"O meu desafio é saber confrontar os outros sem ser agressiva, e resolver situações sem ser na base da força e da humilhação. Encontrar as palavras certas que nos façam avançar a todos." Helena
Aqui nos encontramos, leitores, amigos e indiferentes que estão só de passagem por acaso e que nunca deixarão comentários, reunidos finalmente num beco sem saída. Eu, nós, e este grande busilis da questão dos tempos modernos, que é o debate inteligente. Ou a sua ausência.
Não temos, muito infelizmente, grandes exemplos a seguir na televisão, na vida real ou na blogosfera, salvo se me tiver passado algo de verdadeiramente transcendental ao lado. O que não é impossível. Seja como for, um bom exercício honesto de troca de ideias faz-nos falta, ide por mim. Como a água no deserto, como os amigos numa vida, como o perdão na religião, como o FMI para Portugal (fui ao google tirar este exemplos, descarto-me de qualquer responsabilidade nesta matéria).
A rubrica épica e mítica que aqui humildemente pretendo iniciar é do retorno da tertúlia. Da verdadeira. Da troca de ideia civilizada, do que a Helena disse e tão bem num comentário ali no sensus e que eu abusivamente utilizei no início post. A ideia já andava a germinar com o famoso e elegante "Atirem-me tomates !" mas este empurrão originou o pontapé de saida.
O desafio/pedido/súplica de hoje é que me ajudem com ideias de debate algo controversas, para que, acompanhadas de um chá e scones à discrição, possamos exercitarmo-nos no tão antigo como esquecido, mas eternamente actual, hábito de discussão saudável. Assim, como no tempo da Grécia antiga. Envenamentos à parte, claro.
Podem vir vestidas de Toga, se for uma fantasia vossa antiga, não estamos aqui para vos julgar.
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Fixe, agora? agora vou dormir, já meti o comprimido no bucho e o leite com chocolate está a arrefecer!
ResponderEliminarCaramba, que mau timing :(
e onde é que vamos comer? lanço já a primeira questão.
ResponderEliminar- adoro bons debates. estou nessa. vou deitar-me e pensar nesta demanda.
Ême - Não arranjes desculpas. O guichet da recepção vai estar aberto à noite para esclarecimentos, mas a sessão começa amanhã por volta das 10h, se chegares antes das 8h ainda tens uma chance de ser atendida. Allez, bonne nuit !
ResponderEliminarsof* - Isto é que eu gosto. Alguém com o sentido das prioridades. Amanhã aqui te espero mais uma proposta genial.
Não sei o que se passa mas não tenho recebida as tuas actualizações :( só hoje é que recebi....
ResponderEliminarBeijos
Geralmente, se há debate é porque há controvérsia.
ResponderEliminarQueres questões da Europa? Será que a Europa devia desistir do Euro? Ou, mais concretamente: será que se pode esperar que os países mais cumpridores (Alemanha, hehehe) devam ser fiadores permanentes dos incumpridores?
Queres questões sociais? Será que os ciganos deviam constituir o 28º Estado da UE? Ou devem ser perfeitamente integrados (assimilados?) no país em que vivem? Será que a escola deve ser igual para todos, ou o Estado deve suportar também projectos alternativos, desenvolvidos por privados?
Queres questões ambientais? Devemos continuar a viajar de avião, apesar dos custos ambientais? Devemos fazer férias em casa, vender o carro, e ir para o trabalho de transportes públicos? Devemos consumir apenas produtos Bio?
E uma que me interessa muito: como fazer da linguagem do politicamente correcto um instrumento de paz e entendimento entre os vários grupos, sem ser essa espécie de ridículo cinto de castidade em que se tornou?
Helena - Parece-me uma boa contribuição para começar e em algumas das questões até se vê que te esforçaste para respeitar o enquadramento socio-maternal do blogue. Sabia que não me ias deixar ficar mal, não te bloquearei nunca mais o acesso a este blogue, esta semana.
ResponderEliminarResto do mundo - Estão abertas as inscrições. A massa dos scones "is in process".
(eu outra vez, ai!)
ResponderEliminarQuando escrevi a frase que transcreveste no início do post não estava a pensar em temas de debates, mas em modos de resolver situações de conflito.
Concretamente, um exemplo que me impressionou imenso: num retiro de católicos, nos EUA, durante uma refeição duas pessoas estavam a conversar sobre música clássica. Às tantas, uma delas disse que não conhecia Brahms, e a outra perguntou, em voz muito alta e muito chocada: "o quê?! você não sabe quem é Brahms?!" Fez-se um silêncio muito incomodado em todo o grupo, toda a gente se sentia constrangida com aquela situação e com o embaraço do "ignorante". E então, outra pessoa disse: "Vejo que sabe imenso sobre esse compositor. Por favor, pode-nos contar a todos um pouco sobre ele?" - salvou a situação, sem precisar de humilhar ninguém. Quem me dera saber encontrar palavras assim!
Uma vez consegui fazer a coisa certa, sem pensar. Ia na rua, e vi três rapazes adolescentes a bater numa mulher de meia idade. Fui ter com eles, gritei-lhes furiosa "o que é que vocês estão a fazer?". Parece que foi o mais certo, mas garanto que foi sem querer! Um deles veio ter comigo, para explicar o que tinha acontecido, eu ouvi-o e (sou mesmo maria vai com todos!) dei-lhe razão: "sim, de facto isso não se faz. Mas olhe que o que vocês estão a fazer também não é correcto!" - ele (mario vai com todas!) concordou. O simples facto de o ter ouvido ajudou a aliviar a situação. Daí a nada estavam a ir-se embora.
Outra vez, estava a sair do estacionamento de um supermercado pelo lado errado. Um senhor veio ter comigo, fez-me sinal para abrir a janela e disse-me, muito sorridente e simpático: "olhe que isto é uma via de sentido único". Tão simples, tão evidente. E no entanto tão raro nas nossas cidades.
(Ainda me vou arrepender por ter escrito em praça publica que não te ia bloquear).
ResponderEliminarAproveitei-me descaradamente da tua frase porque o que tenho constatado é exactamente isto, hoje em dia não ha distinção entre debate e situação de conflito. Uma frase polémica gera uma resposta agressiva de discordância e a partir dai ja nada se salva e não se avança mais do que um hamster naquelas rodinhas.
E agora, em relação ao que gostava que fosse uma partica corrente, vou rematar mais uma vez fazendo um copy past eficaz : "Tão simples, tão evidente. E no entanto tão raro nas nossas cidades."
Se me bloqueares vou fazer queixa ao wikileaks, ainda "hádes" ver os meus comentários na primeira página do Le Monde!
ResponderEliminar;-) ;-) ;-)
Pronto, a sério. Não, a brincar: então as mães metem o resto do mundo no bolso? Não pensam no euro, no ambiente, e assim?
Agora a sério, mesmo. Temas para debater entre mães:
- Bater nas crianças é um "recurso pedagógico" aceitável?
- Deve-se obrigar as crianças a comer, mesmo se elas não querem?
- Pode-se mentir às crianças quando achamos que é "para bem delas"?
(eu digo a tudo que não)
Ok, podes arranjar-te para sair antes no Libération ? é que é o que eu leio mais regularmente e dava-me um certo jeito. Merci.
ResponderEliminarAs mães pensam em montes de coisas, mas como ha varios tipos de mães a ler este blogue, ha varios tipos de centro de interesses extra-maternais, mas podemos sempre tentar um pouco de tudo. Seja como for, estou a ver que vamos ser apenas as duas a fazer este debate, que o people du fuso de Greenwich parece estar-se a baldar neste workshop. Preferes cha preto, com leite, açucar ?
o pá cheguei agorinha mesmo(vim pelos scones claro, que tenho de alimentar a cria embutida)ora
ResponderEliminarmas agora perdi-me....devo contribuir com ideias para debate ou devo esperar pelo tema a debater-não me batem sim?
enquanto espero vou ali ao ultimo sensus que tenho andado baldas da net
ResponderEliminarOs scones ainda estão no forno. A ver se não os queimo, por enquanto vou servindo chas e tisanas. Como preferes o teu. Nesta fase, estamos a reunir ideias para debatar. Podes vir sem medos, que aqui é so gente civilizada, ou amordaçada.
ResponderEliminarhhhmmmmmmmmmmm hhhhhhhmmmmmmmmmmm
ResponderEliminar;-)
E que tal debater a conciliação de uma carreira profissional com a vida familiar de uma mãe?
ResponderEliminarOu, aproveitando o facto de haver participantes de várias nacionalidades (acho), falar/comparar as questões de protecção social nas mulheres quando a maternidade lhes "bate à porta".
Já para não falar no eterno tema das diferenças no trabalho entre homens e mulheres...
(nota: sou a única mulher na minha categoria profissional na minha empresa e das hierarquicamente mais acima, apesar de estar num patamar longe do topo. os meus chefes são machistas e a minha gravidez é vista (por alguns) como uma chatice que me vai "estragar" a disponibilidade... não sou nem feminista, nem fundamentalista, mas nesta altura é natural que me lembre destes temas...)
ganhei uns scones?
Boa, essa ideia de comparar realidades em varios paises. Não tive tempo para fazer outra fornada, mas raspei uns quantos e ainda se aproveita alguma coisa, quantos queres ? Tenho manteiga e doce de abobora feita pela sogra. Não é nada light, mas sabe pela vida.
ResponderEliminarVenham as raspas e o doce de abóbora. Light?! só se for para estragar!!!
ResponderEliminar(com barrigão de 8º mês, estou-me nas tintas para a linha ;))))
aqueles temas lá de cima da Helena parecem-me bem...de resto, tenho pouco a acrescentar, estou num dia muito pouco produtivo!
ResponderEliminarMané - Sim, que tudo isto é muito bom, mas atenção que o 8° mês da gravidez tem muito que se lhe diga, para a linha também eu estava nas tintas, o problema era a linha deles, que a moda dos bébés de 5 kgs não é para toda a gente.
ResponderEliminarInêsN - Ok, ok, toma o teu scone mesmo assim e explica-me aquela coisa do tricot com as mãos.
Acho os todos os temas bons para debater, comparar as realiddades não sei, se calhar ía sentir que estou no local errado! Estou??
ResponderEliminarDebater o tema "vida profissional super intensa" versus "vida profissional menos intensa (e se calhar menos interessante)em prol dos filhos"! Onde é que saímos todos a ganhar??
E pronto! Que comece o debate que já estou com fome!
Beijoca:)
e que tal aquelas mãe doidas trescloucadas que chegam ao fim de um ano de maternidade, se passam, mandam tudo às urtigas, se despedem e passam a viver como se estivessem numa outra dimensão!!?!?!
ResponderEliminarando tão feliz, desde que me passei :D
Silvia - Olha que se calhar alguns mitos do estrangeiro perfeito vão cair...
ResponderEliminar**SOFIA** - Ai essas mães é que não !! Por favor !!
(bolas, eu trabalhei apenas 2 meses e depois despedi-me - qué verguenza...)
Desculpa a intrusão, mas... o que achas de um tema como "até onde é que devemos contar (todas) as nossas preocupações aos filhos?".
ResponderEliminarEu explico, temos dois pré-adolescentes (de 12 anos, rapaz e rapariga), e duas mais pequenas com 9 e 8 anos. E ultimamente fala-se muito dos cortes orçamentais, dos ordenados que poderão ser reduzidos, and so on...
E os miúdos, principalmente os mais velhos, já querem saber quanto ganhamos, quanto gastamos - se se poupa, se não se poupa, enfim...
Para além disso, gosto tanto de chá e scones, que decidi intrometer-me por aqui :)
SofiAlgarvia - Excelente intrusão, que vai de encontro com uma proposta da Helena sobre mentir aos filhos (para os proteger). A proxima fornada de scones vai sair em breve, fica atenta.
ResponderEliminarEstava capaz de desatar já a comentar todos os temas já propostos, mas vou armar-me de paciência e esperar plos próximos scones.
ResponderEliminarSe bem que estava mesmo a precisar de ouvir opiniões sobre o tema "mentir ou não", que é muito actual aqui em casa, depois de uma visita da fada dos dentes e respectiva ridicularização no dia seguinte na escola. Espero ter isto devidamente esclarecido na minha cabeça antes que chegue o Coelho da Páscoa.
Para a semana atacamos isto e começamos exactamente com "Mentir ou não mentir, eis a questão".
ResponderEliminarPreparem os argumentos e as boas maneiras e encarrego-me das comidas e das bebidas. Bom fim de semana !