Por volta dos anos 80, todos os consultórios dos dentistas e dos médicos de clínica geral que frequentava tinham grandes posters de paisagens paradisíacas. Não foi sem mazelas que sai do meio clínico - de cada vez que me encontro numa praia deste género, lembro-me de uma dor de dentes ou de quando tive o sarampo. Insisto, com a esperança de quebrar este trauma que me persegue e duramente constato que lá terei que voltar. Por muito que não goste de temperaturas a cima dos 30 e de picadelas de mosquito, a cura não está para breve.
Peixes. Depois de cercados de tamanha peixarada, tartarugas e estrelas do mar parece que a missão foi cumprida. A palavra cercados não caiu do céu, eles estavam em todo o lado, desde os mergulhos em alto mar ao chapinhar com água pelo joelho.
São muitos ! E se de repente atacarem ?
Nadar com os meus filhos faz Os pássaros de Hitchcock parecer uma brincadeira para crianças.
Não se fala mais de se ter um peixe. Mas nada é garantido e permanente, assim me diz a experiência. Gritarei vitória dentro de 10, 15 anos, se for caso disso.
Para que conste, continuo muito satisfeita com esta nova fase dos meus filhos. Materialismos à parte, parece que tenho um brinquedo novo. Chama-se autonomia e é muito subvalorizada.
E para informação turística, Guadeloupe não é apenas praia e rum, também é selva, um vulcão, partilhar espaços vitais com iguanas verdes, conflitos sociais com uma média de uma greve por semana, soundsistemas a fundo nos domingos doa a quem doer - e o zouk não é inofensivo a mais de 5 minutos de audição -, muitos sorrisos e boa vontade nas regiões menos frequentadas, corrupção e alguma insegurança na capital.
inveja, muita.
ResponderEliminarPronto, pronto, agora também já é tarde.
ResponderEliminarAcredita, aqui de uma aldeia do Norte, com um mar nos 15ºC, isso é o PARAÍSO, mas eu sei que o paraíso é um conceito abstracto, por isso não discuto.
ResponderEliminarbisou.
O paraíso não se contenta apenas em ser abstrato, como é bastante efémero quando lhe apetece ser real - é aproveitar. Pegar ou largar.
ResponderEliminarOh ! Uma aldeia do Norte de Portugal cheia de amigos e familia ! Quem me dera...
;)
Bisou, bisou. Como é que se diz isto no Norte, carago ? Beijinhos ? Não me parece...
Só o simples facto de poder andar descalça o dia inteiro vale, para mim, qualquer outro tipo de aborrecimentos (mas abomino picadas de mosquitos, porque eles sabem sempre onde estou!).
ResponderEliminarO que vale é que mereces(em) isso, senão estava aqui a rogar-te muitas pragas. Ia já ao dentista arrancar quatro molares para dar um mergulhinho nessa praia. Vá, um molar por um dia de sol no Algarve e não se fala mais nisso.
ResponderEliminarSofiAlgarvia, também adoro andar descalça, mas nem me atrevo a fazer a contabilidade das picadelas, uma semana depois e ainda me incomodam. Nada é perfeito. Mais uma vez, é pegar ou largar.
ResponderEliminarPraga de gralha não por favor. Eu dei um dente do ciso. Cuidado com as negociações, começa sempre por baixo e faz ar de desdém.