Estão grandes e independentes. Têm uma vida fora de mim. E ainda bem. Podia ter escrito este ainda bem em maiúsculas.
Vêm com historias do recreio, na grande maioria inventadas. Com conhecimentos da sala de aula que nem eu conhecia. E olhem que...
Chegam-me com alegrias que não presenciei, novos amigos, zangas, lágrimas, segredos sobre joaninhas que não contam a ninguém, arranhões no joelho, sapatos espatifados, tesouros trocados, nas conversas aplicam citações de falas de livros que não lhes li.
Sabem correr como desvairados, mas esperam para atravessar a rua comigo. Conseguem gritar como monstros, mas param quando se conta até três com ar de caso. Sou boa nisto, modéstia à parte.
A parte da crise de riso aos jantares é outra historia.Uma historia quotidiana e longa.
Gostam de saltar em cima dos sofás ao som de The Do e já não pedem a Shakira.
Estão quase a dominar o chamamento artistico das paredes. Sinto pelo menos que existe motivação para parar com os riscos aleatorios.
Conseguem organizar-se. Algumas vezes em meu desfavor.
São amigos, sabem partilhar. O jogo do comboio não conta.
Não vejo o bebé que foram há dois anos, excepto em raras birras de sono. E assim está muito bem. Muito bem.
Passou tudo muito depressa, não sei exactamente quando é as noites deixaram de ser brancas, as olheiras deixaram de ser negras, o cansaço acabou.
Para quem ainda está desse lado : Há esperança. A minha solidariedade profunda para o entretanto.
Quando os meus estavam nessa idade, alguém me disse que o maior prazer da vida é ter filhos adultos. Que é como quem diz: sempre a melhorar, sempre ficar cada vez melhor!
ResponderEliminarA minha filha está quase a fazer dezoito anos, e cada vez acredito mais que é isso mesmo: é muito giro vê-los a abrir as asas para voar - e que elegância de voo, que segurança naquelas asas!
Ah, sim, anseio por essa felicidade, mas há qualquer coisa nos bebés, pá, nos bebés pequeninos, naqueles risos sem dentes, ou só com dois, nos esperneares de alegria...É um mundo de contradições, isto, é o que é!
ResponderEliminarAinda estou à espera dessa fase de independência e de dormir a noite inteira...ainda me falta um "bocadinho assim"...
ResponderEliminarBjs
Os meus estão agora entre os 9 e os quase 14, e os dias oscilam entre os muitos desenhos para a Mãe, as teimosias do marcar posição, e a vontade de jogar xadrez ou ir ao cinema já para crescidos...
ResponderEliminarE dois deles já estão mais altos do que nós... como se ralha com alguém mais alto do que tu? Não estou habituada! Nunca ralhei com o meu Pai...
Sempre a melhorar... Helena, e juras que daqui a dez anos, bem no meio da adolescência essa frase ainda vale ?
ResponderEliminarCalita, mas é esse precisamente o troque. O ser humano é o recém nascido mais dependente de todos, se não fossem os pézinhos e os dentinhos, quem é que aguentava ? Não cais outra vez nessa esparrela. Eles têm tudo estudado.
Coragem Catarina, coragem. Uma boa parte da blogosfera está contigo !
Mais altos ? Não consigo acompanhar o teu raciocinio, essa realidade parece-me completamente surreal. Size doesn't matter ?
Mais altos, sim, e a corrigir o teu francês, vais ver.
ResponderEliminar"A mãe fala tão mal, hahaha, é tão engraçada quando nos ralha!"
Um ano destes começo a ter netos. As perninhas, os sorrisos, as ofensivas de charme, tudo. Mas noites bem dormidas. E ainda há quem não goste de envelhecer...
;-)
Eu zango-me sempre em português, por causa das tosses.
ResponderEliminarE envelhecer é, sem duvida, o melhor que nos pode acontecer daqui a uns 50 anos. Oh, netos deve ser com certeza algo bastante apetitoso, todas as vantagens, nenhum inconveniente.
Mas e se os filhos vão viver para outro pais e levam-nos com eles ? é que existe gente para tudo, sabes ?
Que giro post.
ResponderEliminarTenho medo de eles crescerem e perderem a graça...
Eu que já atravessei todas as fases, espera-me a dos netos, com uma filha com treze anos feitos e um com mais dez em cima, tenho algumas saudades. Mas continuo com um filho ainda dependente, pelo menos financeiramente e uma filha cheia de gracinhas, algumas bem parvas... Não sei quando virá a felicidade total!?
ResponderEliminarMary, não sei, não sei, confesso que existem muito bons sexagenarios que me fazem rir à gargalhada.
ResponderEliminarAlexandra, a felicidade total e permanente não me interessa, acredito mesmo que seja profundamente chata. Assim, aos pulinhos é bem mais interessante e abre-nos os olhos. Já se me perguntares se não aceitava uns retoques aqui e ali ...
Pois de olhos bem abertos te digo, cada vez estou mais disponível para esses pulinhos de felicidade, deppis de alguns trambolhões, sabem mesmo bem... Não acredito em plenitudes e mesmo que existissem de certeza que eu estragaria qualquer coisinha! ;-)
ResponderEliminarEstragariamos com certeza - é um dom que muitas de nós possuimos. Faz parte do charme, ouvi dizer.
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