12.1.11

Sensus Capotansus 2011

Aqui eu não queria quero mesmo MESMO capotar : valores.
Andamos todas a fazer o que podemos, na maior parte do tempo da melhor maneira que (julgamos) ser possível. O tempo passa. E sim, tudo isto é muito cruel. E eles crescem ainda por cima. Daqui a pouco são maiores que nós. As estatísticas estão à vista. No meu caso já são mais que as mães. Qualquer dia o que a mãe diz não vale mais nada.
E entre um dia e uma correria, pode-se ler em revistas cor-de-rosa fuschia, salmão ou rosa bébé ou mesmo num alto livro de especialidade, textos sobre valores tradicionais, novos valores, valores nossos, valores dos outros, valores deles mesmos.
Imaginem que há um valor que vai seguir directamente do vosso comentário para a cabeça (ou coração para as mais emotivas) da vossa progenitura. Vá, podem imaginar vários, se estiverem para isso. Mas com um apenas e já se habilitam a ganhar, talvez, uma torradeira em segunda mão, mas em excelente estado.
Escolho confiança.
Confiança nos outros, há sempre um lado bom em toda a gente, mesmo no Tomás que ainda ontem deu uns carolos à pobre da Luísa.
Confiança neles mesmos, porque vão ser capazes e porque um erro é apenas um erro.
Confiança no futuro, na vida, em mim (please!please!) no amor (lamechinas, eu sei).
Acho que posso ser um bom exemplo. A sério. O meu problema é dosear a ingenuidade, que às vezes ainda me trama.

17 comentários:

  1. Independencia, liberdade e abertura - a maneiras diferentes de pensar, a novas ideias, ao que a vida trouxer. Depois disso, honestidade, empenho e convicção em tudo o que decidirem fazer.

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  2. Parece-me bem, se me é permitido dizer. Como é que transmitimos isto tudo, tão importante ?

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  3. Eu, assim de repente, gosto de liberdade, respeito e honestidade.
    Confiança no futuro também gosto de ter e por sua vez transmitir, que é o que nos compete.

    se é que entendi este post... a ingenuidade é um bem necessário :)

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  4. E como transmites estes valores essenciais ?

    Para falar a verdade a ingenuidade no meu caso, e apenas por às vezes ser excessiva, pode ser negativa. Deve-se confiar, mas nem sempre cegamente. Optimismo é uma boa palavra também.

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  5. Como são valores que prezo, qualquer pessoa atenta que me rodeie os consegue perceber. Em relação àqueles que me são queridos, calha-me a mim ser atenta e fazer com que eles os entendam. Tem dias em que é complicado transmitir-lhes o que queremos, porque não somos perfeitos nem temos o dom de saber educar na perfeição. Optimismo, sempre!

    Tudo o que é excessivo calha menos bem. Quando exageramos, paciência! à próxima sai melhor.

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  6. "Escolho" tolerância, acho essencial o respeito pela diferença, a aceitação dele e do outro, a aceitação do mundo como um espaço de diversidade de culturas, de raças, de credos.
    Tânia

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  7. Amora - Pois é o que a nossa mãe nos dizia, a tal coisa de dar o exemplo e depois da atenção. Deve ser esse o caminho, sim.

    Tânia - A tolerância que parece tão facil e às vezes é tão dificil. Para mim tolerar diferentes raças e credos é mais do que facil é inato. Ja certos comportamentos ... quando dou por mim ja estou com uma pedra na mão. Burra !

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  8. Respeito. Nós por nós próprios. Eles por eles próprios. Assim nos aceitamos, nos gostamos e aprendemos a gostar dos outros com todas semelhanças e diferenças, a respeitar os outros.(o cliché, ou talvez não!)IndieAna

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  9. Valores? Eu nem para mim sei, quanto mais para os outros... ;-)

    Eu sou muito Bom Selvagem - eles nascem feitos, nós é que os estragamos. De modo que o meu papel é estragar o menos possível. Perguntar-lhes o que acham, em vez de lhes impor regras morais. E ser, em vez de falar. Ser dá muito mais trabalho que dar lições de moral tipo "não se deve mentir" logo após ter telefonado para uma amiga a agradecer o presente giríííssimo (que já está no lixo). Por exemplo.
    Os miúdos - acho eu - querem acertar, e têm umas antenas descomunais. Se o que fazemos não corresponde ao que lhes queremos incutir, tornam-se surdos e ficam confusos.

    De modo que é assim: se eu estiver de bem com os meus princípios, vou agir em conformidade, e eles vão observar e tirar conclusões. Não quer dizer que sigam o meu exemplo, e está bem: os nossos filhos não são bocados de plasticina para nós brincarmos aos criadores omnipotentes e omniscientes.

    Por acaso isto é o que me preocupa mais: de que modo os posso afectar com esta exigência estúpida de querer que eles sejam a melhor pessoa possível? E todos os maus momentos ligados a isso, a sensação terrível para os miúdos de terem falhado, de não corresponderem às expectativas dos pais.

    E mais um truque: evitar repreensões a quente e em frente a terceiros. Resulta muito mais falar sobre o que aconteceu quando já há um certo distanciamento interior. Que valor é este, qual é? Respeito. Acho que é o meu valor fundamental na educação dos filhos.
    Respeito por eles.
    Pronto, e mais uma muleta: fazer de conta que há sempre um adulto a observar o que faço com a minha prole.
    (se digo mais uma frase que seja, vedam-me o acesso a este blogue, ai!)

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  10. Helena - Eu ja tentei varias vezes vedar-te o acesso, mas tu consegues sempre chegar aqui, bolas, pelo que desisti...
    Ser em vez de falar é sem duvida a regra basica. Ouvir outra, mas esta não é apenas com os filhos... A pressão que possa haver também me assusta, acredito (se calhar apenas porque quero) que não haja (muita), mas gostava de pensar que sou uma boa pessoa, melhor quando estou ao pé deles, e que eles não sejam tudo aquilo que me custa engolir.

    IndieAna - Respeito. Pois é... o tal cliché, que estamos sempre a ouvir e às vezes a esquecer.

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  11. honestidade. transparência. clareza.
    optimismo.
    confiança.

    se és ingénua, eu também sou. nem que seja por achar que estes valores são importantes e tangíveis...

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  12. E vejo que me afastei muito do tema.
    Ai, agora é que me vedam... ;-)

    Eu distinguiria entre a pressão relativa a regras normais de funcionamento, lógicas para todos, e a pressão para que eles sejam melhores do que nós. Não me assusta nada impor regras do género "depois das nove da noite não quero ouvir um pio, porque é o único tempo que tenho para estar com o vosso pai", mas não posso exigir que o quarto deles esteja mais arrumado que o meu.

    Quanto à tolerância, tem muito que se lhe diga. Não é o equivalente ao vale-tudo.
    O meu desafio é saber confrontar os outros sem ser agressiva, e resolver situações sem ser na base da força e da humilhação. Encontrar as palavras certas que nos façam avançar a todos.

    Não acho que seja melhor quando estou ao pé dos meus filhos. Sou como sou. E eles serão o que forem.
    Uma amiga disse-me uma vez algo que me marcou muito: se fazem alguma coisa fantástica não é mérito teu, se fazem alguma coisa errada não é culpa tua. Pode não ser 100% correcto, mas é muito libertador desta pressão que nós próprios carregamos, esta confusão identitária.

    Quanto à ingenuidade: parece que andamos aqui umas quantas. Não sei se é bom ou não, mas é como somos. Gosto de não partir para as pessoas já de pé atrás. Prefiro ficar desapontada a posteriori. Acho que as pessoas desconfiadas são muito cansativas. Sempre à defesa, com teorias que começam por "stou-te a ver". Brrr.

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  13. Mané - Andamos todas ao mesmo (mais coisa menos coisa), podiamos escrever livros sobre este assunto. Ai espera, acho que ja foi feito. Bolas, estou sempre atrasada em relação ao meu tempo. E sempre tão ingénua...

    Helena - (Ja é a terceira vez que tento apagar o teu comentario e não da-me sempre erro. goddammit!)
    Bolas, em relação à pressão de serem melhores do que a mãe, estou na boa, boinha mesmo, para os meus filhos vai ser canja !Trigolimpofarinhoamparo, pode-se dizer. Coitada de ti, Helena, e dos teu filhos...

    Eu acredito que eu seja melhor quando eles estão por perto, muito mais contida e muito menos agressiva. Um cordeirinho. Que o diga a senhora do laboratorio de analises que desatou a refilar com o meu atraso de 20 minutos, quando la cheguei com uma minha minuscula recém nascida ao colo. E eu com as hormonas todas aos saltos. Amén a tudo... E agora 4 anos depois estou a ver que ainda lhe vou furar os pneus, que estou a ver que ficou mesmo muita coisa entalada (ups, onde é que se apaga esta ultima parte ??).

    E pessoas desconfiadas não vivem a vida e realmente dão calafrios. Conheci em tempos uma criatura que passava a vida a "adivinhar o que dali vai vir". Brrr três vezes.

    E quanto a um paragrafo ali no meio... olha o post que deu. O mundo blogosférico não é uma coisa linda ?

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  14. O mundo blogosférico é uma coisa linda. A sério.

    Sobretudo com pessoas que não sabem apagar comentários! ;-)

    (Eu não sou muito contida, e se tenho agressões, deixo sair tudo. Depois falo com eles sobre o que se passou, e eles são boa gente, entendem e desculpam. E se faço cenas à frente deles, depois debatemos se tinha razão ou não. Estes dois sairam-me muito melhores do que a encomenda que eu alguma vez pudesse ter imaginado.)

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  15. (Ainda ando à procura de um equilibrio entre a peixeira que fui e a Madre Teresa em que transformei no pos-parto. Estou numa fase adolscente, como na mudança de voz, ainda não atinei com os comandos do volume. Mas ando a trabalhar nesta matéria).

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  16. respeito pelos outros sempre!e acreditarem neles próprios...assim de repente a juntar ao que tão bem já li

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