Prelúdio de "28 de Abril, Agora !"

Clock, clock, clock, os seus sapatos vertiginosos pretos ecoavam pelo longo e estreito corredor administrativo, as lâmpadas de néon não ajudavam à cena - Ernestina avançava firmemente para o dia mais longo da blogosfera.
Já vos disse que este post é a preto e branco ?
Toda a sua existência (1 semana) Ernestina esperara por este momento, sentia o peso do mundo nos ombros e chegou a sorrir ao pensar em Atlas como uma metáfora a utilizar nas histórias que contaria, mais tarde, sobre o grande dia 28 de Abril. Sabia que muito dependeria dela, que não havia lugar para o erro, o seu coração batia (felizmente), as mãos tremiam. Sentou-se à frente do seu pbx e respirou fundo, estava a postos, pronta para o que der e vier. Nada a faria demover daquela cadeira, estaria ao serviço da causa 24/24h, não ousaria pestanejar, não olharia uma só vez para o seu Iphone pessoal, não iría ao WC, encarnaria a evolução no caminho da perfeição noutro dia. Na sua secretária depositou um envelope fechado, que entregaria em mãos ao sr. Jacinto, o empregador, quando fosse a hora certa, por agora, esperaria, não era o momento para protagonismos, cada coisa a seu tempo. Ernestina era a mulher da situação.

00:00 - Ernestina aproxima a mão direita do pbx
00:03 - Ernestina aguarda a primeira chamada, aquela que ficará para a história do 28 de Abril. Ernestina está segura de si e do seu futuro empenhamento. Ernestina entrega-se de corpo e alma. Ernestina ... Ernestina ?
Zzzzzzzzzzzzzzz

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