka - Aqui para nós, que ninguém nos lê, não é apenas o título, mas o post inteiro. Escrevia a palavra RELATIVILIZAR e pronto, podia ir à minha vidinha, que estava tudo dito. Mas parece que tenho a mania de gastar tinta.

    Anónima Gralha - Pois e, isto de se ter os sonhos a nosso favor não é para todas, mas com um pouco de treino, acredito que chegas lá. Depois durante o dia pensas no que queres e fazes por isso, mas feliz da vida. Minha cara, acredita, descobri a pólvora !
    PS : Como se eu acreditasse que não fazes de propósito, para passar por uma double agent.

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