Agora tenho que ir, vou só ali ao café mudar o mundo e já volto !

Este já é o segundo Verão e meio, que eu acampo na casa dos meus pais, para que eles possam servir de babysitter, enquanto eu abuso da sua presença e sair porta fora sozinha sempre que possível estabelecer laços fortes com os netos. Esta situação provoca, evidentemente, alterações na nossa rotina. Para além do óbvio "escola substituida por praia" ou "8 braços a fazer o mesmo que 2, que são os meus", estranhos acontecimentos paranormais se produzem algures entre o meu cérebro e o meu sistema nervoso-hormonal e eu começo realmente a agir como uma adolescente. Pior. Eu começo a pensar e a sentir como uma adolescente.
Passo a demonstrar :
- Estou convencida que realmente só eu é que tenho razão, que eu é que tenho o prisma certo e que todos os outros andam enganados, ou são parvos.
- Sempre que o meu irmão vira a cara, eu tenho, porque tenho, que lhe roubar um bocado da Coca-Cola.
- Adorava poder fechar-me no quarto a tarde inteira a ouvir música aos altos berros.
- Não me apetece nada arrumar o quarto, nem lembrar-me de levar um toalhão de banho, quando vou tomar o duche.
- Como como um batalhão, devo estar a crescer, mas desde que aqui cheguei ainda não fiquei mais alta nem 1 cm. A balança desta casa não é científica, por isso, não me interessa para nada.
- Entre o meu eu real e o meu eu ideal, noto uma grande diferença, ENORME.

Agora vou fechar metade dos olhos e vou acreditar com muita força, que esta é uma situação passageira e que em Setembro, quando tudo voltar ao normal, eu vou passar a ser voltar a ser uma pessoa adulta, responsável e equilibrada.

Agora tenho que ir, vou só ali ao café mudar o mundo e já volto !